Saturday, March 31, 2007

Coisas Interessantes...

No tempo vago que permite observar os jornais atrasados que por agora me chegam as mãos, descubro uma coisa que se deve ter em atenção. O artigo de Luis Amaral públicado no Diário de Notíciasde dia 29 de Março sobre a descolonização:
50 Anos de Europa do Gana ao Zimbabwe.

Se eu fosse a Dot. Odete Santos...

... a esta hora estaria a dizer que o Partido dela é que é inconstitucional!
Apesar de isto não vir escrito em lado nenhum...)

Coisas esquecidas III

Esta é imperdoavél, mas não é tarde para a postar.
Trata-se de um artigo brilhante de António Marques Bessa, sobre a estratégia portuguesa, públicada no seu Blog,
  • o Futuro Presente
  • , e que aqui não podia deixar de fazer referência.



    Link directo aqui

    Coisas esquecidas II

    Outra coisa esquecida, foi de lembrar que a este mapa:



    afinal, teriamos que juntar isto:

    Coisas esquecidas I

    Com o concentrar de temas que nos ultimos tempos têm assaltado os jornais, e as pessoa, deixei esquecidos vários temas! Um deles, este:



    Independentemente de ter perdido em Montevideu e dos problemas com a polícia que mais tarde surgiram, o mérito de se terem qualificado para o Mundial, é um feito de que devemos orgulhar-nos.
    Não deixa de ser triste por ser apenas uma selecção de amadores, mas isso ainda mais mérito lhes dá.
    Que o futuro lhes dê sorte para o mundial. É verdade que é bastante dificíl, mas isso pouco importa. Já fizeram história.
    Pode isto ser sinal de uma mudança no futuro.
    Bartolomeu Dias também passou primeiro o Cabo da Boa Esperança, e só anos mais tarde, Vasco da Gama partiu e alcançou a India...

    Friday, March 30, 2007

    A História Não se Apaga..... II

    Eu não dizia....

    Hoje, enquanto via as noticias na internet, deparo-me com
  • esta curiosa e, e mesmo caricata, noticia
  • .

    Mário Soares parece agora muito preocupado com a história Nacional, mas não se lembrou disso, quando no 25 de Abril, desfizeram estatuas de Salazar, mudaram o nome da ponte, etc...
    Ou foi da mudança do tempo, ou então não sei porque razão critica que se faça um museu em honra de Salazar - que procura dar a conhecer a história que ele tanto teima em apagar - e agora faz um protesto com o nome "Não apaguem a memória".
    Pena é que esta memória só guarde certas coisas.
    Continuam a querer apagar a história e a deixar só a parte que lhes interessa.
    Qualquer dia não sei o que estudaremos nas escolas. Será só a história do comunismo vista por eles próprios? Será só a autobiografia de Mario Soares?

    Meu Deus, estamos desgraçados....

    Wednesday, March 28, 2007

    Uma Casa Portuguesa



    Ao menos ainda havia pão e vinho sobre a mesa... E paredes caiadas.... E solidariadade uns com os outros...

    A História Não se Apaga.....



    Usada por os que nela trabalham, durante longos tempos - como hoje - a RTP funciona como voz de um "lado". Não só a RTP, mas a televisão em si. Infelizmente esse "lado" viu com o passar dos últimos meses, parte da sua missão obsessiva, apagar da história Salazar e deixar nela um pensamento odioso contra o mesmo, cair. É verdade que continuaram a bater em Salazar. Só quem não ouviu Maria Elisa, Odete Santos, Leonor Pinhão ou Ana Gomes, entre outros, fazerem a campanha para que Salazar não ganhasse o concurso em que se encontrava presente. Mas este é um exemplo casual. Muitos mais poderíamos contar...
    No entanto, após este programa, este "lado esquerdo" viu que uma das suas armas de guerra teve de ceder e dar um pouco do tempo de Antena ao "outro lado". O que aconteceu? O mesmo de sempre: A esquerda caiu em cima da RTP, e como sempre que algo lhes desagrada, quer faze-la desaparecer. O BE quer o director da RTP na Assembleia. O PCP escreve cartas a dizer que tudo é inconstitucional. Dizem que é propaganda ao Fascismo, etc.
    A Estratégia não resultou. Salazar não foi esquecido nem completamente denegrido.
    A RTP teve que transmitir um documentário sobre a sua obra e por isso já é um canal que também pode desaparecer.
    Nos 50 anos do canal, ele é envolvido em discussões. Durante as celebrações, fartaram-se de dizer mal de Salazar e do Estado Novo. Certamente devem ter-se esquecido que ela própria é obra do Estado Novo, e talvez por isso agora também a queiram fazer desaparecer. Já foi útil, mas agora já não o é mais, porque por um minuto disse a verdade.
    Ainda não se eles se lembraram que a ponte sobre o Tejo, que eles apelidaram de 25 de Abril, também foi obra de Salazar, e o padrão dos Descobrimentos, etc.

    Vai na volta e decidem desfazer o país inteiro... como eles tudo é possivél!

    The Charge of the Light Brigade

    Half a league, half a league,
    Half a league onward,
    All in the valley of Death
    Rode the six hundred.
    "Forward, the Light Brigade!
    "Charge for the guns!" he said:
    Into the valley of Death
    Rode the six hundred.

    "Forward, the Light Brigade!"
    Was there a man dismay'd?
    Not tho' the soldier knew
    Someone had blunder'd:
    Their's not to make reply,
    Their's not to reason why,
    Their's but to do and die
    :
    Into the valley of Death
    Rode the six hundred.

    Cannon to right of them,
    Cannon to left of them,
    Cannon in front of them
    Volley'd and thunder'd;
    Storm'd at with shot and shell,
    Boldly they rode and well,
    Into the jaws of Death,
    Into the mouth of Hell
    Rode the six hundred.

    Flash'd all their sabres bare,
    Flash'd as they turn'd in air,
    Sabring the gunners there,
    Charging an army, while
    All the world wonder'd:
    Plunged in the battery-smoke
    Right thro' the line they broke;
    Cossack and Russian
    Reel'd from the sabre stroke
    Shatter'd and sunder'd.
    Then they rode back, but not
    Not the six hundred.

    Cannon to right of them,
    Cannon to left of them,
    Cannon behind them
    Volley'd and thunder'd;
    Storm'd at with shot and shell,
    While horse and hero fell,
    They that had fought so well
    Came thro' the jaws of Death
    Back from the mouth of Hell,
    All that was left of them,
    Left of six hundred.

    When can their glory fade?
    O the wild charge they made!
    All the world wondered.
    Honor the charge they made,
    Honor the Light Brigade,
    Noble six hundred.

    Alfred, Lord Tennyson

    O MORTO QUE NÃO MORREU

    Os grandes Mortos têm essa qualidade de vida, de permanência que os torna companheiros e oráculos pelo mistério da sua intrínseca contemporaneidade.
    Nos dias que correm, quantos estão tentados a reflectir no legado dos que foram, como o Prof. Salazar, titulares de uma época, consanguíneos dum desespero e duma esperança colectivas? Talvez poucos e, por outro lado, porventura milhões, porque a tragédia deste País começou a alvorecer, como alvorecem a noite e o pesadelo, quando se começou a viver a tentação das divisões e das disputas vitais. É que os povos com a substância e o perfil deste abandonam o fascínio dos Ideais quando o relógio do tempo avança os ponteiros para o obscuro e terrível minuto que devasta o rosto do Chefe, convocando todas as perplexidades e todos os terrores para um futuro desencarnado da pulsão vital daqueles que souberam ou poderiam modelá-lo.
    Com a debilidade de Salazar, com a sua insuficiência e o seu desgaste, os países que coabitam aqui tomaram caminhos diversos para confluírem ao cabo do tempo que cada qual teve para os percorrer, no definitivo fim de Portugal, como aqui e ali se entendia, amava e servia. Salazar, enfim, não morreu, mas o país acabou. A permanência desse homem singular impele à aguda urgência de uma meditação sobre a campa rasa, sobre a palavra redescoberta, sobre o exemplo obscurecido pela lonjura dos dias e a maledicência feroz dos que tiveram apenas a coragem fácil da fúria abjecta de retalharem dois cadáveres: o de um homem e o de um povo.
    «Se Salazar fosse vivo não haveria o 25 de Abril!» — desabafa-se com mais profundidade e clarividência do que parece à primeira vista. Mesmo reduzido a um despojo, olhando os lacaios, os fâmulos e o jardim com a pureza penetrante do olhar que têm os velhos e as crianças, não teria havido um 25 de Abril, que foi, nada mais nada menos, que a ausência do Príncipe — tão varonilmente elaborado nesse claustro da solidão e do silêncio, povoado pelos cheiros do Império, pelas suas obrigações e pelos seus imperativos. É que parece cada vez mais evidente que não era Salazar que metia medo, mas eram eles que tinham medo, aquela espécie de pânico supersticioso que se tem pelos ausentes que erram na impregnação dos longos convívios. Desfiguraram-lhe a casa e exilaram-lhe os móveis, para apagar o gesto lento e pálido que os que partem implantam na geografia dos domínios que configuraram.
    Este país e estes homens têm o seu pendor feminino para as reincidências no pecado até ao apagamento do último protesto da virtude.
    Este país e este povo matam os seus heróis e fogem dos seus cadáveres, Salazar, em suma, mesmo moribundo, interditaria os caminhos que foram dar ao Carmo, ou talvez fosse melhor dizer, ninguém tentaria imaginar a possibilidade de chegar ao Carmo, essa trágica e ridícula confluência de tanques desengonçados, de soldados que não teriam mais que ir para o Ultramar, de progressistas permissivos, de cidadãos cansados pela vigília da desencantada nostalgia dum Chefe.
    Tudo o que se pode dizer de Salazar não deveria andar muito distanciado da procura crítica duma nova esperança construída no desprezo da voracidade canibalesca dos partidos, na gula dos secretários-gerais ungidos na fulgurante dissipação do País e no ridículo sangrento da conquista do direito de roubar ao futuro o património que o sustentaria.
    Eles tinham medo de Salazar e se continuam a tê-lo ainda tão fundo, tão odioso e tão sacrílego é porque ele viverá um dia, na vocação diferente de quem retome a grandeza, a severidade e o magistério para livrar o povo das agruras e das misérias da liberdade.

    Tavares de Almeida

    In A Rua, n.º 56, 28.04.1977, pág. 11.

    Texto retirado
  • deste site
  • que, apesar da minha pena, só agora o descobri.

    Um texto bastante actual e que refere este medo que ainda hoje existe à volta de uma personagem que desapareceu da cena nacional há mais de 30 anos.
    Não sei poque, mas cada vez mais, enquanto escrevo isto, me vem à memória o ditado popular: "Quem é vivo, sempre aparece". Não sei porquê...

    Tuesday, March 27, 2007

    A História Ri e Passa ao Lado

    Quais os problemas que enfrenta a Europa ocidental? Os jornais são claros. Portugal passou os últimos meses num aceso debate sobre o aborto. Este será apenas o primeiro passo. Em França, que legalizou a prática em 1975, 25 anos depois o célebre "caso Perruche" atribuiu a uma criança deficiente uma indemnização por "não ter sido abortada". Os pais viram aceite a queixa contra o médico que não deu a informação que permitiria eliminar aquela vida. As ramificações obrigaram o Parlamento a publicar em 2002 a chamada "lei anti-Perruche", proibindo alguém de ser indemnizado pelo "prejuízo de ter nascido". Noutros países fala-se em retirar o apoio de segurança social aos pais que recusem abortar um feto a quem foi detectada deficiência grave.

    Na Grã-Bretanha vive-se uma enorme discussão sobre o Equality Act 2006, o qual, proibindo às empresas e organizações discriminar contra homossexuais no acesso a bens e serviços, obriga todas as agências de adopção, incluindo da Igreja Católica, a colocar crianças em casais do mesmo sexo. Isto conflitua com o direito dessas instituições de seguir os seus princípios morais.

    Em Itália, um médico que fez eutanásia acaba de ser ilibado. Entretanto, o Governo de Zapatero, cheio de dificuldades nos problemas de Espanha, tem como único sucesso a introdução do casamento de homossexuais e outras questões fracturantes. Um tribunal holandês legalizou o ano passado um partido pedófilo. A União Europeia está a terminar a negociação do plano chamado Roma III, para conciliar as leis de divórcio dos Estados membros. Clonagem, reprodução artificial, manipulação genética estão ao virar da esquina.

    Que problemas ocupam a Europa? Será aborto, homossexualidade, eutanásia, pedofilia, divórcio? Bem, de facto, não. Os problemas realmente graves são a falência da segurança social, o envelhecimento da população, desemprego, perda de competitividade, integração da onda crescente de imigrantes. Não são os temas que se discutem, porque se trata do aborto, eutanásia, pedofilia, divórcio. Mas são esses os problemas relevantes.

    O mais curioso é que se esconde que as questões que se discutem são as causas das questões relevantes.

    A Europa vive uma acentuada decadência populacional. A taxa média de fertilidade na União Monetária caiu para menos de 1,5 filhos por mulher, muito abaixo do nível de reposição das gerações. A taxa de casamentos é quase metade da de 1970, enquanto a de divórcios subiu para mais do triplo. Estes valores referem-se não a europeus mas aos residentes na Europa. Se fossem retirados os imigrantes, que são quem mais casa e mais filhos tem, seriam muito piores.

    Quais as consequências desta catástrofe demográfica? Naturalmente, a falência da segurança social, envelhecimento da população, dificuldades na integração dos imigrantes, perda de dinamismo face às outras regiões do mundo, que, em boa parte, causa o desemprego e os problemas na produtividade. A decadência familiar também motiva muito do crime, droga, depressão, suicídio.

    Quais as causas desta calamidade geracion
    al? Evidentemente, uma falta de atenção, e até franca hostilidade, face à família. A família é precisamente o elemento central na atitude dos EUA, do mundo árabe e, em geral, de todo o mundo.

    Todo o mundo menos a Europa, onde quem defender a "família tradicional" e o casamento é motivo de ridículo e acusado de tonto e reaccionário. Porque os temas da moda, os sinais da modernidade são o aborto, eutanásia, homossexualidade e divórcio.

    Os temas da moda europeia parecem-se perigosamente com os sinais de decadência civilizacional. Foi assim na queda do Império Romano, onde também os tradicionais valores familiares pareciam tolices obsoletas e ma- çadoras, pois o que era excitante e divertido era o adultério e o deboche, numa sociedade que se abandonava ao hedonismo. Perante as famílias bárbaras, a antiga Roma não teve hipóteses.

    A globalização actual não é o mundo de há 1500 anos e os mercados emergentes não são bárbaros. Mas os grandes desafios da História que decidem o futuro estão a ser enfrentados, com grandes dificuldades, pela China, Índia, Islão, EUA, África, América Latina. Entretanto a Europa perde relevância e entra em vias de extinção. Porque, achando-se inovadora e progressiva, gasta o seu tempo a promover aborto, homossexualidade, eutanásia, pedofilia, divórcio. Perante isto, a História ri (ou chora?), encolhe os ombros e passa ao lado.

    João César das Neves

    O Denfensor da Causa



    A minha admiração por Jaime Nogueira Pinto cresceu de forma quase avassaladora nos últimos meses. Mas não o admiro apenas por motivos ideológicos.
    Admiro-o pelo seu conhecimento e sua sapiência. Pela coragem de ter aceitado defender António de Oliveira Salazar, mesmo sabendo que essa era uma missão quase impossível. Mesmo sabendo que, como disse no documentário que realizou, poucos acreditavam na vitória.
    Admiro-o pelo seu controlo emocional. Pela capacidade de estar sentado a aturar todos os despejos de Odete Santos sem perder a cabeça. Por ter “lutado” contra seis adversários que em vez de se concentrarem no papel de defensores do seu candidato, procuravam destruir o dele.
    Por não cair na tentação da mera aldrabice para ganhar.
    Por defender a verdade. Por perceber que se trata apenas de um jogo e nada mais.
    Por tudo isto, e muito mais que ainda me falta e foge ao pensamento nesta hora, penso que também ele poderia ser um Grande Português.

    De notar ainda que Jaime Nogueira Pinto sai ileso desta “guerra”. Tal como ele próprio escreveu no se Blog, na véspera da final do programa: “Das críticas negativas nos media ao meu Documentário, geralmente de áreas ideológicas donde não podia esperar outra coisa, registo que não vi refutado nenhum facto”.

    Conclusões a tirar no final dos Grandes Portugues




    Lições a tirar, ou meras conclusões extraídas do Programa os Grandes Portugueses:

    1.Salazar deixou uma marca no país que não se limita a uma governação de cerca de 40 anos. Marca essa que apesar de todos os esforços, não foi apagada pelas mentiras, guerras e obras do 25 de Abril;

    2.Os portugueses percebem que o país não está bem. Está mal, e que aquele país idealizado na revolução de Abril, não só não se cumpriu como cada vez mais se afasta dele;

    3.Como disso o professor Raul Miguel Rosado Fernandes e o Jornalista Fernando Dacosta, isto não é nada mais, nada menos do que o resultado de uma campanha contra Salazar e um reflexo do cansaço do país em relação a promessas não cumpridas e politicas mentirosas e falhadas;

    4.O espírito muito pouco democrático tanto de Maria Elisa como de Odete Santos: a primeira que sendo apresentadora e moderadora do debate manifesta a sua opinião, que para variar é anti Salazar; a segunda que após perceber a derrota do seu “candidato” começa a declarar que tudo aquilo é anti constitucional;

    5.Salazar morreu à mais de 30 anos e continua a provocar um medo quase “paranóico” na sociedade portuguesa. Todos os defensores dos opositores a Salazar afirmaram que este só ganhou devido à criação de movimentos para votarem nele. Não só isto é pouco verosímil, como perde toda a credibilidade e demonstra o fanatismo louco, o ódio contra Salazar, só típico de quem tem medo de alguma coisa – que sinceramente não percebo o quê – quando apelam ao voto útil num mero programa televisivo;

    6.O passado recente deixa marcas muito mais profundas em todas as pessoas. Antes de ser um programa sobre a história de Portugal, este era um programa onde seria possível observar a vontade dos portugueses. E essa foi bem clara….

    7.A seriedade recompensa;

    8.A cultura estúpida contra Salazar e o Estado Novo saiu derrotada. Não só ela como toda a classe que a apoia. Os jornais depois de tanto falarem de Salazar, calaram-se. Os defensores de todos os “concorrentes”, em vez de se limitarem ao seu trabalho, quiseram “bater” também e participar na campanha anti Salazar. O resultado calou-os. Se calhar hoje percebem que não é a fazer a campanha e a gritaria excitada – tão típicas da “actual democracia” – que Odete Santos tão bem exemplifica, que os fará ganhar. Hoje a estratégia é outra. Calar, não fazer barulho, procurar deixar cair no esquecimento…

    Veremos até quando se mantém, pois como sabemos, eles controlam-se pouco.

    O(s) Grande(s) Português(es)



    Esperei por hoje para comentar a vitória de Salazar no programa de entretenimento da televisão nacional, os Grandes Portugueses, pois confesso que desejava ver como a comunicação social tratava o assunto. Para minha surpresa: não tratou. Raro foi o jornal que noticiou a vitória de Salazar, o que confesso, não acho mal de todo, visto que se trata de um programa televisivo. No entanto, pensei que tal como fizeram com todos os vencedores do Big Brother ou mesmo com o próprio Salazar quando este ganhou o concurso de o pior português, este acontecimento seria notícia. Apesar de tudo, nem uma única manifestação. Mas se assim é, porque me interrogo?
    Eu bem sei que “todos” – os que mais precisam de saber e ouvir tal coisa – sabem quem ganhou e que colocar a notícia no jornal é uma mera perda de tinta. Mas incomoda-me pensar que depois de tudo isto, querem abafar a notícia porque ela “não convém à história”, porque isto representa o falhanço total de todos os planos do pós 25 de Abril.
    O que incomoda é saber que se Aristides de Sousa Mendes ou Álvaro Cunhal ganhassem seria notícia em todos os órgãos de comunicação social.
    O que me fica atravessado é saber que depois de tudo, ficam calados e procuram abafar o que é óbvio: o país está mal, caiu na miséria, os portugueses insatisfeitos.
    E o resultado de domingo representa isto mesmo. Este programa não serviu para dar a conhecer a história nacional, as personagens nela intervenientes e discuti-la. Também serviu – ou deveria ter servido – para isso, mas antes de tudo o mais, serviu para os Portugueses mostrarem o desagrado com o país. Durante os meses de duração do programa, durante os debates que realizaram por várias zonas do país, várias vezes se ouviram as vozes de telespectadores, participantes via telefone, a afirmarem que participaram na revolução, mas que o país ainda está pior. Ao menos antes, o país rural – de que falava Odete Santos no domingo – colocava o pão e vinho sobre a mesa. Hoje, em muitos lugares nem pão nem vinho, nem água, nem mesmo paredes caiadas.
    É esta a opinião transmitida pela votação. Muito mais que um saudosismo, muito mais do que extremista organizados, a votação revela que as pessoas reconhecem que o país está mal e que Salazar, com todos os seu defeitos, era um politico sério e bem melhor que os actuais.

    Saturday, March 24, 2007

    Uma Exigência de Beleza (e o que faltou a Sartre)

    O meu tempo tem passado e eu por me concentrar de mais em outros temas talvez até mais polémicos, tenho deixado no esquecimento um tema bastante importante.

    No passado domingo, o Evangelho do dia era o do Filho Pródigo.
    Não deixa de ser um Evangelho dos mais conhecidos. Todos em pequenos, na catequese ou na escola, o ouvimos ou ouvimos falar dele.
    Mas para além da história que relata, eu vou-me concentrar numa pequena coisa que lhe vem subjacente e que a mim reflecte um pouco o mundo em que vivemos.
    No final da parábola, quando o filho mais velho chega a casa e percebe a causa da festa, há o seguinte diálogo:

    “Há tantos anos que te sirvo, e jamais transgredi um só dos teus mandamentos, e nunca me deste um cabrito sequer para fazer uma festa com os meus amigos, e agora chega esse teu filho, que gastou o teu dinheiro com mulheres de má vida, e tu matas o novilho mais gordo.
    Mas o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso que festejássemos e nos alegrássemos, pois este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrou-se.”

    Penso que serão mais ou menos estas as palavras de ambos.
    Mas o que pretendo referir é uma exigência de beleza que tanto falta nos nossos dias.
    É igual dizer “esse teu filho, que gastou o teu dinheiro com mulheres de má vida” ou “este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrou-se”. No entanto a segunda forma contém uma beleza muito superior. Deixa-me fascinado esta dicotomia. O primeiro reconhece e procura enaltecer os disparates e erros do passado. O segundo também, mas percebe que o que importa, que o que realmente se joga não o passado mas o presente, que o importante é o facto de ter voltado. Que há mais alguma coisa para além de tudo isto. Que aqui é sempre tempo de recomeçar.

    Aqui deixo um exemplo (de beleza):

    Tuesday, March 20, 2007

    A Queda DIreita

    Todos sabem que gostaria que houvesse em Portugal uma Direita mais agressiva. Mais vive e forte. Todos sabem também que ela não a há e que (por este caminho,) mais depressa ela desaparecerá do que se reerguerá.
    A “crise” que se vive neste momento no CDS é um triste incidente da história da Direita nacional e que me deixa a mim muito constrangido.
    A Direita está fraca e tudo o que não precisa é de situações destas. O que sucedeu dentro daquela sede cada vez mais menos interesse me suscita. Apenas gostava que deixassem de vez estas discussões “interiores” e se concentrassem no bem do país e do partido. Que se deixassem de “tudo por poder” que é uma característica do país e de todos os outros partidos (apesar de isso não passar cá para fora) e se concentrassem no que realmente interessa. O CDS/PP é o único partido de Direita presente na assembleia da Republica, e sejamos realistas, são escassas as suas possibilidades de alcançar o poder. Hoje arriscam-se a perder não só esse lugar como toda uma história. Hoje o CDS/PP é um partido mais morto do que vivo. Esperemos então que renasça.

    O Caso Portas

    Paulo Portas é muito criticado por todo o país. Uns por não concordarem com ele, outros por o acharem bastante elitista outros porque simplesmente não vão com a sua cara ou a sua roupa. Mas para além de tudo isto, está um politico inteligente e de enormes capacidades. Já o provou como líder do CDS e ainda hoje deixou marcas naquela casa, tantas que ainda hoje o desejam. Não sendo do consenso de todos, parece-me a mim que portas é a melhor solução do CDS. Se não for ele quem se colocará lá?
    Ribeiro e Castro é fraco. Para além de pouco conhecedor dos problemas do país, devido à sua qualidade de deputado europeu, ele é uma espécie de – e perdoem-me o português – pau mandado, muito manso e inocente para um politico de um partido que tem que crescer e procura crescer. A sua qualidade de “oposição” não existe. Quanto a Maria José Nogueira Pinto, parece-me que nos últimos dias ficou clara a resposta….

    A Vingança

    Como é fácil perceber o blog tem estado parado. Os problemas mantêm-se e as causas continuam desconhecidas.
    Os dias longos que têm passado sem eu ter dedicado qualquer tempo a este espaço dá-me uma certa disponibilidade para me concentrar mais no estudo e na leitura e também para – talvez possamos dizer: estupidificar ou até mesmo desinformar-me – a ver televisão.
    Ainda hoje, enquanto procurava algo na televisão, parei na tvi, onde vi o apresentador de um programa novo da televisão nacional – mais um desses concursos televisivos onde se colocam 6 homens e 6 mulheres numa casa para as pessoas verem – fazer perguntas aos concorrentes sobre personalidades do mundo. No entanto, o apresentador – e confesso, eu até lhe acho imensa graça – não se limita a fazer perguntas mas a dar opiniões. Quando aparece a fotografia de Brigitte Bardot, em vez de se limitar a perguntar quem era, ou mesmo, já que queria ajudar à resposta, dizer que era amiga de Le Pen, diz que é amiga de um “homem odioso” chamado Le Pen, que ela endoideceu com a idade, e que não apoia os imigrantes mas apoia a defesa dos animais.
    Eu pouco sei sobre Brigitte Bardot ou mesmo sobre Jean-Marie Le Pen. Sobre a primeira nada sei mesmo a não ser o básico, sobre o segundo sei a sua orientação política e algumas das suas ideias. Mas não é isso em que me concentro nem o que me incomoda…
    Neste país não se vive democraticamente. Democracia implica espaço para todos e não retira responsabilidades a ninguém. Aliás, até coloca mais responsabilidade sobre os ombros.
    Tal como a polémica que vivemos actualmente no nosso país sobre o museu Salazar, estes pequenos episódios de vozes que se fazem soar em todos os cantos e que se afirmam livre e democráticas, não procuram a liberdade e apenas e só revelam uma perseguição à chamada “Direita”. Procuram oprimir e apagar esta “Direita”. Eliminar as suas ideias e as suas bases. Criar uma cultura de ódio e preconceito contra a Direita que não toleram. Não é uma questão de bem do país, não é uma questão de democracia ou liberdade, é uma questão de não querer que o poder chegue aquela Direita sem que ninguém justifique o porquê. Mas esquecem-se que não é eliminando ou oprimindo e mentindo até contra a Direita que se acaba com ela. Que isso só piora a situação: é isto que leva aos extremos. Se há extremismos, ditaduras “horrorosas” de que se diz mal se mente a torto e a direito não é ao saudosismo que se deve, mas sim à cultura estúpida que se faz proliferar na sociedade.
    Garanto-vos: se algum dia me tornar extremista à esquerda o devo. Devo a Deus a graça de ainda manter a racionalidade, mas as loucuras acontecem. É que o extremista provém da opressão. Mas é claro que ninguém mete isto na cabeça. “Olho por olho, dente por dente”, “cá se fazem, cá se pagam” é este o pensamento geral e ninguém educa para o mudar. Pior: até se deturpa a cultura de um modo estúpido que chega ao “vou fazer ao outro o que ele me fez a mim”.
    A falta de liberdade de ideais e ideias é tal que ou nos tornamos extremistas ou santos, pois ou nos tornamos, devido à pressão, extremistas; ou a suportamos acreditando que o que aconteceu já foi e o que interessa não é vingar mas sim mudar e melhorar.

    Friday, March 16, 2007

    Problemas Técnicos em Casa!

    É verdade que isto anda parado, mas tudo se deve a problemas técnicos que ainda hoje não sei explicar! Os posts antes de serem postados osbrigam a uma preparação anterior pois de outra forma o blog bloqueia-me a publicação! a todos os leitores um enorme perdão!

    Thursday, March 15, 2007

    Monday, March 12, 2007

    Friday, March 09, 2007

    Já Dizia o Eça

    Citando um dos grandes escritores nacionais e autor do nome deste blog:



    Imagem retirada de http://avozportalegrense.blogspot.com

    Thursday, March 01, 2007

    O Conto de Francisco



    Uma tentativa minha (frustrada convém referir) de fazer um desenho de um homem mal-encarado! Peço desculpa...

    Conheci o Francisco há cerca de um ano. Sempre tinha ouvido falar dele como o "mal-encarado", o "desagradável" ou o "intriguista". É verdade que ele sempre teve as feições muito cerradas mas, eu não o podia julgar pois não sabia nada dele verdadeiramente, apenas conhecia boatos. Confesso que as minhas perspectivas não podiam ser as melhores depois do que havia ouvido sobre ele, no entanto pouco me importava ou não se algum dia o conheceria.
    Quando o encontrei pela primeira vez, foi na festa do Vasco e foi ai que fui apresentado por este mesmo. Falamos bastante, desde política, a mulheres e até sobre a vida de cada um. No entanto eu mantive-me pouco activo. Queria observar realmente o comportamento deste homem. E não sei se é de mim ou se realmente é um facto, este homem pareceu-me desde o início talhado para um futuro bem mais colorido do que lhe calhou até ao dia de hoje.
    Nessa noite soube que Francisco sempre tivera uma maneira diferente (se especial ou não, isso já não sei...) de encarar a vida. Na escola passou períodos difíceis. Castigos, algumas surras dadas pelos próprios colegas etc. Houve um dia que depois de a uma colega sua terem roubado a mochila da sala de aula enquanto esta se encontrava no intervalo, e a professora ter perguntado quem fizera tal coisa, Francisco de imediato apontou para os culpados acusando-os. Francisco sabia que estava certo, pois tinha-os visto a cometerem o crime. A professora que decidiu logo castigar os culpados ao certificar-se que eles o eram verdadeiramente, disse a Francisco que estava muito satisfeita com a sua atitude e que havia tido muita coragem. Francisco agradeceu e seguiu a sua vida. No final do dia e após as aulas, Francisco ao sair da escola é surpreendido pelos seus colegas que decidem pregar-lhe uma lição pelo facto de os ter acusado. Quando chegou à escola no dia seguinte e fez queixa à professora de que os colegas lhe haviam batido, ela apenas lhe disse: "o que? não acredito? mas não pode ser? Mas foi fora da escola? Ora isso é uma chatice. Ai a escola não pode fazer nada!!!"
    Mais tarde foi despedido do emprego por ter dito à mulher do chefe que este tinha uma amante. "Ora se era verdade o que havia eu de fazer? Uma mulher não tem que viver com a cabeça enfeitada por causa das tolices que o marido faz sem dizer nada..." disse rindo-se.
    Há cerca de um mês, numa das suas idas ao São Carlos ver uma ópera, viveu uma situação caricata. Durante o intervalo, quando se dirigia ao salão nobre para jantar, passou por um camarote onde ouviu uma mulher a falar com alguns estrangeiros. Ela estava a elogiar e a "fazer campanha", digamos assim, um ministro corrupto, afirmando que era "o homem mais justo do país". Francisco ficou indignado e como é seu hábito de não suportar a mentira, entrou no camarote e começou a refutar a mulher. Revoltada, esta pede para que ele saia, mas ele continua a explicar aos estrangeiros a verdade sobre o ministro. "Sabe, ele é um grande aldrabão. Não podemos negar que no passado no livrou de uma situação muito complicada, mas não é razão para que ele roube dinheiro ao Estado". Entretanto, a mulher que cada vez menos suportava a sua revolta e se descontrolava cada vez mais, decidiu chamar a segurança e queixar-se dele. Estes nem o ouviram - Um pouco por culpa da cena que antes havia protagonizado, quando no inicio da opera decidiu defender um dos "arrumadores" do teatro de uma injustiça que estava a sofrer com uma espectadora - e chamaram a policia para o levar. Foi preso por distúrbios provocados em local público. No entanto ainda hoje me fica a dúvida: que culpa terá um homem por dizer e defender a verdade? É este o dever que temos? Deveremos mesmo condenar quem diz a verdade? É esta a sociedade que luta pelo que está certo? É esta a educação que queremos para nós? Isto é que é educar para a verdade?
    Não sei... ainda me faz confusão.
    Enquanto isto, todos os Franciscos do mundo serão sempre homens de azar com um destino negro.
    Se não quiseres ser assim, mente....