Sunday, June 03, 2007

O Esquecimento da Desgraça



Passou algum tempo desde que ouvi as palavras de Jorge Sampaio no almoço de apoio à candidatura de António Costa à presidência da câmara de Lisboa.
O ex-presidente da república portuguesa apelou aos lisboetas para que, nestas eleições, não votassem tendo em conta a ideia que têm do actual governo.
Ora, sendo ele um político e supondo eu que ele conhece a política que se faz nos dias de hoje, sabe que todos os argumentos disponíveis para mostrar que António Costa é o (segundo querem fazer crer ou supor) melhor candidato são "bons produtos publicitários" e, por isso mesmo, sabe que este não é um bom argumento.
Sou a favor da separação das águas, e também penso que a estas eleições são uma coisa diferente daquilo que é o problema do Governo. Mas também não esqueço que António Costa era ministro deste governo e defensor das ideias que são a causa de inúmeros problemas com os quais vivemos hoje.
Por isso mesmo é impossível não me recordar daquilo que o PS já "deu" - ou não deu se formos mais objectivos - e por isso não posso estar satisfeito, ou mesmo prever coisas boas desta candidatura.
Mas se dúvidas houvesse quanto a esta (suponho que não será só minha...) questão, Jorge Sampaio retira-as, quando apela aos lisboetas para esquecerem a actuação do governo Sócrates e votarem em António Costa.
Fica agora claro que o problema do governo não é apenas uma questão de simples ideologia. Não é uma teimosia da esquerda ou da direita. É um problema claro que qualquer pessoa minimamente razoável pode reconhecer.
Perturba-me então a questão: como é possível sobreviver um governo de que todos se queixam e que avança com projectos e ideias que ninguém apoia como a OTA?

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