José Sobral de Almada Negreiros Nasceu em Trindade, S. Tomé, a 7 de Abril de 1893 e morreu em Lisboa, a 15 de Junho de 1970. Foi um artista português ligado ao grupo modernista. Poeta, escritor, pintor, dramaturgo, escultor foi um dor maiores artistas nacionais. Colaborador da revista Orpheu com Fernando Pessoa, é essencialmente conhecido no país, devido à (des)educação que sofremos, pelo manifesto Anti-Dantas, criticando Júlio Dantas, a maior figura da intelectualidade da época, após este ter criticado a revista de Almada Negreiros, Pessoa e Sá Carneiro.
Mas Almada é muito mais do que isso. Artista multifacetado, deixou uma obra inigualável e que deveria ser um orgulho para qualquer português.
Em 1919 vai viver para Paris, onde exerce diversas actividades e escreve a Histoire du Portugal par coeur. Em Paris, fica apenas cerca de um ano e quando regressa, vai colaborar com António Ferro, tendo inclusivamente desenhado a capa do livro deste, Arte de Bem Morrer.
Em 1927 volta a deixar Portugal, indo desta vez para Espanha, onde para além de colaborar com diversas revistas, Almada escreve El Uno, Tragédia de la Unidad, obra dedicada à pintora Sarah Afonso, com quem viria a casar em 1934, já após o seu regresso a Portugal.
Em Portugal, já vigorava o Estado Novo e Almada, começa a ser solicitado para colaborar com as grandes obras do estado. O Secretariado da Propaganda Nacional – SPN, encomenda-lhe o cartaz de apelo ao voto na nova constituição; o mesmo secretariado, irá organizar mais tarde a exposição Almada – Trinta Anos de Desenho, convidando-o para se apresentar na exposição Artistas Portugueses no Rio de Janeiro em 1942.
O SPN viria ainda a atribuir a Almada Negreiros o Prémio Columbano pela sua tela intitulada Mulher.
A partir daqui, Almada dedica-se principalmente ao desenho e à pintura: Pinta os vitrais da Igreja de Nossa Senhora de Fátima, que o público, agarrado às tradições, não aprecia; pinta o conhecido retrato de Fernando Pessoa (1954), os painéis das gares marítimas de Alcântara e da Rocha Conde de Óbidos, pelas quais recebe o Prémio Domingos Sequeira; pinta o Edifício da Águas Livres e frescos na Escola Patrício Prazeres; pinta as fachadas dos edifícios da Cidade Universitária e faz tapeçarias para o Tribunal de Contas e para o Palácio da Justiça de Aveiro.
Os seus últimos trabalhos, já com 75 anos, são o Painel Começar na Fundação Calouste Gulbenkian e os frescos da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra.
Almada Negreiros, morreu a 15 de Junho de 1970, de falha cardíaca, no mesmo quarto do Hospital de São Luís dos Franceses, onde também tinha morrido Fernando Pessoa.
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