Thursday, May 31, 2007

O Respeitinho é uma coisa bonita... Quando o há!

Para o meu caro Luís Froes...

FASCISTA!



Acho estranho ainda ninguém ter acusado o primeiro-ministro de fascista.
Salazar, numa fotografia bem diferente, foi acusado disso mesmo...

O Estado das Coisas....

Fado da Recaída

Lembrei-me de ti sem querer
Entrei num bar e bebi
Paguei a conta de dois
Não consigo perceber
Porque me lembrei de ti
Todo este tempo depois

Fui à rua onde vivias
Vi a tua luz acesa
Apeteceu-me beber
Fui ao bar onde tu ias
E sentado à mesma mesa
Lembrei-me de ti sem querer

Perguntei sem reparar
Com quem vivias agora
Se alguém sabia de ti
Mas antes de alguém falar
Levantei-me, fui-me embora
Entrei num bar e bebí

Que feitiço ou que loucura
Voltar a sentir ciúme
Todo este tempo depois
Andar à tua procura
E nos sítios do costume
Pagar a conta de dois

Rua em rua, bar em bar
Já não sei se te esqueci
Se não te quero esquecer
O que procuro encontrar
Para me perder de ti
Não consigo perceber

Lá em cima continua
A tua janela acesa
Como quando te perdi
E no bar da tua rua
Há dois copos sobre a mesa
Porque me lembrei de ti

Em tantas noites iguais
Perdoei o que tardaste
Quando vivemos os dois
Não te perdoo nunca mais
A noite que me estragaste
Todo este tempo depois

de Camané

Sunday, May 27, 2007

Uma boa razão para gostar de ópera...



Kate Aldrich

Esteve em Lisboa no último mês intrepertando o papel de Isabella na ópera de Rossini L'Italiana in Algeri.

A Portugalidade



Foi por vontade de Deus
que eu vivo nesta ansiedade.
Que todos os ais são meus,
Que é toda a minha saudade.
Foi por vontade de Deus.

Que estranha forma de vida
tem este meu coração:
vive de forma perdida;
Quem lhe daria o condão?
Que estranha forma de vida.

Coração independente,
coração que não comando:
vive perdido entre a gente,
teimosamente sangrando,
coração independente.

Eu não te acompanho mais:
para, deixa de bater.
Se não sabes aonde vais,
porque teimas em correr,
eu não te acompanho mais.

Letra e música: Alfredo Duarte; Amália Rodrigues
intrepertado no video por Camané

Os Vencidos da Vida



Na Lisboa oitocentista de fim de século, mais precisamente entre 1888 e 1893, um grupo de onze amigos desiludidos com a política dominante, e com a tentativa da sua reabilitação através do movimento surgido no Porto em 1885 com o nome de “Vida Nova”, passaram a reunir-se em jantares mais ou menos regulares, no Restaurante Tavares, no Hotel Braganza e em outros locais.

Os principais motivos para essas reuniões jantantes, que chegaram a intrigar, e mesmo a preocupar, diversos sectores da sociedade da época, eram, além da admiração e estima que tinham uns pelos outros, o patriótico desejo de colocar Portugal entre os países cimeiros da Europa de então. E para tal contavam pôr toda a sua inteligência e vontade ao serviço do príncipe D. Carlos, que em breve seria rei, com isso renascendo a esperança num país renovado e com uma política nova, onde a meritocracia fosse uma das bases. “Vencidos da Vida”, como a si próprios se chamaram, era assim um nome irónico que, se por um lado os identifica com a desilusão generalizada que grassava no país, por outro não os fazia desistir de vencerem para além do desengano. Procuravam efectivamente uma outra vida e todos, de certo modo, a encontraram, pois, ainda hoje, uns mais outros menos, são recordados por a terem, ao menos, procurado.

Vejamos a sua biografia breve por ordem alfabética do primeiro nome:

- Abílio Manuel de Guerra Junqueiro, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, seguindo depois a carreira administrativa, sendo deputado entre 1878 e 1891. Após a implantação da República, a cujo ideário há muito aderira, foi ministro de Portugal na Suiça. Sendo um dos mais famosos e populares poetas do seu tempo, deixou obra que ainda hoje tem leitores fieis, quer dos seus versos mais panfletários, quer dos mais líricos carregados de um humanismo panteísta.

- António Cândido Ribeiro da Costa, sacerdote, formou-se em Teologia e Direito em Coimbra, onde depois foi professor. Chamado à capital, foi ministro, conselheiro de Estado, presidente da Câmara dos Pares e procurador geral da Coroa. Foi o maior orador do seu tempo, conhecido como “Águia do Marão”, por ser natural de Amarante.

- António Maria José de Melo Silva César e Meneses, também formado em Direito por Coimbra, seguiu a carreira diplomática, chegando a ministro plenipotenciário. Dedicou-se também à Literatura, nomeadamente ao romance histórico e à descrição artística de monumentos. Foi 5º Conde de Sabugosa desde 1879, representante do título de marquês do mesmo nome, além de Conde de S. Lourenço.

- Bernardo Pinheiro Correia de Melo, filho do Visconde de Pindela (Vila Nova de Famalicão), foi oficial de Engenharia, tendo atingido o posto de general. Mas ficou mais conhecido como autor de peças de teatro de sucesso na época. Foi secretário de D. Carlos, que em 1895 o faz Conde de Arnoso. Foi também grande amigo de Eça de Queiroz.

- Carlos Lima Mayer, frequentou a Universidade de Coimbra, depois a Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa, acabando o seu curso de Medicina na Bélgica e em Paris. Trocou depois a clínica pela gestão de empresas financeiras em Moçambique, Angola, Açores e Algarve. Suicidou-se em 1910.

- Carlos Lobo d’Ávila formou-se em Direito em Coimbra, tendo-se depois dedicado ao jornalismo e à actividade política. Foi ministro das Obras Públicas e dos Negócios Estrangeiros. Em 1894 fundou a Câmara de Comércio e Indústria de Lisboa, morrendo no ano seguinte apenas com trinta e cinco anos.

- Francisco Manuel de Melo Breyner, filho único dos 2ºs marqueses de Ficalho, frequentou a Escola Politécnica de Lisboa, onde depois foi professor de Botânica, área em que se notabilizou com a publicação de diversos estudos sobre a flora portuguesa e ultramarina. Dirigiu o Instituto Agrícola e o Jardim Botânico de Lisboa. Foi feito Conde de Ficalho.

-Joaquim Pedro de Oliveira Martins, tendo ficado órfão de pai, interrompeu os seus estudos aos quinze anos para ir trabalhar no comércio, continuando a estudar como autodidacta. Foi depois administrador das minas de Almadén (Córdova, Espanha) e, a partir de 1874, director da construção da linha de caminho-de-ferro Porto-Póvoa de Varzim e depois director da sua exploração até 1888. No ano seguinte assumiu a direcção da Administração Geral dos Tabacos, em Lisboa, tendo entretanto recusado ser ministro da Fazenda, o que mais tarde, em 1892, vem a aceitar a pedido de D. Carlos, demitindo-se porém quatro meses depois por não ter apoio assegurado para a sua tentativa de equilibrar as contas do Estado. Em 1894 morre de tuberculose, aos quarenta e nove anos de idade. Deixou inúmeras obras publicadas no âmbito da Sociologia, da Economia e da Literatura historicista, as quais, ainda hoje, são lidas e reeditadas.

- José Duarte Ramalho Ortigão, formou-se também em Direito na Universidade de Coimbra, tendo sido depois professor de francês no Colégio da Lapa, no Porto, dirigido por seu pai, onde conhece Eça de Queiroz que aí foi seu aluno. Em 1870 está em Lisboa como oficial da secretaria da Academia das Ciências, tendo sido um dos mentores do Centenário de Camões em 1880. Foi jornalista e escritor e um dos primeiros críticos de Arte em Portugal. Para além das obras que escreveu com Eça de Queiroz (1870 - O Mistério da Estrada de Sintra; 1871 - As Farpas, que prosseguiu sozinho de 1872 a 1887), publicou notáveis livros de viagens que ainda hoje se podem ler com agrado.

-José Maria Eça de Queiroz, formou-se igualmente em Direito em Coimbra, tendo iniciado a sua vida profissional em 1867 como jornalista de O Distrito de Évora. Em 1869 parte para o Egipto e Palestina com o 5º Conde de Resende, assistindo à inauguração do Canal de Suez. Em 1870 foi administrador do concelho de Leiria, seguindo depois a carreira consular, que o levaria a Havana, onde protege os chineses contratados para trabalharem nas plantações da cana do açúcar, tendo em seguida visitado os Estados Unidos da América e o Canadá. Depois parte para Newcastle, Bristol e Paris, além de outras cidades. Além de jornalista, escreveu crónicas, contos, e sobretudo notáveis romances em que o pitoresco e os localismos rapidamente se transformam em caricaturas universais e transépocais, permanecendo os seus traços vivos até aos dias de hoje, em que continua a ser lido e apreciado em inúmeras traduções um pouco por todo o mundo.


Deste grupo dos “Vencidos da Vida” não fez parte Antero de Quental, que todos os que frequentaram a Universidade de Coimbra entre 1858 e 1864 conheciam pessoalmente e, por esse motivo, com ele se relacionaram várias das personalidades atrás referidas, tendo-se até batido em duelo com Ramalho Ortigão em 1865 por causa da “Questão Coimbrã”, reconciliando-se ambos mais tarde. Em 1873 regressa aos Açores, onde adoece de psicose maníaco-depressiva. Tendo voltado ao continente em 1881, pelo menos em 1884 convive na Granja (Vila Nova de Gaia) e no Porto, em 1884, com Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins e Eça de Queiroz. Em 1890 dirige a Liga Patriótica do Norte e, perante o seu fracasso, regressa a Ponta Delgada, onde se suicida.

Também não fizeram parte do grupo Jaime Batalha Reis, Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, José Fontana, Salomão Saragga, Adolfo Coelho, Augusto Soromenho, Germano Meireles e Guilherme de Azevedo, os quais, além de Antero, Eça e Oliveira Martins, participaram nas “Conferências do Casino”. Ou ainda Andrade Corvo, António Enes, Alberto Sampaio, Fialho de Almeida e outros nomes incontornáveis na História da Cultura em Portugal, conhecidos como “Geração de 70”.

O grupo teve ainda um “confrade suplente” com quem os “efectivos” se encontravam no Paço de Belém: o príncipe D. Carlos, o qual era já então um esclarecido praticante de pintura e de estudos oceanográficos, que sobe ao trono, por morte do seu pai D. Luís, precisamente em 1889, o ano em que acabam os jantares do grupo todo; a partir daí muitos destes homens são chamados a pôr em prática as suas convicções e qualidades pessoais e os jantares tornam-se mais esporádicos e apenas entre alguns deles, até que acabaram de vez em 1893.

Para o grupo dos onze estar completo falta-nos apenas um confrade, de seu nome Luís Maria Pinto de Soveral, futuro Marquês de Soveral, de cuja biografia nos ocuparemos a seguir com mais detalhe.

Temos assim os onze “Vencidos da Vida”: Guerra Junqueiro, António Cândido, Conde de Sabugosa, Conde de Arnoso, Carlos Lima Mayer, Carlos Lobo d’Ávila, Conde de Ficalho, Oliveira Martins, Ramalho Ortigão, Eça de Queiroz e o Marquês de Soveral.

Numa breve síntese, que aliás outros autores já apontaram, e considerando já alguns aspectos da biografia do “Vencido” que falta, podemos concluir que seis deles tinham o curso de Direito da Universidade de Coimbra; um foi militar de Engenharia; um outro cursou Medicina em Coimbra, Lisboa e no estrangeiro; um outro a Escola Politécnica de Lisboa, tornando-se Botânico; um outro cursou Ciências Políticas e Administrativas na Bélgica; um deles foi autodidata. Só um cursou Teologia, além de Direito, sendo padre. Quatro, pelo menos, foram ministros, quatro seguiram a carreira diplomática, se bem que um deles só após a implantação da República. Três foram feitos condes e um marquês; três, pelo menos, exerceram profissionalmente o jornalismo. Vários tiveram cargos importantes na administração pública e privada; alguns foram professores, deputados, e um só foi condutor de obras ferroviárias na época fontista. Dois escreveram literatura histórica, dois descreveram monumentos, um outro escreveu peças de teatro, um deles foi romancista, e apenas de um se diz que foi poeta. Só um estudou para vir a ser marinheiro.

Diziam-se “Vencidos da Vida”, mas apenas um se suicidou, o médico, mas não por causa da Medicina. Um morre com trinta e cinco anos, outro quase aos cinquenta de tuberculose, outro aos cinquenta e cinco de amebiase. Os restantes, faleceram mais ou menos idosos. À data do início dos seus jantares tinham, em média, trinta e oito anos de idade, tendo o mais novo vinte e quatro e o mais velho cinquenta e um. Eram, portanto, homens maduros, no auge das suas capacidades. Três (ou cinco?) nasceram em Lisboa; só três eram do Norte do país e três nasceram no Vale do Douro, um em Freixo-de-Espada-à-Cinta, outro em S. João da Pesqueira e outro no Porto.

Para morrer, quatro (ou seis?) escolheram a capital do país, três (ou cinco?) a terra natal, dois Paris.

Eis pois um possível perfil de um “Vencido da Vida”: filho de família da burguesia liberal ou acomodada ao liberalismo, formado em Direito por Coimbra ou outra escola superior, funcionário público com passagem pela política activa como deputado ou ministro, medalhado ou titulado por serviços prestados, implantado em Lisboa, dedicando-se às letras no jornalismo e no romance, conhecendo o mundo europeu e colonial, teimando no grande desejo de melhorar a sociedade e a vida económica do país, através da reforma das instituições. Não conseguiram rejuvenescer o regime monárquico e a República que se lhe seguiu foi o que se sabe. Reflectiram e escreveram muito sobre aquele seu desejo: mas não abdicaram de nada para o concretizar. Não foram seguramente “Vencidos da Vida”, mas também não quebraram o enguiço da pátria, o qual ainda hoje continua.

Mas, à sua maneira, cada um e todos eles, foram homens notáveis, com certeza enredados na sua época, mas todos com ideias de futuro a haver.

J. A. Gonçalves Guimarães in Forum Democracia Real

Thursday, May 24, 2007

A Homossexualidade é uma Doença – Entrevista d'O Independente ao P. Nuno Serras Pereira

Teresa e Helena, duas mulheres, iniciaram na semana pas­sada uma batalha judicial
para conseguir casar. O casamen­to entre pessoas do mesmo sexo deve ser permitido?

Não é possível haver casamento entre pessoas do mes­mo sexo. O matrimónio exige capacidade reprodutiva.

Porquê?
Pode não haver capacidade reprodutiva por motivos de infertilidade. Mas quando o marido e a mulher se jun­tam através dos seus órgãos reprodutivos formam um só organismo. Por isso se fala de comunhão e de unidade.

O casamento não deve, acima de tudo, ser uma questão de amor?
Resta saber o que é o amor. Quando duas pessoas do mesmo sexo têm contactos genitais estão a instrumen­talizar os seus corpos como se fossem sub-humanos. Na unidade dos actos de tipo reprodutivo forma-se um só organismo.

É impossível que haja amor entre dois homens ou entre duas mulheres?
Pode haver entre um pai e um filho, entre uma mãe e uma filha, entre amigos e entre amigas.

E amor em termos sexuais?
Penso que não é possível. A homos­sexualidade é uma doença. A Associação Norte-Americana de Psiquiatria, em 1973, pela mão de Robert Spitzer, fez retirar a homos­sexualidade da lista de enfermida­des. Todavia, alguns anos depois, repensou a sua posição e verificou que uma terapia adequada era capaz de corrigir a incli­nação sexual dos homossexuais.

Julgo que nenhum médico - a menos que seja extremamen­te conservador ou influenciado pela mentalidade católica - considera a homossexualidade uma doença. É do conheci­mento público que essa visão está ultrapassada...
Não está. Nos Estados Unidos há muitos médicos - que nada têm a ver com a Igreja Católica e que são de diversas facções políticas - a afirmá-lo. Defendem que é uma doença de origem psicológica, um sintoma de uma neurose relacionada com um complexo de infe­rioridade. Resolvida a neurose, a atracção por pessoas do mesmo sexo desaparece. A prática de relações homos­sexuais reforça essa enfermidade, enquanto a abstinên­cia tende a favorecer a cura.

Quando pensamos numa doença imaginamos algo prejudicial. A homossexualidade é nefasta em quê?
Em termos psicológicos, há uma fixação narcisista. Não se procura o outro enquanto outro; cada um procura-se a si mesmo no outro. Os homossexuais não são capazes de atingir a verdadeira união e comunhão. Por outro lado, a nível físico sabemos - através de estu­dos realizados nos Estados Unidos - que a esperança média de vida dos homossexuais activos é de 45 anos, sem contar com aqueles que morrem de sida. E apenas dois por cento chegam aos 70. A taxa de incidência de doenças sexualmente transmissíveis é também muito mais alta e os níveis de criminalida­de entre a população homossexual, em termos per­centuais, são superiores. Finalmente, os dados mos­tram igualmente que a pedofilia é mais frequente entre os homossexuais.

Tem noção de que um sexólogo apelidaria essas declarações de ridículas?
Depende do sexólogo. Se fosse sério poderia compro­var o que eu digo.

Todos os sexólogos que não partilham da sua opinião não são sérios?
Podem estar mal informados ou partilhar de uma ide­ologia que os faz olhar apenas para uma parcela da rea­lidade e excluir determinados factores.

Não admite que possa ser a sua ideologia que o leva a dis­torcer a realidade?
Estou a falar de factos.

Rejeita, portanto, que seja possível haver amor homossexual...
Nem sequer há homossexuais. Há pessoas que padecem de inclinações homossexuais. Algo que lhes provoca grande sofrimento.

Os homossexuais não dizem que sofrem por ser homossexuais...
Não é isso que a minha experiência me ensina.

Devem lutar contra a sua inclinação sexual e viver toda uma vida em negação?
O problema está em agir de acordo com essa inclinação sexual. É preciso levá-los a descobrir a verdadeira iden­tidade. Há muitos testemunhos de homossexuais recu­perados.

Se a homossexualidade é uma doença, qual é a causa?
Os especialistas explicam que é uma psicose.

Os especialistas não dizem que a homossexualidade é uma doença...
Alguns não o dizem. Quando Robert Spitzer - que era presença assídua na imprensa e na televisão - verificou que estava enganado e recuou na sua posição a comu­nicação social cortou-lhe o pio.

A comunicação social norte-americana está então domina­da por um poderosíssima "lobby gay"?
O " lobby gay" tem grande influência na comunicação social. E infiltrou-se também na política e na Igreja.

Considera-se homofónico?
De modo algum. Não tenho horror ao meu sexo. O homofóbico é aquele incapaz de lidar com pessoas do mesmo sexo. Não é o meu caso. Não concordo é que se destrua a instituição casamento, que é a célula-base da sociedade. É no casamento que são gerados os filhos. Por isso o Estado protege e promove a família.

Isso significa que o Estado não deve proteger um casal hete­rossexual que não pode ter filhos?
Isso não é uma família, é um casamento. A família só existe a partir do momento em que há filhos.

Um homem e uma mulher casados não são, só por si, uma família?
Não. Têm a família da parte do marido e da mulher, mas não constituíram família.

Se fosse criada uma instituição paralela ao casamento, com outro nome, continuaria a ser contrário à união entre duas pessoas do mesmo sexo?
A lei pode tolerar a homossexualidade - digo tolerar porque ela em si não é um bem, não é um comporta­mento positivo - se isso evitar males maiores. Daí a criar um estatuto jurídico para relações meramente privadas não vejo qualquer sentido.

Deixe-me apresentar-lhe então a seguinte situação. Duas mulheres vivem juntas durante 30 anos. Por que razão, em caso de morte de uma delas, não pode a outra ter os mesmos direitos de uma viúva heterossexual?
Os direitos implicam deveres correspondentes. Igualdade não é tratar da mesma forma circunstâncias diferentes.

Rejeita que um homossexual possa ter os mesmos direitos de um heterossexual?
Todos devem ter direitos iguais a nível da Constituição. Mas um homem e uma mulher que se casam é uma rea­lidade diferente de dois homens ou de duas mulheres que se juntam. Tratá-los da mesma forma é uma injustiça.

São realidades diferentes porquê?
Porque um homossexual não é capaz de constituir família.

Há muitos casais heterossexuais que também não...
Mas isso não depende das suas atitudes comportamentais. Alguém que é estéril não tem culpa da sua esterilidade, mas é capaz de praticar os actos do tipo reprodutivo.

E um homossexual tem culpa de ser homossexual?
Pode não ter. Mas pode ter culpa se reforçar a sua homossexualidade praticando actos homossexuais.

É lógico que não concorda com a adopção por casais homos­sexuais...
Não há casais homossexuais. Nunca lhes chamaria casais. Por outro lado, em termos de formação, é bom que as crianças tenham o pai como referência mascu­lina e a mãe como referência feminina.

E as crianças que crescem só com um pai ou só com uma mãe?
Isso apenas acontece devido a uma qualquer infelicidade. Não é a situação ideal.

É melhor para uma criança viver numa instituição até à idade adulta do que com dois pais ou duas mães que lhe dão amor e carinho?
Depende da instituição. Se for uma instituição como a Casa Pia era aqui há uns anos é capaz de ser bem pior. Se for uma instituição equilibrada é muito melhor do que crescer com dois pseudo-pais ou com duas pseu­do-mães.

Há cerca de três meses, foi condenado por difamação devi­do a um texto que escreveu, intitulado "Os Abortófilos". Entre outras coisas, apelidou a Associação para o Planeamento dá Família (APF) de "organização 'serial killer"' e defendeu que esta promove o homicídio. Volta a afirmar o mesmo, ou admi­te que talvez tenha ido demasiado longe?
Confirmo o que escrevi. É tudo verdadeiro e correcto. Um "serial killer" é alguém que matou várias pessoas. Essa organização pertence à International Planned Parenthood Federation, que promove o aborto no mun­do inteiro. Só nos Estados Unidos matou milhões de pes­soas ainda não nascidas.

Uma mulher que faça um aborto deve ser presa?
O objectivo não é prender mulheres. A lei tem uma função dissuasora. Deve ser avaliado cada caso para aquilatar da culpabilidade. Muitas vezes os juízes che­gam à conclusão de que não há razão para punir com pena de prisão.

Se, tal como diz, fazer um aborto é matar uma criança, uma mulher que o faça deve ser presa?
Um Estado democrático tem a obrigação de defender e de tutelar a dignidade de todos, independentemente da fase da sua existência. Um ser humano na fase da con­cepção tem tanto valor como três meses ou nove meses depois. Um Estado que não defenda a dignidade de todos é um Estado totalitário e tirano. Pode usar os mecanismos formais da democracia, mas está a colaborar activamente na matança de inocentes.

Uma mulher que faça um aborto deve ser presa?
Depende das circunstâncias.

Em que circunstâncias deve ser presa?
Compete ao juiz analisar.

Também defende que o aborto é pior do que a pedofilia. É mais grave interromper uma gravidez antes dos três meses do que abusar e violar uma criança com pouco tempo de vida?
Os dois crimes são abomináveis.

Mas escreveu que um era mais grave do que o outro.
Sim. Matar uma criança é mais grave do que abusar dela.

É mais grave interromper uma gravidez antes dos três meses do que abusar e violar uma criança com poucos meses ou poucos anos de vida?
É sempre mais grave matar um ser humano inocente do que abusar dele.

Nesta semana, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, informou que as escolas secundárias vão poder fornecer preservativos aos alunos, desde que com o con­sentimento dos pais. Como comenta?
Promover a utilização do preservativo é de uma enorme irresponsabilidade. Os únicos exemplos de sucesso no combate à sida reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde são o Uganda e as Filipinas. Em ambos os paí­ses promoveu-se primeiro a abstinência, depois a fide­lidade e só em último caso o preservativo. A partir do momento em que, nas Filipinas, se abandonou esta estratégia e se apostou na promoção do preservativo o número de pessoas infectadas aumentou. Em boas con­dições, o preservativo tem uma taxa de eficácia entre os 85 e os 90 por cento. É como jogar à roleta-russa. Eu não apanho um avião daqui para Paris se me disserem que só chegam lá 80 por cento dos aviões. Por outro lado, essa taxa de eficácia é calculada ao longo de um ano. À medi­da que o tempo passa, que se vai repetindo a roleta, a pro­babilidade desce para valores muito inferiores, na ordem dos 15 por cento ao fim de dez anos. É errado falar de sexo seguro. Por outro lado, o Estado não tem o direito de interferir na sexualidade das crianças nem de educá­-las a esse nível. Esse é um direito inalienável dos pais.

Estamos a falar de consentimento dos pais...
Mas vai haver aulas de Educação Sexual obrigatórias e gabinetes de atendimento cuja mentalidade é dominada pela APF. Nós sabemos o que vão fazer às crianças.

O quê?
Vão pervertê-las.

Como?
Qualquer relação sexual que não seja dirigida à pro­criação é uma perversão.

Homens e mulheres devem abster-se de ter relações sexuais caso não queiram ter um filho?
A relação entre um homem e uma mulher é uma relação de unidade e de amor. Se uma pessoa se dá a outra na totalidade do seu ser admite que está a ofere­cer a capacidade de ser pai ou a capacidade de ser mãe. Pode surgir um filho ou não, mas nada se faz para manipular e falsificar essa linguagem do amor.

Qual é o problema de ter relações sexuais, tomando as devi­das precauções, para que não haja uma gravidez indesejada?
Se tomar precauções significa recorrer aos períodos inférteis da mulher, não há qualquer problema.

Que é um método falível, ou não?
Não. A Organização Mundial de Saúde atribui-lhe 99,8 por cento de eficácia.

E qual é o drama de utilizar o preservativo ou a pílula?
Falsifica-se a relação. Deixa de haver uma entrega total.

Há cerca de um ano, publicou um anúncio no "Público" explicando que se recusava a dar a comunhão a quem utili­zasse métodos contraceptivos. Qual é o sentido disto?
Não disse que me recusava. Disse que em virtude do que está no Código de Direito Canónico estou impe­dido de dar a sagrada comunhão a quem não respeite os Mandamentos, a quem promove a morte de seres humanos inocentes, seja através de pílulas abortivas, de métodos cirúrgicos...

... Fala, inclusive, da reprodução medicamente assistida...
Sim. Por cada criança que nasce dez foram mortas pelo caminho. Actualmente, em Portugal, temos congelados 40 mil seres humanos na sua fase embrionária.

Um embrião que não vinga é uma criança que morre?É. Todos nascemos a partir de embriões. A informação genética está lá toda.

Quem tenta ter filhos através da reprodução medicamente assistida ou quem utiliza métodos contraceptivos não pode comungar?
Refiro-me a métodos que podem ter um efeito abor­tivo, como o dispositivo intra-uterino ou a pílula do dia seguinte. Um católico que não respeita o mandamen­to "Não matarás" não pode ir à comunhão.

A mulher que usa o dispositivo intra-uterino é uma homicida?
Um homicida é aquele que mata voluntariamente um ser humano inocente. Se quem usa esses métodos [dis­positivo intra-uterino, pílula do dia seguinte] tem consciência - normalmente isso não acontece porque as pessoas são enganadas - de que a sua utilização pode matar um ser vivo na sua fase embrionária está a cometer um homicídio.

Então a mulher que toma a pílula do dia seguinte deve ir parar à cadeia?
Isso é complicado do ponto de vista penal, porque nun­ca se pode ter a certeza de que houve um aborto. Mas há algo que me parece claro: o Estado ultrapassa as suas com­petências ao permitir a venda da pílula do dia seguinte e ao financiá-la através do Serviço Nacional de Saúde.

Quando publicou esse anúncio, muitos sacerdotes conde­naram a sua posição e afirmaram que tinha feito uma inter­pretação abusiva do Código de Direito Canónico. Como comenta?
Temos de compreender a ignorância dos outros.

Concordaria com o fim do celibato para os padres?
Não.

Porquê?
O celibato é uma riqueza enorme. Jesus Cristo casou com a Humanidade e participar deste celibato de Jesus Cristo, deste servir a Deus com o coração uno e indi­visível, é muito enriquecedor.

Amar alguém e concretizar esse amor interfere em quê na relação com Deus?
Não interfere.

Então por que razão os padres têm de estar obrigados ao celibato?
Hipoteticamente, é possível um Papa revogar essa dis­ciplina. Ela pode ser mudada, não é um dogma. Mas tem razões teológicas de fundo e está alicerçada na tradição da Igreja desde o início.

É fácil contrariar o desejo sexual?
Deus dá-nos essa capacidade.

Como só entrou para o seminário aos 25 anos, suponho que já te­nha feito amor com alguém. Nunca sente desejo de voltar atrás?
O combate pela castidade é um combate até ao fim da vida. Mas a satisfação interior que resulta de não ceder à tentação compensa qualquer outra coisa. Servir a Igreja representa uma alegria enorme.

In O Independente – 10. 02. 2006
Entrevista a P. Nuno Serras Pereira conduzida por José Eduardo Fialho Gouveia

E para quem pensava que eu me esquecia, aqui ficam os atrasados....

DIA 22 DE MAIO
No dia 22 de Maio comemoram-se duas festividades:

O Centenário do Nascimento de Herge.





O Aniversário de Ricard Wagner





DIA 19 DE MAIO
Se fosse vivo, faria no dia 19 de Maio 117 anos Mário de Sá-Carneiro.



Quase

Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...

Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...

Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...

Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...

Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

É Tudo igual!



NEE



Simplesmente Javardos!

Citando o Prof HNO: "nunca como agora a promiscuidade entre a prostituição e a política foi tão evidente... Ou o sexo como meio de ganhar votos..."

Agora é na Covilhã...

... e o PSD a perder mais uma Camâra.



Gostava de saber o que haverá no PSD? É que tudo o que é desta gente vai lá parar.

Que ricos amendoins

8º, 9º, 10º.... Quem mais quer ser candidato?

António Costa, Carmona Rodrigues, Fernando Negrão, Garcia Pereira, Helena Roseta, José Pinto Coelho, José Sá Fernandes, Manuel Monteiro, Ruben de Carvalho, Telmo Correia.
Ninguém mais se oferece?
Daqui a pouco até eu sou candidato a camâra de Lisboa...

Our Heart Will Beat As One



"Eu pensava que o amor trazia a paz completa, mas não traz.
O amor só traz fragilidade; não traz mais nada.
O amor traz um mundo de coisas boas, mas há sempre um preço a pagar. Qual? Essa sensação de que somos muito vulneráveis. Há uma balança entre a vulnerabilidade e o que de bom existe no amor. E é aí que está, realmente, todo o mistério.

Não sou uma pessoa pessimista. Se eu fosse pessimista nem sequer faria música. A ideia do pessimismo está muito ligada à inércia, à ideia de que tudo é negativo e não vale a pena o esforço para mudar.
Não estou inerte.

Não tenho uma visão muito romântica da vida. O meu mundo é muito mais real do que romântico.
O romântico é o idealista, aquele que sonha com coisas que geralmente não acontecem.
Aos 32 anos tenho uma noção muito clara das coisas. Não romantizo. Dentro da sua imperfeição, as coisas reais são muito mais fáceis de compreender através do optimismo.”

David Fonseca

Wednesday, May 16, 2007

O José até é porreiro...



O nosso primeiro-ministro é tão bonzinho, que até nos quer facilitar a vida para conseguirmos um lugar como o dele.

Queres dizer-nos alguma coisa José?

Obrigado, tiveste uma ideia brilhante: é que com uma lei destas o processo sobre o teu curso deixa de fazer sentido, pois mesmo quem não tem licenciatura pode chegar ao topo.

Tuesday, May 15, 2007

As Lições de Marques Mendes para o próprio!

1ª Lição


2ª Lição


3ªLição


Apesar de todos os apresentados possuírem processos em tribunal (uns mais do que outros), o PSD não pode alegar que por essas causas não os apoia, pois se as usar, fica a pergunta: então porque os apoiou antes?
É necessário ainda lembrar que os dois primeiros, sem PSD, ganharam as respectivas câmaras. Com o terceiro logo se verá...
O PSD perdeu todas. E a de Lisboa não deverá ser excepção...

Monday, May 14, 2007

Sunday, May 13, 2007

UM TERRORISTA NO PANTEÃO?



Por favor, leia e assine a petição.

Carta

Num blog aqui da vizinhança, encontrei uma carta de um parente, que muito aprecio e aqui deixo para que a leiam:

Artigo do Dr. Luís Canavarro*

Senhor Primeiro-Ministro

Excelência

Escrevo na qualidade de médico das carreiras hospitalares e faço-o numa publicação profissional por julgar que o assunto é do interesse de todos os meus colegas.

Dirijo-me ao Estado, entidade abstracta, meu empregador,que V.ª Ex.ª, por força das últimas eleições, legítima e indiscutivelmente representa.

E, desde já, asseguro que não me move qualquer intuito político. Debalde poderá V.ª Ex.ª buscar qualquer filiação partidária, que não tenho, nunca tive e julgo nunca terei. Tampouco achará V.ª Ex.ª no meu curriculum atitudes de reivindicação, de reclamação ou de contestação, fora do mais estrito âmbito laboral. Esta carta é tão-somente um pedido de decência nas relações de trabalho com a minha entidade patronal, ditada pelo frustrar do que cuidava serem as mais legítimas expectativas.

Quando há mais de um quarto de século aceitei começar a trabalhar para o Estado, fi-lo na convicção de que era uma entidade recta e íntegra ou, como em linguagem vulgar se diz, uma pessoa de bem.

Não o é, como ao longo dos anos vim constatando:

O Estado é um gestor ruinoso do bem comum, que todos pagamos. As contas públicas não deixam margem para dúvidas.

O Estado é caloteiro, paga pouco, tarde e mal mas, reciprocamente, é o mais temível dos credores. Basta ver como nega o princípio da compensação.

O Estado é iníquo e corrupto. Confirme-se, a cada nova ronda de eleições, o baile de apaniguados a ocupar furiosamente os lugares públicos, sem concurso, sem justificação e, pior que tudo, sem competência. De tal situação, deu V.ª Ex.ª o mais despudorado exemplo.

O Estado denega a Justiça. Ao recusar criar condições para uma laboração rápida e exemplar dos tribunais, ao legislar diplomas dúbios, efémeros, se não contraditórios, perpetua-se o primado do acordo de circunstância ou do acto administrativo sobre o que devia ser Justiça, límpida e rigorosa.

Mas, ainda que tenha criado do Estado uma tão má imagem, nunca julguei que se pudesse chegar a violar princípios fundamentais do Direito, como o da não retroactividade das leis. Princípios que fazem parte dos direitos, liberdades e garantias universais de cujo reconhecimento Portugal é signatário. Ao que parece pouco convicto.

Declarou V.ª Ex.ª publicamente a suspensão da progressão nas carreiras e o aumento da idade da reforma. A menos que se trate de mais uma afirmação para não cumprir, a que V.ª Ex.ª nos vai habituando, tal representa, pura e simplesmente, legislar com efeitos retroactivos à data de início do contrato de trabalho - 26 anos, no meu caso.

Ora, quando me vinculei à Função Pública, foi-me asseverado que teria o meu direito à reforma aos 60 anos e à progressão na carreira conforme prevista nos regulamentos aplicáveis.

Os descontos a que fui sujeito ao longo destes anos a favor da segurança social não são mais um imposto, mas sim uma quantia que é minha e que confiei ao Estado para que a guardasse, investisse e finalmente provesse à minha reforma, segundo os termos acordados.

Nas recentes medidas económicas de excepção, sacrificou V.ª Ex.ª, uma vez mais, aqueles que pagam, sempre o fizeram e assim continuam.

Quanto à oligarquia de riqueza ostensiva, na qual se inclui a classe política, continua arrogante, impune... e não tributada.

No outro extremo, marginais que nunca trabalharam são encorajados a jamais o fazerem, mediante subsídios da Segurança Social, numa pedagogia leviana e suicidária, conquanto que eleitoralmente muito rentável.

Não sendo político não necessito de ser politicamente correcto. V.ª Ex.ª sabe, por demais, a quem maioritariamente são entregues os subsídios da Segurança Social: àqueles grupos étnicos que, justamente, perfazem o grosso da nossa população prisional.

Assim, in limine, o subsídio é, na realidade, um suborno pago aos marginais para os manter controlados. Dada a maneira como V.ª Ex.ª trata as polícias e a magistratura faz todo o sentido. É mesmo muito inteligente e pragmático.

Não sei é se será ético mas, olhando em redor, essa é uma palavra em desuso.

Ora o certo é que a Segurança Social não vive das contribuições dos políticos, - reformados ao fim de oito exaustivos anos de trabalho. Vive das nossas.

E V.ª Ex.ª, ao alterar, de forma unilateral e, repito, retroactiva, o contrato que me ligava ao Estado, denunciou esse contrato.

V.ª Ex.ª decerto concordará que, se não fosse o Estado mas uma pessoa individual a praticar estes actos, tal teria um nome pejorativo e uma sanção penal. Assim como se se tratasse de uma empresa ou qualquer outra entidade patronal haveria, indiscutivelmente, lugar a uma indemnização por quebra de contrato.

Pelo que, reportando-me aos princípios de equidade que seria suposto regerem o país, peço em meu nome, e dos médicos das carreiras públicas, igualdade de tratamento com os senhores deputados da nação, naquilo que V.ª Ex.ª muito bem definiu como «justas expectativas».

Respeitosamente.

Coimbra, 28 de Junho de 2005

* Assistente Hospitalar Graduado de Psiquiatria nos HUC

Wednesday, May 09, 2007

O espirito Democrático é muito grande, que nem se contém....

Quando o espírito democrático é muito, é difícil de conter, mas podiam fazer um esforço....

Ignorância ou Contradição?



No programa Prós e Contras da passada segunda-feira, que foi - supostamente seria dedicado ao debate entre a esquerda e a direita - dedicado ao debate sobre o futuro de França.
Presentes pela Esquerda: a "referência" Mário Soares e Miguel Portas.
Pela Direita: Adriano Moreira e Paulo Rangel.
No meio do debate Miguel Portas decide criticar Sarkozy por ele querer resolver o problema dos "imigrantes ilegais".
Pergunta até o próprio: "Mas como é possível chamar de ilegal a um ser humano?"
É de cair para o lado. Ao que parece, ele já não se recorda, que há cerca de um mês atrás, fez campanha contra a vida humana? O ser humano não pode ser chamado de ilegal, quando se encontra num situação que não é legal do ponto de vista jurídico e social, mas já se pode matar até às dez semanas?
As contradições vão-se acumulando.
A estas juntam-se as criticas de Mário Soares a Bush e as lições de economia, que são muito curiosas, visto não irem bem de acordo com a política de José Sócrates.
Num programa destes salvou-se um homem: Adriano Moreira (que falta nos fará ele um dia!)
Já estamos habituados...

Saturday, May 05, 2007

Curioso



Semelhanças?
Será isto fruto do acaso?
Será imitação?
Não sei, mas são parecidos!

Friday, May 04, 2007

Hoje é Dia de São Carlos



L'Italiana in Algeri de G.Rossini

Pela Verdade


Abril Prsões Mil

Livro

Para oferecer ao Engenheiro - bolas enganei-me outra vez! - ao doutor - também não... - ao senhor - não sei se merece... - ao José Socrates - assim está bem - uma obra de valor:



Espero que aprenda!

Ulrich Beck: O Futuro da Europa



O sociólogo alemão diz que o aparecimento de líderes populistas de extrema-direita, como o austríaco Haider, é uma das variantes do futuro, na Europa.

Ulrich Beck acha que o sex appeal da ideologia liberal está a diminuir e adverte sobre os reflexos nacionalistas e étnicos libertados pela globalização. O «pensador da modernidade» toma posição sobre o conceito de Leitkultur (cultura dominante) alemã, a possibilidade de proibir os ultradireitistas do Partido Nacional Democrático - NPD - e a imigração. Defende o compromisso de cidadania, na sociedade civil, e é um assessor muito procurado, que não se deixa manipular nas operações de relações públicas dos políticos. Aos 56 anos, tem essa combinação de erudição, capacidade de entusiasmo e gosto pela vida, que faz de alguns alemães personagens atraentes. Recebe-nos, num dia feriado, no seu gabinete do Instituto de Sociologia. Vestido com roupa desportiva, o professor trabalha num edifício deserto. Ao chegarmos cedo demais, encontramo-lo a procurar algo para comer, numa gaveta. O resultado da busca é um prato de amendoins que desaparecem durante a conversa.

VISÃO: No recente livro de entrevistas, Freiheit oder Kapitelismus (Liberdade ou Capitalismo), diz que os partidários da globalização estão na defensiva. Em que nota isso?
ULRICH BECK: A globalização é um termo nebuloso, um conceito complicado, em que cada um empacota aquilo que considera especialmente negativo e pretende refutar. Por trás do conceito de globalização, é costume ver uma ideologia neoliberal do domínio do mercado mundial, uma lógica capitalista que tende a reduzir a política e a democracia, e a organizar todos os domínios segundo o modelo económico. É muito importante distinguir entre «globalismo» e «globalização». (Globalismo é uma ideologia, é a ditadura neoliberal do mercado mundial. Globalização é uma palavra inventada para designar o processo de superação dos contextos nacionais que afecta os fenómenos políticos, sociais, culturais e económicos). A ideologia do globalismo ocupa uma posição central, mas muitas coisas na nossa sociedade não se limitam ao contexto do Estado nacional. Temos experiências e biografias que já não respondem ao padrão da identidade nacional. A reacção a tudo isto pode ser o «antigloba-lismo». Embora a ideologia neoliberal tenha dominado nos anos oitenta e noventa, e também hoje em muitos domínios, há sintomas de que o seu sex appeal ideológico, a sua força de convicção, está a diminuir.

V.: Em que se baseia para dizer isso?
U.B.: Onde quer que se reúna o Banco Mundial ou o Fundo Monetário Internacional, espera-se que os antiglobalizadores se organizem, coisa que fazem com grande eficácia. Os antiglobalizadores conquistaram a tribuna da opinião mundial do mesmo modo que os globalizadores. Quando analiso a simpatia com que este fenómeno é tratado na Alemanha, inclusive pêlos diários conservadores, posso reconhecer, como sociólogo, que a falta de legitimação do neoliberalismo aumenta de forma clara. Aqueles que representam esta ideologia no Banco Mundial ou noutras instituições repetem argumentos que não convencem ninguém nem atingem o público. As instituições que impulsionam a globalização argumentam a partir de um vazio de legitimidade, já que não têm nenhuma autoridade democrática e não sabem responder quando se lhes pergunta em nome de quem falam. Um terceiro aspecto tem a ver com o ponto central do meu diagnóstico. Vivemos numa sociedade de risco mundial. Nos domínios da tecnologia, do meio ambiente e também dos mercados financeiros há muitas circunstâncias imprevisíveis, embora os especialistas julguem poder controlá-las e calculá-las.

V.: É o que descreve em Chernobil Económico? Refiro-me ao seu conceito de um risco qualitativamente novo, que ocorre na segunda modernização e que, pelas suas consequências temporais, espaciais e sociais ilimitadas, ultrapassa o conceito de risco controlável próprio da primeira modernização.
U.B.: Temos visto esse fenómeno nos mercados financeiros, na crise da Ásia e da América do Sul e, em parte, na Rússia. A rapidez com que as correntes de capital fluem de um lado para o outro e abandonam uns países para investirem noutros, implica um risco considerável e tem um efeito político crescente. Por isso se coloca a necessidade de uma globalização responsável, que permita aproveitar as oportunidades e recriar a política para que conserve a sua capacidade de acção face à economia.

V.: Quem são os sujeitos políticos dessa tentativa de moldar a globalização?
UB.: São grupos, em partidos políticos ou em países concretos, são novos movimentos sociais, são também governos e chefes de governo que têm um interesse crescente em não andar segundo a batuta dos actores económicos. Em torno da globalização, produziu-se um conflito entre o transnacional e o nacional. Até agora, temos pensado nos conflitos de classe, no contexto de Estados nacionais, mas agora acontece algo diferente. Por um lado, temos uma certa classe transnacional, elites que impulsionam a globalização. São directores dos grandes conglomerados, são determinados agentes, nos partidos, nos governos e nos ministérios, cuja política responde a um programa de globalização e se dirige à abertura dos Estados nacionais e à liberalização. E são também as organizações não governamentais, que querem realizar uma abertura política transnacional. Contra a globalização temos um grupo heterogéneo, constituído pêlos que se consideram perdedores, incluindo uma parte da elite. Do ponto de vista económico, representam sectores que operavam em mercados nacionais. Na política, os que acreditam que o nacional perde o seu poder devido às redes transnacionais. E também a esquerda, convencida de que a globalização mina o projecto da democracia. E estão os que advogam a recuperação do carácter nacional e até étnico da política.

V.: Falou do «autoritarismo democrático» como forma de reconciliar princípios que se excluíam mutuamente e referiu-se a Tony Blair, como modelo para os ganhadores da globalização, e ao austríaco Jòrg Haider, como modelo dos perdedores. Como funciona esta divisão do trabalho?
U.B.: Na Europa, são os elementos reaccionários, e não os novos projectos, que têm mais oportunidades. O «modelo Haider» aposta na renacionalização e no regresso do factor étnico, mas também se adapta à globalização, ao estar aberto às novas possibilidades técnicas de controlo interno que esta lhe confere. O isolamento da Áustria foi um conflito instrutivo. Não se pode esquecer que o impulso para isolar a Áustria veio da Alemanha e da França, mas não do Reino Unido. A União Europeia quis distanciar-se claramente, o que é muito importante, se tivermos em conta as tendências na Europa de Leste. Por outro lado, os Estados da União Europeia imiscuíram-se na política interna da Áustria e vimos um exemplo fracassado de política europeia transnacional.

V.: Acha que podem aparecer novos Haider na Europa?
U.B.: Creio que sim. Creio que se trata de uma das variantes do futuro na Europa. Se compararmos Haider com o fascismo alemão, vemos que o nacional-socialismo foi uma resposta relativamente sistemática aos desafios da perda de identidade combinada com impulsos modernizadores baseados em premissas fascistas. Haider carece de semelhante concepção sistemática. O que faz é tentar adoptar elementos do globalismo, como, por exemplo, a necessidade de uma reforma do Estado social, e combiná-los com a redefinição da identidade e a revalorização do factor étnico. O debate interno alemão sobre o Cartão Verde - o programa de imigração de especialistas informáticos - mostra as limitações do modelo de Haider.

V,: Porquê?
U.B.: O Cartão Verde põe à prova a tese de Schrõder, segundo a qual a economia que se globaliza tem um programa de acção política e não está interessada apenas na exploração, mas também num desenvolvimento democrático. Schrõder é muito optimista nesta matéria e eu discuti vivamente com ele. No debate sobre a Leitkultur, que decorre agora na Alemanha, surgiu uma coligação entre o Governo vermelho-verde actual e o empresariado. Com os seus interesses cosmopolitas e abertos, o empresariado apoia a abertura do Governo e isso contribuiu para afastar os partidos conservadores. Mas resta ver se se impõe a ideia de facilitar a imigração ao «estrangeiro rentável» ou um conceito cosmopolita, que prevê o reconhecimento do outro como «outro» e também como enriquecimento, e não apenas como um produto da necessidade.

V.: Que entende por Leitkulturl
U.B.: Na Alemanha, existiu uma certa compreensão cultural da nação. O Estado cultural estava em oposição à identidade política e esta característica foi decisiva na catástrofe que a Alemanha causou no último século. A tentativa de utilizar a cultura alemã como uma premissa selectiva para a integração da diversidade está muito arreigada na tradição alemã e não é uma fórmula casual. A definição dos alemães como sociedade civil começou, possivelmente, a ter efeito, pela primeira vez, com o fim da RDA, mas até agora não se transformou numa componente da autodefinição dos alemães num sentido radical, como em França ou no Reino Unido. As contribuições que os alemães deram para a cultura estiveram abertas ao mundo. No século XVII e XVIII, teve lugar uma animada discussão sobre o cosmopolitismo. O conceito de Leitkultur procura negar a relação entre nacionalidade e abertura ao mundo.

V.: Vê perigos nacionalistas noutros países europeus?
U.B.: Há tensões em todos os países europeus. A globalização liberta o reflexo nacionalista. Mas o essencial é até onde estão dispostas a opor-se as elites políticas para faxer com que os processos de abertura beneficiem um número crescente de pessoas.

V.: Que acha da campanha organizada pelo Governo alemão contra a ultradireita, a xenofobia e o racismo?
U.B.: Nos anos noventa, segui, com crescente mágoa, as actividades da ultradireita na Alemanha. A ultradireita não só expressou xenofobia e exerceu a violência, como pretendeu ser portadora de «valores progressistas», como atacar pessoas até as matar, e isso foi aceite pelas elites políticas. Esta situação rompeu-se no Verão passado. Creio que a proibição do NPD seria uma decisão importante, que daria à sociedade o sinal de que existe um limite para a direita. Os ultradirei-tistas não têm a impressão de atentar contra as normas. Sentem-se protagonistas da emancipação. Antes negavam a existência do Holocausto e agora dizem que não bastou matar 6 milhões.

V.: Fala de uma primeira e de uma segunda modernidade. Como se manifesta a segunda modernidade na Europa?
U.B.: A segunda modernidade é a modernidade reflexiva, que se vive a si mesma como problema. Os sociólogos não dispõem dos conceitos adequados para descrever as novas realidades, como, por exemplo, a família. No aspecto normativo, pode dizer-se que a Europa, que foi a descobridora do moderno, verificou que a sua descoberta é um produto deficiente. Devemos actuar como um empresário que constata o fracasso do produto que fabricou e tem que o rever a fundo, não só num discurso europeu, mas também num discurso global transnacional, que inclua os países pós-coloniais, porque estes têm diferentes experiências com a modernidade que nos podem servir.

V.: Está decepcionado com a política da Terceira Via?
U.B.: De início estava muito decepcionado, sobretudo porque tinha a impressão de que era praticada por amadores que, em minha opinião, não tinham compreendido as regras básicas da política. Praticar uma política moderna significa explicar sempre as medidas que se adoptam e conseguir o apoio de uma maioria. A tentativa da velha social-democracia de restabelecer o pleno emprego de acordo com um velho modelo é que me parece ingénua. Em minha opinião, fracassará, porque temos que distinguir entre o pleno emprego, tal como foi concebido até agora, e este pleno emprego frágil que abarca um sector cada vez mais amplo da população. É preciso aceitar os contratos de trabalho flexível, de jornada reduzida, e os trabalhos informais, e isto implica unia estrutura laborai completamente diferente. Os políticos não entenderam de todo o problema da abertura transnacional. Não sei se os sociais-democratas estarão na disposição de solucionar este problema-chave, que não gostaria de ver nas mãos dos conservadores.

V.: O trabalho continua a ser um dos direitos humanos?
U.B.: Sim, e também a construção da sociedade civil. Considero problemática a ideia de que a identidade se constrói em função do trabalho. Temos identidades mais complexas, somos pais ou mães, cidadãos activos. A sociedade moderna deve reconhecer a pluralidade de facetas e organizar a mobilidade de modo a que nos possamos concentrar temporalmente noutros aspectos, seja a família ou o compromisso social, sem passar dificuldades económicas por isso. O trabalho, como actividade laborai regulada, deve desempenhar um papel mais limitado na vida e deve ser repartido de outra forma. Para isso, advogo o trabalho cívico como modelo.
El País/VISÃO

in Revista Visão, 7 de Dexembro de 2000

Wednesday, May 02, 2007

1º de Maio

Festeja-se o dia do Trabalhador.... sem trabalho!

Portugal - A maior taxa de Desemprego da zona Euro.

Tuesday, May 01, 2007

Fui um rapaz do meu tempo...





"Se me droguei? Fui um jovem do meu tempo..." disse José Sócrates à Visão de 8 de Outubro de 1998.
É este o nosso primeiro-ministro.

Coitadinho do Morais Sarmento. Através de histórias como esta sofreu bastante... e o governo caiu.