Sunday, December 31, 2006

Porquê?

Ainda me estou a questionar o porquê!



Saddam Hussein (28/04/1937-30/12/2007)

Saddam Hussein foi concerteza um dos mais sanguinario ditadores. Matou milhões de pessoas, para além de liderar, com uma fortuna enorme)um país que era na sua quase totalidade pobre.
Fez coisas horrorosas, eu sei. Toda as pessoas o sabem.
Mas continuo a questionar-me, e pergunto da forma mais honesta e humilde(atenção: eu estou mesmo a perguntar),
O que é que ganhamos nós com a morte se Saddam Hussein?
Que ganharam os Estados Unidos?
Qual é vantagem de o ter morto?
O que justifica isto?

Por favor, se alguém quiser ajudar-me....agradecia!

Pode ser que eu esteja só numa crise sentimental e de visão humanista do mundo.
Mas não creio muito nisto....

The Partisan Seed

Hoje descobri isto na fnac!



Já há muito que não ouvia uma coisa assim. Som puro. Melodias simples. E que me agarraram logo da primeira vez que as ouvi.

"Filipe Miranda foi vocalista e um dos mentores dos já extintos Kafka. Agora a solo, com The Partisan Seed, apresenta um estilo livre de composição e interpretação, pura escrita de canções de inspiração pessoal e descomprometida. Privilegiando as mensagens das letras, que vivem entre o amor e a melancolia, The Partisan Seed pretende revelar um profundo auto-retrato do compositor, através de um fluxo de canções despretensiosas, introspectivas e sinceras.

«No mundo da música há três tipos de compositores. Os que compõem canções vulgares, aqueles que têm talento e, por fim, os que têm sons a correrem-lhes nas veias. Filipe Miranda, através do projecto The Partisan Seed, é um desses casos... estamos perante um exímio escritor de canções. The Partisan Seed é mais que um alter-ego... apresenta-se como um filão de canções que se passeiam pelas formas mais variadas da música. Acima de tudo é uma voz apoiada por sons. Uma voz tocante e perturbadora. São projectos e pessoas assim que fazem da música uma das mais belas manifestações artísticas de sempre.» (Jorge Baldaia, Divergências)

«Deliciosos temas que nos deixam a pensar, fazendo-nos acreditar de novo na pureza da música.» (Vítor Pinto, Fenther)

«A arte de The Partisan Seed é crua, livre e íntima; de melodias simples, de som sem artifícios nem subterfúgios, apenas de pequenas coisas, serve-se de uma mensagem interiormente forte, melancólica, que a todo o momento nos faz recostar e recordar.» (Rui Dinis, A Trompa)

«Íntimo. Rente ao coração.» (Nuno Ávila, RUC)"

Retirado de honeysound.com

Aqui ficam os links deste projecto portugês:
honeysound
The Partisan Seed no MySpace

Espero que continuem.

Monday, December 18, 2006

Curiosidades de um País Musical!

Hoje relia o artigo de Filomena Martins sobre a rádio portuguesa. E concordo com tudo o que ela diz: As rádios nacionais passam pouca música portuguesa! É um facto, mas não é novo.
No entanto coloca-se a discussão: a música cantada em inglês por portugueses também é considerada portuguesa?
Eu penso que sim, mas isso nada interessa. No entanto a Senhora Filomena Martins queixa-se de não ouvir a sua língua natal enquanto vai em viagem de Lisboa para o Algarve, e que isso deixa a sua filha completamente irrequieta. É compreensível....
Mas apesar de todas as queixas que faz no seu artigo no Correio da Manhã, que passam desde a crítica aos D'ZRT, e a imagem do país atrasado que a rádio pretende passar aos direitos de autor e às músicas roubadas da net. Ele esquece-se daquele ponto principal que todos no atiram à cara: a rádio procura ser o reflexo das preferências dos ouvintes! Se a música não passa é porque os ouvintes não pedem, ou porque segundo os inquéritos feitos, a maioria prefere o que é estrangeiro.
Agora surgem as várias hipóteses:

- Povo deseducado (também por culpa das rádios), não habituados à música portuguesa;

- Música portuguesa mal patrocinada e mau apoio de promoção ao trabalho;

- Cd's a altos preços;

- Espectáculos ainda mais caros;

- Mistura e irregularidade de artistas portugueses;

- Etc.

Com certeza haverá muitos mais problemas, mas acho que muitos destes ainda ninguém se lembrou.

La Féria E o Rivoli



Não sou nenhum entendido no assunto. Ao mesmo tempo, não deixo de pensar que posso opinar num caso destes.

Ontem nas notícias, vi que a Câmara do Porto decidiu entregar o Teatro Rivoli a Luís Filipe La Féria. Rapidamente e como sempre a televisão mostrou as reacções contra a decisão.

Não é que eu não perceba a opinião do senhor Francisco Alves, mas penso que não afectará tanto como pensa a vida teatral da cidade.



Luís Filipe La Féria não é nenhum reles criador de teatro. La Féria é o maior e melhor encenador Português. E em toda a sua vida tem feito espectáculos maravilhosos que têm tido audiências fabulosas. Não me parece a mim que deixe de ser um homem do teatro apenas por concorrer à gestão do teatro Rivoli. Parece-me sim que também quer ganhar a vida, mas perderá o seu curriculum de homem das artes, só por isso?

Penso que o melhor é esperar para ver. La Féria já mostrou que é bom e tenho a certeza, tal como muitas pessoas deste país, que ele pode dar muita qualidade e grandes espectáculos à cidade do Porto, pois ele é de facto muito bom naquilo que faz. Já tivemos provas disto: a musical Amália, o My Fair Lady, a Maldita Cocaína, são obras de La Féria que não podemos ignorar.

Vamos lá: dêem pelo menos uma oportunidade ao Senhor La Féria.
Não corramos o risco de mandar para fora deste país mais um dos "grandes" que passaram por aqui e que, até hoje, tanto fizeram por nós.

Friday, December 15, 2006

Sociedade Hipócrita!



Augusto Pinochet (1915-2006)


Há um ditado que diz: "não faças aos outros, aquilo que não gostas que te façam".
Por esse lado, até posso compreender os chilenos.

No entanto, vivemos num mundo onde aclamamos direitos de justiça e perdão. Em que em vez de nos preocuparmos em ensinar às crianças a cultura e a história, preferimos fingir que somos bons e caridosos (palavra que até já hoje perdeu o significado, por tantas vezes ser usado). Que em vez de ensinar o que é a verdade, transmite "ideias", afirmando que só através delas o homem é feliz e livre para poder escolher. Mundo este que ensina às crianças que ser amigo dos mais fracos é ter pena deles.
Se acham bonito o que se faz no Chile neste preciso momento, perguntem-se a vós próprios se estão certos ou errados.

É numa sociedade de paz e de justiça como a que queremos construir que se festeja a morte de uma pessoa?
É numa sociedade que se afirma justa, que apela à liberdade, que defende a justiça, que se diz a favor da verdade que se regozija com a morte de alguém?
É neste mundo justo que a sociedade quer viver?
Nesta justiça que apenas proclama que "Há Liberdade" e que ela é desculpa para tudo?

Não nego que houve quem sofresse. Não nego que houve quem fosse injustiçado. Mas ergo a minha voz para gritar justiça num momento em que, ao ver-se morrer um homem, que já à mais de 30 anos estava fora de qualquer vida pública, se festeja de forma gloriosa.

Um nojo é aquilo que já se fez e ainda hoje se faz! Situações descontroladas desculpadas pelo argumento do: "à e tal, as pessoas estavam oprimidas e agora libertaram-se! É compreensível...."

Compreensível era que ficassem em casa quietos e calados, enquanto aqueles que choram a morte de um homem, a teem que viver.

Sociedade hipócrita de valores falso que apenas apela à vingança, numa atitude de: "olha, se ele fez, eu também posso fazer! (mesmo que quando ele o fazia, eu o condenava por isso).

Eu tenho vergonha de viver numa sociedade destas.

E, já por ventura alguém contatou que o numero de mortos poderá não ser muito diferente ao da era dos ditadores se liberalizarem o aborto?
AH... esquecia-me! Nunca ninguém contará os bebés mortos nas estatísticas....

Hipócritas!

PS: Gostaria de saber quem é a senhora Isabel Allende, para ela não querer que os filhos de Pinochet recebam a sua herança?
Se calhar eu também posso ir ao Chile, e dizer que os seu filhos também não devem receber o que ela lhes deixa...não?

Tuesday, December 12, 2006

Artista/Fã



Nos últimos tempos tenho pensado muito nesta relação: Artista/Fã.

- do Ing.(E.U.A.) fan, abrev. de fanatic, fanático; s. m., pessoa que tem grande admiração por certo artista popularizado pelo cinema, teatro, televisão, rádio, música, etc. .

(penso escusado apresentar a definição de artista!)

Confesso que para mim será um exagero o uso da palavra fanático para definir fã. Sou fã de vários artistas, e no entanto não sou fanático. Ou se o sou, sou de forma saudável. De qualquer forma, penso que seria melhor a palavra admiração em vez de fanatismo.
No entanto, não deixa de ser curioso, como podemos sentir o que quer que seja por alguém que "brilha" no cinema, teatro, televisão, etc. Como é possível gostarmos de pessoas que nos são tão estranhas, e tão distantes. Como é possível sentirmos o que quer que seja por estas pessoas, que na maioria dos casos nunca vimos, ou se vimos, foi numa sala de espectáculos ou com mais um milhão e meio de pessoas, e a cerca de 10 metros de distância.
A verdade é que estes seres de quem gostamos tanto sem nunca os termos visto, e que nem sabem quem somos ou sequer que existimos, provocam em nós sentimentos e expressões. Não é novo ouvirmos por ai frases tão simples como: "obrigado, fizeste-me sentir compreendido", "obrigado, pois o que fazes é lindo" etc. ou até mesmo, "obrigado por me fazer sentir parte de algo". Palavras sinceras, de quem se sentiu tocado por algo, sem que, por vezes, saiba porquê. Por alguém que começa por se sentir participante em algo sem saber bem porquê. Ou melhor, muitas vezes até o sabe, mas não o sabe explicar.
Posto assim tudo isto, a verdade é que se pode gostar de algo sem nunca o termos visto. Termos apenas visto, lido. "Longe dos olhos, Longe do coração" cai assim por terra. Não preciso de uma presença aqui para gostar do que quer que seja. E também essa presença de alguém pode ganhar várias formas.

Assim se percebem imagens destas.


Monday, December 11, 2006

Shiuuu! É Música!



Mr. Tom Waits playing Take me Home

Sunday, December 10, 2006

E agora: Um Pouco de Cultura!

"Se queres ser alguém, dirige um jornal"

Os dois últimos espectáculos a que assisti foram: o concerto do David Fonseca, e o filme/musical Chicago em DVD.

Começando pelo último, o filme baseado na peça de Maurine Dallas Watkins, é uma verdadeira obra-prima do cinema. Grandes actores, excelentes desempenhos e uma história fenomenal. Assim é fácil vencer os 6 Óscares da academia de Hollywood (incluindo o de melhor filme). Um poço de jazz, cheio de movimento e cor, que derrete qualquer assistente e o faz ficar preso até ao último minuto do filme.Uma mistura de musica, teatro e direito

O filme conta a história de duas mulheres, que apesar de bastante diferentes, procuram a liberdade e a fama. Juntamente com isto dá-se uma mistura de cor, som e dança que fazem extasiar qualquer pessoa.Roxie Hart (Renée Zellweger), uma jovem fascinada com as promessas de Chicago de 1929, ao ver que o seu amante não cumprirá a promessa de lhe arranjar emprego como bailarina e cantora no famoso Vaudeville, mata-o. Na prisão conhecerá Velma Kelly (Catherine Zeta-Jones), uma conhecida cantora e bailarina no clube onde Roxie desejava trabalhar, e que foi presa após ter morto o seu marido e a sua irmã, depois de os ter apanhado juntos.Ambas conhecem através de Morton (Queen Latifah), a encarregada da prisão, o famoso advogado Billy Flynn (Richard Gere) que nunca perdeu um caso que envolvesse mulheres.

Ele apresenta-se como a única salvação para fugir à morte, que não acontecia em chicago à mais de 40 anos.
Através dele, ambas conhecem a fama, que no entanto é bastante passageira.

No entanto Roxie, com o seu ar inocente, acaba por brilhar através de alguns métodos que o seu advogado lhe propõe e que segue meticulosamente.
O Advogado ganha no filme o papel de elemento fundamental para o desenrolar da acção, e atrai-me no filme, para além deste facto, a actualidade que tem, sem fugir à caracterização fiel dos anos 20/30.
Confesso que nunca fui um grande fã de Richard Gere. No entanto, este filme converteu-me.
A cena de sapateado que protagoniza, ou a dança inicial em que participa e com que é apresentado no filme (que está representada na fotografia), são de uma genialidade enorme. A sua personagem é fabulosa: o advogado perfeito, que da cliente apenas quer o dinheiro, e que vence todos os casos, sempre da melhor forma e da mais eficaz.
A cena que protagoniza no tribunal é fabulosa, aproveitando toda a capacidade de expressão e a de Roxie para comover e convencer o juiz. A maneira que tem de utilizar a média é uma das suas maiores armas, e através dai, dá a liberdade ás suas clientes, dando a Chicago, a imagem de uma vítima inocente que foi injustiçada.
Não sendo um advogado honesto no que toca à defesa, é impossível não gostar desta personagem. Inteligente, perspicaz, com sentido de humor, e com uma capacidade de expressão enorme e de que faz um excelente uso em tribunal.
A vitima que Billy faz de Roxie através da comunicação social e meio caminho andado para que o juiz a declarar inocente.
E é aqui que reside a actualidade do filme: no poder da comunicação social.
Um Filme Genial. Com músicas fabulosas, e com danças deliciosas.
Um guia ideal para qualquer advogado que pretenda alcançar o sucesso.
Um filme ideal para quem gosta de bom cinema.
Quanto à música, não sei se consigo ser tão imparcial.
É para mim um orgulho ter um artista como o David Fonseca a pisar os mesmos locais que eu.
As três horas de concerto que deu na aula magna, são a prova da qualidade e dos bons momentos que proporcionou a toda aquela plateia. Desde "Angel Song" a "How do you keep Love Alive" de Ryan Adams, passando pelo medley dos top 10 dos anos 80, o David Fonseca deu um concerto como à muito não assistia. Seguro, entusiasmante, contagiante, um concerto que misturou música, imagem, sonho e mistério e que proporcionou a todos os espectadores momentos inesquecíveis que se podiam testemunhar nas caras e nos comentários das pessoas que se encontravam à porta, no final do concerto. Permitiu também conhecer um lado humorístico do cantor português, que tantas vezes é esquecido e ignorado e mesmo desconhecido, devido à imagem que muitas vezes a comunicação social transmite, de que o David Fonseca é apenas um saudosista depressivo.


Thursday, December 07, 2006

Obrigado!

Ontem percebi que não sou um incompreendido!

Fui ontem assistir ao lançamento da plataforma "Não, Obrigado".
São estas iniciativas que se devem louvar neste país. Um grupo de cidadãos apartidários, livres e que exercem a sua liberdade democrática dentro dos limites permitidos, que lutam ainda nos dias de hoje pela verdade.
Não procuraram ofender o "sim", mas demonstrar que a questão que se coloca no dia 11 de Fevereiro é a liberalização total do aborto até às 10 semanas, e não aquela frase que procuram atirar aos olhos das pessoas de que o que está em causa é a liberdade da mulher.
O resultado do inquérito realizado pela universidade Católica, faz-me sentir muito compreendido, visto que já num post anterior o havia referido (num tom um tanto irónico), e coloca também uma questão engraçada na sociedade: Como é que alguém pode abortar quando na maioria, os inquiridos são da opinião que vida humana começa "desde o momento da concepção" (54,2 por cento) ou "desde o momento em que bate o coração" (20,7 por cento)?

Outro ponto a ter em conta, mas que até hoje ninguém revela é que, na sua maioria, (75,6 por cento) as mulheres que atravessassem um momento de dificuldade ou dúvida sobre a sua gravidez, gostariam de ser ajudadas e apoiadas para poderem ter o bebé.

Porque é que o estado em vez de votar o aborto e ajudar a criar estas mães a ter os filhos, vai investir em clínicas especializadas em abortos?
Mais uma vez este grupo de indivíduos que apoiam o "Não" me fazem sentir que não estou só no mundo! Tal como à algum tempo escrevi, não será melhor e da preferência da generalidade, que o dinheiro dos impostos dos portugueses fosse para outras coisas que não abortos?
E que tal o ensino?
A Ajuda de berço?
As Irmãs dos Pobres?
etc...

Para terminar, queria só relembrar que, além de tudo isto e segundo as estatísticas europeias, a liberalização do aborto nos vários países da Europa resultou num aumento do número de abortos e não resolveu os problemas os tais problemas sociais de que tanto se fala.

Por tudo isto, não se esqueça, dia 11 de Fevereiro vote:

Saturday, December 02, 2006

Natal em Lisboa



Mais uma grande fotografia de Lisboa!

retirada de:
http://noticias.sapo.pt/foto.html?id=2

Eu estive lá!

Hoje enquanto escrevia um mail ao David Fonseca, lembrei-me do serão agradável que passei (ainda com o Salvador cá em Portugal) com o João Gil.
Achei por bem recorda-lo(posta-lo!).
Este foi o texto que o próprio escreveu no seu blog sobre essa noite:


"A luz ao fundo


Meu velho amigo,
não duvides,
isto anda perigoso.
À violência da representação cartonista ocidental,
a resposta violenta que não se fez esperar.

Mudo a agulha,
falo-te de uma iniciativa em que participei,
que de tão inédita e tão interessante
faço tudo para a expandir,
com toda a minha força.

Participei num encontro promovido por várias famílias
em que abertamente se discutiram assuntos,
que no meu caso, implicitamente tiveram incidência evidente
na Música Portuguesa dos últimos anos
e no ensino, e não só mas também, na razão proporcional
de uma actividade física a começar na primeira infância.
Este encontro deu-se numa sala de estar de uma casa privada.
Toda a gente sentada em silêncio activo.

Imagina tu
que este tão pequeno evento privado
insuflaria de tal maneira,
que todos aqueles nos quais as pessoas confiaram a sua memória,
escritores, pintores, filósofos, políticos, jornalistas, etc. etc.
iriam em tournée gigantesca pelas famílias de Portugal, que se
preocupam e investem na qualidade do tempo que passam com os filhos?

Terias aqui um belo exemplo de partilha, em que as mentes se questionariam mais do que a fatal opinião formatada
por televisões de qualidade duvidosa, inevitavelmente fariam, e... fazem.

Acredita que a utopia tem um túnel cuja luz
lá no fundo adquire todas as colorações que quiseres.

No fundo... uma questão de imaginação."

João Gil

Retirado de:
http://joaogil.blogspot.com/2006_02_01_joaogil_archive.html

Friday, December 01, 2006

Carta à Persistência

Querida Persistência,

Não quero desperdiçar mais o meu dia.
Não quero perder mais tempo de vida.

Quero amar o meu Deus,
A realidade, tu e
A minha família.

Conseguirá o Homem viver sem Deus?
Não
Conseguirei eu viver sem ti?
Não!
Serás tu o meu Deus?
Talvez...
Ou pelo menos eu vejo-O em ti.

Ou podes ser um sinal?
Quem sabe um rosto?
Não queres ficar comigo para sempre?

É porque é um desperdício
Perder tempo com quem não nos ama.
Ou pelo menos quem não quer o nosso amor...

Ah! Faz um esforço! já estou farto!
Já não quero voltar a sair
Sem saber o que fazer,
E não viver
Intensamente o real.

Não me quero dispersar
Com o que não interessa,
Nem desperdiçar
A vida que me resta.

Salva-me!

Vá lá!
Só tu podes faze-lo!
"Fazes?"

Thursday, November 30, 2006

A Longa Espera.....

Persistência - s.f., qualidade do que é persistente; acto de persistir; constância; perseverança.

Persistir - do Lat. persistire v. int., continuar a existir; ser constante; perseverar; permanecer; durar longo tempo; insistir; perdurar; teimar.

Há sempre alguém desencontrado.
Há sempre alguém atrasado
Num encontro,
Mesmo quando se trata
De um grande Amor.

Há sempre alguém que falta à hora combinada.
Que deixa outra desesperada
Numa espera,
(Sobretudo) por um grande amor.

E eu não sei se é o destino
Que nos separa aos dois,
Se tenho medo, se não tenho tempo
Ou se guardo tudo para depois;
Apenas sei que na minha vida
Ainda não nos encontramos os dois.

E tenho pena sabes?
Ainda me recordo quando sorria
Enquanto olhava aquela tua fotografia
E o meu coração dizia para mim:
Maria! Maria!

Ainda me lembrava daquela ansiedade
Daquela vaidade,
Daquelas noites em que não dormia,
E recordava, Maria,
Aquele dia em que nos conhecemos!

Foram tantos sonhos – Tolices!
Tantos desejos – Parvoíces!
Obsessão romântica que fazia
Ouvir na telefonia
Em cada música um nome: Maria.

Mas talvez tenha que ser assim!
Talvez sejas mais feliz sem mim!
E agora satisfeito com a decisão,
Posso anunciar a resolução do coração:
Fim!

P.S.:
Cá te espero.
Talvez um dia procures por mim.
Eu estarei aqui a esperar por ti.
Revela-te!


Saturday, November 18, 2006

Porque em Portugal também se pode sonhar...




É por estas coisas que eu gosto do meus País!
Grande Lisboa! Grande Paisagem!
Grande Fotografia! Grande Fotógrafo!



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Imagem retirada de http://noticias.sapo.pt/foto.html?id=4

Friday, November 17, 2006


Queria que fosse sempre Outono,
Que me pudesse perder entre estações,
Que o tempo parasse, e o corpo,
Fosse eterno como a alma.

Queria que fosse sempre Outono,
Que houvesse sempre outro início,
E não doesse em mim a mancha
De um caminho mal percorrido.

Queria que fosse sempre Outono,
Para que o Inverno fosse somente,
Um ainda distante presente.

Queria que fosse sempre Outono,
Que eu não crescesse nunca,
Nem me soubesse livre.

Tuesday, November 14, 2006

E ainda mais uma vez...

Neste país não há serviços de urgência suficientes...
Não há clínicas suficientemente equipadas para receber doentes...
Não há clínicas suficientemente equipadas para prevenir e tratar o cancro...
Não há dinheiro...
Não há escolas...
Não há hospitais...
Fecham-se Maternidades...
Não há condições para um doente adquirir um pacemaker...
Não há dinheiro para as reformas
Há pessoas sem casa...
Há pessoas a morrer há fome...
Há um índice de idosos muito elevado...
Há um enorme número de desempregados...
Há um enorme número de senhoras que querem ser mães e não podem...
Há tantas coisas...

E agora ainda querem legalizar o aborto....
E como ele, construir clínicas próprias para tal...

Mas afinal há dinheiro ou quê?

Com franqueza!

Saturday, November 11, 2006

Friday, November 03, 2006

O Cornudo, o Burro e a Vaca!

E agora um pouco de parvoisse sobre o tema!



Comecemos pelo fim!

A Vaca

Penso que o mais obvio dos 3 animais, o mais fácil de explicar e a vaca.
Racionalmente, só o nome "vaca" representa já algo na sociedade de hoje.
Cada vez mais, a vaca ganha peso na sociedade, o que não é de estranhar, visto que cada vez mais se entranha na sociedade portuguesa a cultura de tarados.
Pois bem, as "vacas põem-se a jeito" e pimba: daqui a nove meses, bebe pela certa.
E depois que se faz?
Hoje neste país propõem o aborto.

Passando para o Cornudo!

Tal como a vaca, o cornudo começa a ganhar peso na sociedade, principalmente graças ao trabalho da "vaca", mas isso são outras contas.
A relação que pretendo fazer é simples e nada tem a ver com a vida familiar e doméstica. Ou pelo menos não tanto como pretendem.
Ora pois bem. O cornudo é por si só um elemento que possui uma córnea, quer ela seja palpável ou não. Faço-me entender? Não? Então vejamos...
Para além do tradicional animal cornudo que é o toiro (muitas vezes também designado por boi, ou mesmo vaca!!!), começa a surgir um pouco por todo o mundo, uma nove geração de cornudos - o tradicional homem a quem a mulher, devido às suas travessuras, o engana, e lhe coloca aquilo que na gíria se costuma definir como "um valente par de cornos" - que só agora se percebeu que tem uma certa afinidade com o burro, mas isso depois se verá. Não só esta raça existe, mas depois existe outra que reclama um par de cornos na cabeça, sem ninguém perceber muito bem porquê. Esses Costumam encontrar-se junto de praças de toiros, fazendo campanha contra a tradição nacional e a opressão e violência que, dizem, é exercida sobre os animais. Ora o cornudo, como homem pensante, procura (penso eu!!!) procurar a coerência, sendo que prefere proteger os familiares, ou seja os toiros, as vacas, e os animais chifrudos, em vez de crianças, que são tão frágeis, que nem um par de cornos têm para se defender. "Os animais Sim! As pessoas Não!" ou "Quanto mais conheço os homens, mais gosto dos animais" são algumas das frases que proclamam por ai!
Não se importam de sofrem injustiças pelos animais, mas preferem comete-las a votar numa lei que pretende matar criancinhas.
"Não arranquem a pele ao bicho, Mas espetem uma faca no bebe" - que incoerência!! Mas que festival é este? O bicho é um coitadinho que não se pode defender?
Então e o bebe?

O Burro

O burro é a terceira hipótese do português que vota pelo aborto, mas que no fundo e o resultado dos outros dois!

Pobres animais!!!

Ou Portugal é um país muito infiel, ou não se percebe como há tanta preferência pelos bichos e tanta violência contra as crianças!!!!

Votem NÃO se não querem ser animais.

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Imagens retiradas respectivamente de:

http://matias.skocir.escornudo.com/

http://www.lewiston.k12.id.us/staff/sbranting/special.htm

http://www.uco.es/~cc0semop/animales/paginas/image14.htm

Tuesday, October 31, 2006

A caminho da Anarquia!



ANARQUIA - Do Grego an-, y arke, contrario de autoridade.

Oh meu Portugal para onde caminhas?

Ontem no Programa Prós e Contras da RTP, deparei-me com o ridículo e horrendo caminho que o meu país está a percorrer.
Mais uma vez se invoca a história.

Olhando para o passado, reparasse no crescimento de liberdade que se verifica. Há 50 anos o aborto ou os casamentos entre homossexuais seriam impensáveis. Hoje a liberdade permite que estes assuntos sejam discutidos. No entanto, se no tempo de Salazar se queixavam da censura, hoje pode dizer-se que nada parece ter adiantado. O país pouco ou nada evoluiu nesse sentido, ou então, assim parece.
Nos dias de hoje é frequente ouvir a frase: "andámos nós a lutar contra o regime, para hoje sermos na mesma oprimidos". Curioso: não teve sucesso a revolução?
Passando à frente.
O Homem é dotado de uma capacidade de que pouco se serve: a razão, e uma outra de que muito se serve: uma vontade de querer sempre mais.
No programa de ontem, Prós e Contras, verifica-se bem o que acabo de dizer.

Uma senhora faz uma intervenção que vou tentar recriar da forma mais fiel à verdade:
"Já estou farta de ouvir aqui falar que não se quer condenar a mulher. Então pergunto porque não se liberaliza o aborto? Essa é a única solução de não enviar mulheres para a cadeia."

Gostaria de explicar a essa senhora alguns pontos que creio que ela não deve conhecer!

Sabe que vivemos num estado democrático, num estado de direito.
O direito serve para regulamentar a sociedade. Regular as relações entre pessoas.
O que propõe é algo tão ridículo, que só pode ser considerado se vivêssemos num estado anarquista.
Se eu fosse apanhado bêbado a conduzir seria preso. Mas é claro que eu não quero ser preso. Ora para eu não ser preso, vamos abolir a lei que me proíbe de beber caso conduza?
Se eu matasse alguém, eu seria preso, mas para eu não ser preso iríamos abolir a lei que afirma é proibido matar?
Vamos abolir todas as leis só porque não gostamos das consequências que nos impõem quando não as cumprimos?
Se as mulheres não querem ser presas não abortem!
O estado não tem nenhum prazer em prender pessoas, porque para além de todos os inconvenientes que traz a nível familiar ou social, ele constitui mais uma despesa para o estado.

Seja razoável e não queira ter tudo.

Saturday, October 28, 2006

Assim Não Portugal!

Num país onde tantos individuos se orgulham de dizer que lutaram contra o regime;
Num país onde tantos se gabam de terem lutado por uma democracia;
Num país que se afirma livre;
Num país onde um homem governou durante 30 anos;
Num país onde uma cambada de ladrões, gatunos e chupistas fizeram uma revolução a que chamaram "sem sangue" e que roubaram tudo, inclusivamente aquilo a que não tinham direito;
Num país que se "orgulha" de ser "liberal"
Num país onde tantas coisas acontecem,

É vergonhoso que num programa de televisão onde se procura saber quem foi o maior portugues de sempre através da votação dos portugueses, se discuta se Salazar deveria estar na lista e se faça campanha para não se votar em Salazar!

É esta a liberdade Proclamada?
É este o país democrático que tanto é gabado?
É este o país livre?

Ou a Liberdade será só evocada para liberalizar o aborto e os casamentos homossexuais???

É para isso que a liberdade serve?

Assim, é vergonhoso viver em Portugal!

E afirmo com convicção:



Eu votaria Dr. António Oliveira Salazar!

Tuesday, October 24, 2006

Onde há Guerra, Há Paz!


Líbano

Porque a realidade também é positiva!
Pena é que estas imagens nunca apareçam nas primeiras paginas dos motores de buscas

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Imagem de http://noticias.sapo.pt/foto.html?id=46

Epopeia

Cá no meu País,
O amor é vivido intensamente,
Não como em Paris
Onde o amor é coisa feliz,
Mas sim de forma doente.

Aqui o amor é entrega,
É romance, é paixão.
É Garrett, é Camões,
É um amor de corações,
Aqui o Amor é de perdição.

Aqui o amor é sufoco,
É tristeza é devastação.
É a razão de cada dia,
É a mais alta euforia,
Aqui o amor é desilusão.

Aqui o amor é excitação,
É fogo, é sofrimento.
Faz parte do nosso ser,
Aqui o amor é querer,
Aqui o amor não é mero sentimento.

Aqui o amor é tragédia,
É luta, é inferno.
É Pedro e Inês,
É tal como Deus o fez,
Aqui o amor é eterno.

E eu nunca visitei o teu lugar,
Nem sei como é sitio tal,
Mas desconfio,
Que mesmo ao pé do rio,
Aí não se ama como em Portugal.

A Superioridade do Indivíduo



Por vezes gostava de ser superior!
Não me preocupar com politicas, nem discussões de ética ou de moral.
Gostava de me poder sentar aqui e falar do que me apetece, do que realmente importa.
Escrever sobre as coisas que nos acontecem e nos aquecem a alma.
Os nossos tempos bem passados.
A nossa Razão.
A nossa chama.
Mas depois de alguns minutos de ilusão, eu caio em mim.
Lembro-me que toda a politica é muito importante e que não é apenas a "coscuvilhice" que as pessoas fazem dela.
Que a vida é resultado de onde voto.
É resultado da minha escolha.
E que os problemas como o aborto, a eutanásia, etc. não são apenas problemas de "não ter dinheiro" ou "condições", mas sim de vida ou de morte.

Wednesday, October 11, 2006

Curiosidades deste País

Não esperem que neste pequeno parágrafo eu revele tradições nacionais raras. E muito menos esperem dele um pequeno roteiro de Portugal, onde eu indicaria grandes locais cheios de luz e história, ideais para portugueses e turistas visitarem.
Não! Tudo o que este parágrafo faz, é colocar uma questão. Se em Portugal, a taxa de idosos é de cerca de 20% e ainda mais se espera nos próximos anos, valerá a pena legalizar o aborto? Num país que precisa de crianças e jovens, será que se deve aprovar uma lei que apenas inviabilizará mais o rejuvenescimento da população portuguesa? Ou será que apenas se deve divulgar os Morangos com Açúcar e implantar (ainda mais???) em Portugal a chamada "cultura da fod*" para revitalizar o país?
Será esta a solução?

(para mais informações ver, por exemplo:
http://www.p3msolutions.com/portal/ficheiros/Rede_Cuidados_Continuados.pdf )

A Luz da Noite




A Luz da noite
É a mais propícia para sonhar.
É nela que sonho contigo,
Sentado na sombra do luar.

Curiosamente, é na noite
Onde corre a brisa e a escuridão
Que mais sinto tudo,
Desde o cansaço, aos problemas do coração.

Não é o sono
Que me ocupa nestas horas.
É uma vida não vivida
Porque anseio sem demoras.

És tu, os meus sonhos,
Os meus medos e desejos
Que vibram ainda mais em mim
Nesta noite de confissões.
É o meu eu que aqui se revela,
Se mostra, tímido e receoso,
E cheio de ilusões.
Sou eu.

Saturday, October 07, 2006

O Seu Filho Uma Ova!!!!

Excerto de uma conversa entre Médico e Paciente durante uma ecografia.

Médico (apontando para o ecrã) - Sabe o que é isto minha senhora?
Paciente - Não acredito Senhor Doutor. É O MEU FILHO!!!
M - Desculpe?
P - O MEU FILHO DOUTOR.É O MEU FILHO!
M - Tem a certeza?
P - Tenho! Claro que tenho! Mas o que se passa Doutor? Não se vê que é o meu filho? Há algum problema? Diga-me Doutor. Que se passa?
M - Quer dizer...problema não há. Eu sei que é o seu filho, mas acho estranho a senhora dize-lo.
P - Mas porquê Doutor? É o meu filho! É normal as mães preocuparem-se com os filho! Não é?
M - Tem toda a razão! Mas é que nunca vi um pouco de, como dizer... "nada", passar a filho!
P - Desculpe?
M - É que ainda à uns tempos a ouvi dizer que um feto até as 10 semanas não era nada. E lembro-lhe que este tem apenas 8. Tem a certeza que isto é o seu filho?

Tuesday, October 03, 2006

Nas Aldeias Sós de Portugal!


Jean-François Millet
French Painter, 1814-1875


Quem me dera ser pastor
E ter apenas ovelhas para guardar.
Não ter problemas
Nem de horas nem de amor,
Ter apenas ovelhas com que me preocupar.

Quem me dera ser pastor
Numa daquelas aldeias sozinhas.
Onde não houvesse ninguém
Que soubesse o que é a dor:
Nem pastores, nem ovelhas, nem vizinhas.

Se há tanto pastor infeliz
Que habita só numa aldeia de Portugal,
Porque raio, logo eu,
Que queria ser pastor solidão,
Teria que morar na capital?

Era tudo o que queria
E não pedia mais nada.
Pois sozinho eu não poderia
Nem amar nem sofrer,
Nem magoar nem perder,
Nem sequer viver.

Wednesday, September 27, 2006

Faz da Vida um Sonho

Faz da vida um sonho,
e tudo correrá bem,
e tudo será melhor e mais belo
e espaço haverá também
para a arte, cultura e ciência,
farás então da vida
a tua melhor experiência!

Dá-te por inteiro
Aos que nada te pedem
transpõe as barreiras que te impedem,
de viver aquilo a que te propões!

Sunday, September 24, 2006

Talvez é o Mundo!



Talvez o mundo de hoje esta baralhado
Ou apenas eu esteja perdido.
Talvez as senhoras de hoje estejam doidas
Ou apenas o meu conservadorismo me cegue.

Talvez as coisas sejam demasiado rápidas
E eu demasiado lento.
Talvez o mundo ande de mais
E eu não o acompanhe.

Talvez amanhã ela diga sim.
Talvez amanhã ela diga não.
Talvez alguém me dê um sentido,
Talvez amanhã não chova.

E é nesta sucessão de "talvez"
Que agora se define o mundo.
Alguém me pode dar uma certeza?
Olha...ela disse que não.

Thursday, September 21, 2006

Rodopio

O tempo passa,
e leva pedaços de nós
consigo, que enlaça
e transforma continuamente;
sem darmos conta, crescemos
e vemos que na vida
tudo acontece naturalmente.

O mundo transforma-se à minha volta,
olho-o de esguelha, de coração vazio,
e procuro uma página solta,
para escrever e embelezar
e melhorar todo este rodopio.

28/07/2005

Sunday, September 17, 2006

But I Still Haven't Found What I'm Looking For



Morais, 16 de Setembro de 2006

Caro Senhor Bono,

há muitos anos que oiço a sua música e que sou um dos seus maiores fãs. Mas deixe-me apresentar-me: Sou de Portugal, da região de Trás-os-Montes, de uma pequena vila chamada Morais e por aqui todos me tratam por Baptista. Escrevo-lhe em busca de algumas respostas, que eu creio, só o senhor me pode responder.

Sabe, eu já corri o mundo. Bem, eu não corri bem o mundo: voei por ele, mas não de avião, que isso é muito caro. O meu veículo é o que aqui se chama de Sonho. Conhece?

Nesta viagem conheci milhões de pessoas. Todas elas diferentes entre si e diferentes das que conheço aqui. Não sei bem como definir.
Sai de Portugal e corri toda a Europa; e depois a Índia, a América e só depois África. No entanto devo confessar-lhe que me sinto um pouco desiludido.

Parti de Portugal com a intenção de descobrir alguém que me correspondesse (e não apenas aquele "alguém" que desejo ter comigo para o resto da vida - porque para mim (é como dizia a, minha mãezinha) o casamento é para a vida!), alguém que me definisse e que me soubesse dizer quem sou. Aqui sinto-me (e sou!) apenas um estranho. Não me encaixo em lado nenhum. Ainda hoje não sei de onde venho e ao que venho. Nos meus amigos apenas vejo pessoas com quem falo e partilho as aventuras e desventuras da vida. Não há ninguém que, de facto, me pertença e não pertenço a ninguém. Ainda hoje estou perdido. Ainda sou apenas um estrangeiro. Nada me faz e em nada me revejo. Nada me prende.

Mas acredita Sr. Bono, que em lugar nenhum do mundo eu encontrei um lugar onde eu dissesse eu verdadeiramente? Onde eu fosse verdadeiramente eu?
Confesso que tudo isto me atormenta mais que o frio que faz aqui nas montanhas, e me tira mais o sono que o café que a minha querida mãe faz.

É por tudo isto que lhe escrevo.
É porque continuo sem encontrar aquilo que procuro.
É por isto que acho que talvez o Sr. me possa ajudar.
O senhor encontrou aquilo que procurava?
Pode indicar-me um caminho?
Peço-lhe que me ajude, como uma criança inocente e perdida pede à sua mãe quando está presa e anseia liberdade.

Com os melhores cumprimentos e um grande abraço cheio de admiração e respeito

Batista.

Saturday, July 29, 2006

A Hunter Patch Adams...

Não há que temer a morte
Se vivente na verdade.
Ou pensas que Deus
se daria ao trabalho de morrer
se não hovesse mais nada,
se houvesse apenas morte.

A nossa vida pode ser só dor,
Cansaço(e sobretudo isso: Cansaço).
Mas isso só revela que ela
é muito superior a nós.

O homem que caminha cansado,
Pesam-lhe os braços
E do seu nariz pinga suor,
Ele, vive a vida.

Do homem que sofre,
Doi-lhe o coração
E dos seus olhos escorrem lagrimas:
Esse homem vive.

Do homem que pensa,
O homem que sente
E por vezes revela amor e raiva,
Ele nada mais faz, que viver.

E isso cansa-o?
Chateia-o?
Doi-lhe?
Fa-lo Sofrer?
Sim, talvez...

Mas isso só revela
que a vida lhe é superior,
E que por isso,
Nada contra ela deve atentar.

Não te condeno meu caro
Mas enganas-te se pensas
Que Ele não vale a tua vida.

Não quero que te mates,
Quero apenas que vivas com sentido.
Ou pensas que todos esses teus sonhos e ideias
Nascem apenas de ti?

Achas que o quue escrevo vem de mim?
Talvez, se virmos a sua fraca qualidade,
Mas aquilo com que tu ambicionas e sonhas
é grande de mais
para poder provir so do homem.

Sim, Ele merece a tua vida.
Merece muito mais do que isso,
Mas no entanto, Ele quer que a guardes
E uses para o bem.

Sinto a tua dor comigo
E sei o quanto ela era boa,
E sim, eu sei que custa,
mas tal como sabes,
A sua beleza era grande demais.
O seu empenho demasiado infinito.
Mas não tens que te culpar.
Ao querer ajudar, ela acabou por morrer.
Mas não foi culpa tua, não foi a tua ajuda que a matou.
A tua ajuda apenas a levou para um lugar melhor,
Um lugar seu, onde pode viver em paz.
O local para que ela foi destinada,
e onde é revelada a si na totalidade.
Porque Deus é assim:
Quando cumprimos tudo, leva-nos, ou imobilisa-nos;
Quando não cumprimos, vai-nos dando oportunidades para cumprirmos.
(o que por vezes não conseguimos e nos extinguimos, e o resto só depois veremos)

Cumprimentos do teu admirador

Vasco Inocêncio Marçal

Monday, July 17, 2006

Luta da vida???? Deve estar enganado...

Estava agora a ler o Diario de Noticias e dou de caras com esta noticia:

http://dn.sapo.pt/2006/07/17/nacional/sim_aborto_referendo_e_combate_vida_.html


Confesso que ainda contenho uma certa irritação depois de ler isto.

Em primeiro porque "luta de vida" será de todos os titulos o menos indicado(como e que se coloca uma palavra como "vida", numa campanha que pretende aprovar o aborto); em segundo lugar, porque já estou farto deste assunto.

Estamos sempre a discutir os mesmos assuntos. Só porque a lei que o PS propõe não foi aprovada em devida altura, voltamos a votá-la. Deverá ser assimaté ao dia em que ganhem as eleições. Depois... disso já não se fala.

Outro ponto é esta cultura do "por a jeito", para não dizer pior. Sabemos lá com quantas pessoas nos encontramos na rua, que só nasceram por esta lei que pretendem aprovar não existir. Se são felizes? Não sei. Ninguém sabe. Só eles.
Mas sejamos razoáveis. Agora só porque e muito bom ir para a cama, e muito bom ter relações, vamos fazer isto todos os dias e depois vamos livrar-nos de responsabilidades. Se não querem crianças infelizes, não as criem.
Em vez de ensinarem e incentivarem as pessoas a ter relações, procurem preveni-las.
Assim evitam-se tristezas maiores do que as que se pretendem evitar.

Sunday, July 02, 2006

Confissão!

Peço desculpa aos leitores deste blog, a fraca postagem que ele tem tido, mas tudo tem uma razão, e eu vou explicar a minha.
Confesso que tenho pensado muito, e tenho um certo medo de escrever. Não por nenhum motivo especial, mas por um medo de ser parcial ou de falar erradamente. Não é dificil cair-se em erro, e desatar a falar de coisas, que por muito que tenhamos opinião, poderá não ser cem por cento certa.
Por isso(e assim me defendo), peço desde já desculpa quando "mentir" ou errar, mas isso é normal no homem, e como veem, não o farei por querer.

Tuesday, June 27, 2006

Regressou....


Pois é....

Voltou....

Passado pouco tempo....

Regressou!

É inacreditável!

É impossível!

Não aguentou muito tempo longe...

Não suportou a distância!

Ele voltou...

Ele Voltou,

Ele Voltou!

Regresou o Jornal Blitz ás bancas desde 21 de Junho!

O que é bom nunca acaba!

(e como o Blitz voltou às bancas, espero também eu estar de volta a este blog)

Sunday, June 18, 2006

Pois é de pequenino....

Estava a circular pela internet e dei de caras com esta noticia!

"Países com mais cábulas são também os mais corruptos"
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=232593

Pois é.... é de pequenino que se torce o pepino!

(pedimos desculpa pela postagem ser pequena, mas os exames deixam pouco tempo!)

Tuesday, June 06, 2006

Ultimamente

"Ultimamente tenho pensado e reparado no meu mundo. É bem verdade que ando feliz. Vivo uma felicidade só minha e que só me é possível através do contacto com outras coisas. Coisas que me são dadas. Coisas que por vezes além de objectos, são rostos e nomes. Não nego que por vezes fico triste. Mas ultimamente estou feliz.
Sempre vi na verdade a fonte de tudo o que hoje existe. Mas as pessoas tem o dom de aldrabar significados, e hoje eu já não sei o que devo pensar que é a verdade. Já cai neste planeta da incerteza, onde tudo é abstracto e nada é certo. Onde tudo é incerto, onde cada um tem o seu significado, cada um tem a sua interpretação, a sua verdade. Uma verdade que sempre foi muito simples e fácil de encontrar. Pelo menos é o que me parece, através da minha experiência. Olho à minha volta e vejo a verdade que há em mim. E existe tanta. Mas será esta verdade diferente da que te rodeia? Não sei.... Mas tu chamas-lhe outra coisa, e por vezes até chegas a querer apagar a minha. Vou-te contar Luís a minha história.
Eu sempre fui um homem de fé. Sempre tive amigos. Mas ultimamente tenho reparado que algo mudou. Nunca te escondi o que penso sobre muitos assuntos, e até hoje as coisas foram normais. Hoje reparei no que ultimamente se tem passado. Desde que manifestei a minha opinião sobre um tema que em nós existe em comum, a tua reacção, e também o teu comportamento se alteraram, mas nunca percebi porque. É verdade que posso ter ofendido os teu princípios e a tua experiência, e que também me rejeitei a seguir, aquele que Deus pôs na minha frente na vida, para seguir aqueles que me deram vida, mas sempre pensei que isso me ajudasse a ser mais teu amigo, e nunca um chato ou mesquinho homem, que apesar de, em tempos ter sido o teu melhor amigo, agora é um mero conhecido que tens(apesar de gostar de ti tanto como gostava, mas as circunstancias não permitem mostra-lo), e com o qual preferes manter distancia. É como a minha história com a Ana. Preferiu aquele que lhe mentia e a fazia sonhar, do que a mim, que apenas dizia a verdade. Mas também confesso que não é o único. Bem sei que todos aqueles que conheces (e que tem a mesma experiência que nós,)e me conhecem, dizem o mesmo. E para vocês eu sou apenas uma besta. Talvez fui em tempos um daqueles que poderia fazer numero e pertencer a uma mera elite de um grupo de pessoas que procura encontrar a verdade, e que agora, apenas porque discorda com alguma coisa, e um mero elemento que obstrui o caminho. Mas eu estou cansado de seguir a vossa verdade. Vou seguir aquela que me foi dada. A que me foi introduzida por aqueles que escolheram para me acompanhar e ensinar a viver. Porque essa é a verdade que eu conheço, e essa tem razões. Não se limita a um ceder à obediência. Alias obediência essa que é muito importante, mas controlada. Porque obediência sem limites é loucura. Não vou espalhar a razão como método de alcançar a verdade, e depois cair no inconsciente, na acção por mera ordem superior, que nem se percebe qual é razão. Nem obedecer por uma razão simples e de ultima hora, que no fundo não seja mais que uma desculpa. Porque isso é muito triste.
E bem sei que agora para vocês já não sou o mesmo. Agora sou talvez um revoltado. Uma besta qualquer. Sim uma besta qualquer, porque agora eu já não estou no mesmo circulo que vocês. Já não sirvo para fazer o que fazia antes, só porque contei a verdade.
Que triste!
Mas mesmo esta tristeza agora não interessa, porque eu estou feliz. Feliz pela companhia de coisas, pelo conhecer pessoas; pela verdade. Uma verdade que reconheço em cada coisa que me é dada e me dá alegria. Uma verdade que está aqui, e que só ultimamente descobri.

E a vida continua eu continuo a gostar dela. Maria! Maria! espera por mim..."

Vasco Inocêncio Marçal

Wednesday, May 31, 2006

O Título sem "Palha" nem Filosofia!


Quando criei um blog, não tinha como objectivo mostrar que penso na vida e na existência. Cada um terá a sua interpretação do que acontece na sua vida, quer isso possua um só significado ou não. Se fosse para isso faria o blog sozinho. Mas não.
Quis então criar um blog para manifestar opiniões, ou informar quem quer que seja que leia este blog, sobre todo o tipo de notícias que me apeteça comentar.
Tenho lido dúvidas, opiniões e comentários sobre o título deste blog, e por isso, como elemento que o baptizou, vou por um ponto final nesta questão. Chega de polémica.

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa simples. Não gosto de teorias.

E que proponho é simples: Que tal olhar para o título de uma forma simples, sem teorias demasiado profundas ou filosofias?

Não digo que nenhum leitor tenha razão naquilo que diz, mas peço que se limitem àquilo que as coisas são. Se eu quisesse complicar teria feito um blog de ciências ou de matemática. Mas eu apenas criei um blog, onde alguns amigos escrevem textos.

“(…)Uma vez, a uma mesa do restaurante Tavares, reunimo-nos alguns amigos: o conde de Ficalho, o Ramalho Ortigão, o Oliveira Martins, o António Cândido, o Carlos Lobo de Ávila e eu. Lembrámo-nos de criar uma sociedade, como muitas que havia já noutros países da Europa. Um lugar onde pudéssemos conversar, debater problemas intelectuais... enquanto se comia. O Ramalho foi quem lançou a ideia e Oliveira Martins quem sugeriu o título, inspirado num comentário de La vie à Paris, de Jules Claretie sobre os grupos jantantes que aqui existiam. Dizia Claretie que esses jantares eram reuniões em que se encontravam os intelectuais «attristés souvent, bien changés, les uns glorieux, les autres battus de la vie». E Oliveira Martins disse: «Battus de la vie! Eis o que nós somos também - Vencidos da Vida. Propusemo-nos dar ao país «Vida Nova» e somos afinal de contas uns Vencidos da Vida».
(…)
Os Vencidos ofereceram o mais alto exemplo moral e social de que se pode orgulhar este país. Onze sujeitos que, desde há seis anos, formaram um grupo, sem nunca terem partido a cara uns aos outros; sem se dividirem em grupos de direita e de esquerda; sem terem nomeado entre si um presidente e um secretário perpétuo; sem arranjarem estatutos aprovados no Governo Civil; sem emitirem acções; sem possuírem hino nem bandeira bordada por um grupo de senhoras 'tão anónimas quanto dedicadas'; sem serem elogiados no Diário de Notícias, estes homens constituem uma tal maravilha social que certamente, para o futuro, na ordem das coisas morais se falará dos onze do Bragança como na ordem das coisas heróicas se fala nos onze de Inglaterra.”

Adaptação de textos de Eça de Queirós, em http://www.vidaslusofonas.pt/eca_de_queiros.htm

Lendo o excerto do texto, será tão simples (para quem nos conhece) identificar certas semelhanças com a nossa vida. Quantas vezes não estamos “nós” na minha casa a discutir sobre variadíssimos assuntos enquanto comemos. Obviamente não pus um nome ao acaso. Mas também as minhas razões nada têm de complicado. Parece-me bastante claro que também procuramos sempre a conclusão certa, a solução mais correcta, aquela que possa ser válida e que seja verdadeira, porque se não, porque discutiríamos? E claro que quando é verdade procuramos viver com ela e espalha-la por todos. Para que quereria eu a verdade? Para dizer que me pertence? Não!
E por fim somos um grupo de pessoas que nunca partiram “ cara uns aos outros;”nunca se dividiram “em grupos de direita e de esquerda; sem terem nomeado entre si um presidente e um secretário perpétuo; sem arranjarem estatutos aprovados no Governo Civil; sem emitirem acções; sem possuírem hino nem bandeira bordada por um grupo de senhoras 'tão anónimas quanto dedicadas'; sem serem elogiados no Diário de Notícias(…)”, etc.
Por tudo isto, e também por ser um admirador dos escritores da Geração de 70, eu dei este título a este blog, acabando (penso eu) assim com todas as duvidas.

Sunday, May 28, 2006

Ainda a propósito do título

Quando a Inês diz que «o artista não se prende a burocracias, nem tão pouco a avaliações externas, porque só ele tem consciência do verdadeiro valor da sua obra», eu tenho de dizer que não concordo com ela.
Não que eu considere que o artista tenha de se prender a burocracias ou que deva estar totalmente dependente de avaliações externas, porque, de facto, há sempre elementos pessoais em qualquer obra que podem passar imperceptíveis a sensibilidades menos apuradas ou a inteligências mais obtusas.
É o caso d' Os Maias quando se pretende dizer que a grande questão do livro é o confronto de dois métodos educativos diametralmente opostos, quando a grande questão do livro é, em última instância, a questão da liberdade humana.
Mas, em última análise, o artista depende do exterior, até porque a sua obra pretende (ou deve pretender, caso seja arte) retratar o real exterior. A realidade, tal como se apresenta, com tudo o que de claro e misterioso ela contém, deve ser o objecto do artista.
O horror da arte moderna nasce precisamente da eliminação do significado e da ordem. O repúdio da lógica leva o artista ao sonho, isto é, acaba por conduzi-lo a representar mais os frutos da sua imaginação do que a realidade.
Com a ausência de símbolos e significados a obra de arte moderna torna-se subjectiva e hermética. Quem poderá compreendê-la senão o próprio autor? E por que desejará que a sua obra seja compreendida? Não diria ele também «Eu odeio a objectividade gordurosa e a harmonia, essa ciência que encontra tudo em ordem» (Manifesto Dadá, 1918)?
O risco desta posição é a relativização da beleza, do bem e da verdade, é esta «ditadura do relativismo que nada reconhece como definitivo e que deixa como última medida apenas o próprio eu e as suas vontades.» (Cardeal Joseph Ratzinger).
Mas nós sabemos donde vimos. Não somos filhos da incerteza e da irracionalidade, nem do desprezo pelo ser e pela beleza concreta, inseparável do bem e da verdade. Não escrevemos, pintamos ou cantamos porque «sim», para nos fecharmos egoisticamente no nosso «eu», dando ares de grande profundidade e de resignação perante a incompreensão global.
Nós escrevemos, pintamos, cantamos, para dar testemunho da beleza do encontro com Cristo. E quando nos perguntam: «Mas porquê Cristo?» a resposta é clara: porque Cristo é o Verbo feito homem, é Deus, logo tem que ver com tudo. Deus tem que ver com tudo, nada Lhe pode escapar, porque se algum pormenor não fosse digno de ser relacionado com Ele, Ele não seria Deus.
É desta potência absoluta de Deus que nasce a nossa vitória. Jesus Ressuscitado é o facto supremo da nossa vitória. «Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa Fé» (1 Jo 5, 4).

Friday, May 26, 2006

Os Vencidos da Vida

A propósito do nome...

"Para um homem, o ser vencido ou derrotado na vida depende, não da realidade aparente a que chegou – mas do ideal íntimo a que aspirava".

Como o Lourenço disse, o artista não se prende a burocracias, nem tão pouco a avaliações externas, porque só ele tem consciência do verdadeiro valor da sua obra...

Thursday, May 25, 2006

Como eu gosto de (tentar) ser artista! Parte I

É verdade que talvez para fugir ao que realmente sinto, fujo de escrever neste blog aquilo que me é pedido por mim próprio. Tenho muita coisa para dizer, mas certamente terei tempo para o fazer. Não procuro, como talvez afirmem os outros membros do blog, postar um texto por semana, e muito menos procurar falar de um tema concreto. Vou então falar do que quero e quando me apetecer, pois o artista "escreve" quando está inspirado e não de um modo burocrático, procurando falar do que lhe é pedido por fora, ou exigido por alguém. A sua principal engrenagem é o eu. O artista limita-se a escrever aquilo que é importante e aquilo que de facto o importa. Aquilo que de facto o marca e mexe consigo. Não afirma isto que o artista vive num mundo à parte. Não, nada disso. O artista vive num mundo igual a todos os outros, mas escuta-o, e não se preocupa com horas, dias ou instantes, para denunciar ou criticar o que nele acontece. E fala quando se preocupa, quando sente. Por isso não interessa a data nem a hora. Interessa sim que ele ouça e sinta. Por isso é possível escrever 100 post num dia, e nenhum num mês. Tudo depende do que se ouve, e de como se sente.
É este o meu modo de escrever num blog.
E é assim que eu pretendo iniciar a minha participação no blog. Demonstrando os pontos por onde me guiarei: não me concentrarei num só tema, nem num só estado de espirito, porque é impossivél ver sempre luz.
E o resto é couves....

Wednesday, May 24, 2006

«Bem definitivo»

É a primeira vez que escrevo aqui, depois de me convidarem para pertencer ao blog.
E começo a minha actividade justamente com uma das passagens da poesia portuguesa que, na minha opinião, melhor testemunha o desejo de infinito que cada homem transporta.

Se tanto me dói que as coisas passem

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

Sophia de Mello Breyner Andresen
Laila

Friday, February 17, 2006

B´tarde

Está feita a inauguração de mais um blog.