Friday, June 22, 2007

O "Centrão" das atenções



Quando li o post que o excelentíssimo Mário escreveu sobre aquilo que eu defino por o debate a sete, decidi seguir o exemplo do JV, e não resisti a fazer referência ao texto do nosso amigo de Portalegre; texto esse que “não me passa ao lado”, e que não me impede de ficar preocupado com a situação em que encontro o meu país. E Logo eu que já tenho tantas preocupações!
Pouco me importa a qualidade, a capacidade ou mesmo quantidade de audiências e esclarecimento que o debate causou, pois eu próprio não vi o debate e por isso não me manifestarei sobre ele.
Mas há uma coisa no debate sobre a qual me posso e irei manifestar: o número de participantes.
A meu ver, a presença de apenas sete candidatos, sendo eles doze, demonstra a tendência clara para o sub julgar da opinião pública, através do trabalho dos próprios meios de comunicação, ao designado "centrão" e àquilo que eu defino por seus "acompanhantes" ou “aspirantes ao centrão”.
Se são os candidatos mais populares, se são os que geram mais audiências ou mesmo os com melhores propostas é neste caso um ponto de secundário. Não só porque isso é uma grande mentira, como é uma questão de princípios e direitos democráticos, que ao realizarem um grande debate, todos devem estar presentes. É uma questão de igualdade de direitos e oportunidades. A votação não é feita pelos meios de comunicação. São os votantes. E eles têm o direito a estar informados, a ouvir todas as propostas de modo a poderem escolher aquele candidato, que a seu entender, é o melhor, não podendo os meios de comunicação interferir nas escolhas, correndo o risco de serem injustos ou mesmo déspotas.
Mas mais uma vez, eles esquecem-se do que mais importa, e preferem dar voz a uns, sem que haja uma razão aparente para tal – não me refiro a lobys ou outro tipo de "causas", mas falo no sentido da perspectiva racional que procura a verdade e observa a realidade, não pensando em jogos secretos ou de influências – e esquecer e fazer de ignorados os outros. Não que sejam menores ou piores, mas não interessam, ou porque tem percentagens pequenas, ou porque trazem consigo verdades que incomodam.
Acabam então os meios de comunicação por não informar, por não mostrar novas ideias e sim por promulgar, aprovar e apoiar a candidatura dos "outros" que não só já têm o poder na mão como já destruíram tudo o que havia para destruir; aqueles a quem já apontaram o dedo inúmeras vezes por atentarem contra tudo e todos, mas que não fazem nada para destituir, reformar, afugentar e mesmo excluir da vida politica nacional.
Não seria já a altura de dar a vez a outros?
Ou ainda acreditam que o povo vai voltar a acreditar "nos do costume"? Parece que só há uns em quem votar.
Assim só perdem os votantes, a politica e o país. Ganham os do costume.
Assim sucedeu também com a SIC, que neste combate saiu a perder. A RTP ultrapassa-a com o próximo debate, mas desta vez a 12...
Para um canal que tem como lema Televisão independente, já não sei o que pensar.

1 comment:

Mário Casa Nova Martins said...

Uma reflexão séria e profunda.

Cumprimentos.
M