Monday, November 24, 2008

Proposta para hoje : Jogos Africanos

É hoje lançado o livro Jogos Africanos de Jaime Nogueira Pinto. A apresentação será feita pelo embaixador Francisco Seixas da Costa e terá lugar na Associação Comercial de Lisboa pelas 18h30.



Jaime Nogueira Pinto, JOGOS AFRICANOS, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2008, 544 pp.

Sobre o livro, ver o que escreveu o autor no JN.

Sunday, November 23, 2008

Exmos Senhores, Comunico-lhes o seguinte

Gosto muito de livrarias. E será também por isso que muito me agrada passear pelo Chiado.

Ontem, antes de ir para o Teatro Nacional de São Carlos, onde está em cena o Quebra Nozes, decidi visitar a Sá da Costa, que pensava já ser outra coisa qualquer. Para minha alegria, informou-me um dos empregados que estavam no balcão, que ainda se mantém o mesmo nome, e que estão apenas em remodelação.

As ultimas vezes que lá havia ido, as salas do fundo estão sem acesso. Não foi o caso de ontem. Pude então viajar por todos aqueles salões literários. Foi uma maravilha, embora se tenha perdido uma das coisas que mais me agradava naquela livraria, e que me parece, lhe concedia um ar idílico: já não há montanhas de livros desarrumadas onde me perdia durante horas em busca de uma pérola perdida.

Já não há mesas desarrumadas, mas as pérolas mantém-se.
E apesar de esta estar lá num canto cheio de pó e solitário, não deixei que desta me fugisse e me escapasse de novo. Era o último. Mas agora é meu!
Ecce Opus.

Saturday, November 22, 2008

Faria hoje 110 Anos


René Magritte - Le Mal Du Pays (1940)

"Nem o leão, nem o homem alado têm nada a ver com a ponte. Eles encarnam a melancolia daqueles que sabem que a verdadeira vida está sempre algures, é coisa que não existe."
- R. Magritte

Elvis Presley - Jailhouse Rock (1957)

Friday, November 14, 2008

Uma Grande Obra, Um Grande Filme



Invocando Leonardo Coimbra



A verdadeira presença depende da ausência e da separação dos seres "Deus Separa para melhor unir"


(adaptado)

Wednesday, November 05, 2008

Coisas que só acontecem à Direita!

«São pormenores, nem sequer lapsos. "Barracas", trapalhadas, só com gente de "Direita".»
Pedro Santana Lopes

McCain



Digam o que disserem, prefiro mil vezes este discurso, ao repetitivo "Yes We Can".

"I'm going to fight for my cause every day as your president. I'm going to fight to make sure every American has every reason to thank God, as I thank him: that I'm an American, a proud citizen of the greatest country on Earth, and with hard work, strong faith and a little courage, great things are always within our reach. Fight with me. Fight with me.

Fight for what's right for our country.

Fight for the ideals and character of a free people.

Fight for our children's future.

Fight for justice and opportunity for all.

Stand up to defend our country from its enemies.

Stand up for each other; for beautiful, blessed, bountiful America.

Stand up, stand up, stand up and fight. Nothing is inevitable here. We're Americans, and we never give up. We never quit. We never hide from history. We make history.

Thank you, and God bless you and God bless America"


(Excerto pescado aqui)

Monday, November 03, 2008

II Round (Para os mais Distraídos)

No post anterior citei um excerto do prefácio do livro Minhas Memórias de Salazar da autoria do Professor Marcello Caetano. Mas para os mais distraídos, alerto agora para um indiscreto contributo contido na obra, para a novela levantada pelo conhecimento publico das cartas do ex-presidente do concelho.



"Raia a aurora das mais amplas liberdades em 25 de Abril de 1974. Na primeira reunião após o acontecimento o Conselho da Faculdade aprova, por unanimidade(1), uma moção em que, recordando os serviços prestados durante tantos anos à escola pelo professor que acabava de ser deposto da presidência do Conselho de Ministros, faz votos por que ainda um dia o veja de novo restituído à Cátedra que honrou: e esse voto foi bastante para que todos quantos nele participaram se vissem privados dos seus lugares, afastados do ensino, "saneados" como se dizia, sem forma de processo.
Aí está como em Portugal num lado se põe o ramo e noutro se vende o vinho.

______________________________
(l) Na ausência do Dr. Diogo Freitas do Amaral. Este meu antigo assistente e dedicado colaborador tem declarado repetidas vezes que se estivesse presente seria incapaz de votar o que se votou..."

Sunday, November 02, 2008

Alguns Motivos pelo Museu, na senda d' "A História de um Museu"

(ou seja na senda disto)

"Salazar deixou atrás de si uma herança que pode ser contestada mas não ignorada"Gonçalo Sampaio e Mello

"António de Oliveira Salazar é, queiramos ou não, seja-se a favor ou contra, admires-se ou execre-se, uma figura incontornável da nossa vida colectiva recente"António José Ferreira



"P. S. Desculpe-me o leitor mas não resisto a uma comparação entre fatos ocorridos sob o "opressivo regime salazarista" e o dito "das mais amplas liberdades".
A Faculdade de Direito de Lisboa, a cujo corpo docente pertenci durante 41 anos, foi fundada por Afonso Costa, o estadista que nos primeiros anos da República em Portugal concitou contra ele, pêlos seus actos e atitudes, ferocíssimos ódios dos adversários e até de correligionários. Durante muitos anos não se podia falar no seu nome diante de um católico sem ouvir a mais crua manifestação de repugnância e reprovação: ele era a própria encarnação de Belzebu...
Quando a Faculdade foi instalada no magnífico edifício construído pelo governo de Salazar, a congregação dos professores resolveu pedir ao Ministério da Educação Nacional que mandasse pintar os retratos dos antigos directores para figurarem numa galeria de honra. O Ministro deferiu e os retratos começaram a ser executados; mas o de Afonso Costa, que tinha sido o primeiro Director, não aparecia. Soube-se então que havia no Ministério quem fizesse obstrução a que tal personagem aparecesse homenageado num edifício público.
Em reunião do Conselho da Faculdade insurgi-me contra o fato. Defendi a tese de que naquela escola só interessava saber quem a serviu, quem a ela se dedicara e lhe prestara serviços, independentemente do juízo pessoal ou público acerca das opiniões e dos actos políticos de cada um. E propus que, para evitar quaisquer dificuldades oficiais, o retraio de Afonso Costa fosse mandado executar e pago pêlos professores que tinham estudado e ensinavam na escola por ele criada. Aprovada a proposta, com voto contrário de apenas três professores que logo se recusaram a contribuir, foi o retraio encomendado a um pintor que se sabia ser grande admirador de Afonso Costa e pago por nós. O retraio, inaugurado no melhor lugar da imponente sala do Conselho da Faculdade, foi visto, daí por diante, por ministros e autoridades oficiais sem qualquer reparo.
Raia a aurora das mais amplas liberdades em 25 de Abril de 1974. Na primeira reunião após o acontecimento o Conselho da Faculdade aprova, por unanimidade(1), uma moção em que, recordando os serviços prestados durante tantos anos à escola pelo professor que acabava de ser deposto da presidência do Conselho de Ministros, faz votos por que ainda um dia o veja de novo restituído à Cátedra que honrou: e esse voto foi bastante para que todos quantos nele participaram se vissem privados dos seus lugares, afastados do ensino, "saneados" como se dizia, sem forma de processo.
Aí está como em Portugal num lado se põe o ramo e noutro se vende o vinho.

______________________________
(l) Na ausência do Dr. Diogo Freitas do Amaral. Este meu antigo assistente e dedicado colaborador tem declarado repetidas vezes que se estivesse presente seria incapaz de votar o que se votou..."
Marcello Caetano

Eis a Questão!

"Há com certeza aspectos jurídicos que podem ser regulados entre a relação de duas pessoas do mesmo sexo, desde que não se lhe chame casamento. Chame-se-lhe qualquer outra coisa, arranje-se um nome. Agora, com o baptismo de casamento...comigo não, com certeza."

Manuela Ferreira Leite, "Diário de Notícias", 02-11-2008

Eis a grande questão que se coloca no que toca a casamentos homossexuais do ponto de vista jurídico.
A questão só pode ser debatida quando se partir do verdadeiro significado do casamento. Até lá é festival, laracha, palpite e calinada. (Ah... e leis da AR a procurarem alterar o casamento através do divórcio!)

Aqui estou contigo Manuela FL!

Coldplay - Viva La Vida



I used to rule the world
Seas would rise when I gave the word
Now in the morning I sleep alone
Sweep the streets I used to own

I used to roll the dice
Feel the fear in my enemies eyes
Listen as the crowd would sing:
"Now the old king is dead! Long live the king!"

One minute I held the key
Next the walls were closed on me
And I discovered that my castles stand
Upon pillars of salt, and pillars of sand

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
Once you know there was never, never an honest word
That was when I ruled the world


It was the wicked and wild wind
Blew down the doors to let me in.
Shattered windows and the sound of drums
People could not believe what I'd become
Revolutionaries Wait
For my head on a silver plate
Just a puppet on a lonely string
Oh who would ever want to be king?

I hear Jerusalem bells are ringing
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
I know Saint Peter won't call my name
Never an honest word
And that was when I ruled the world


Hear Jerusalem bells are ringings
Roman Cavalry choirs are singing
Be my mirror my sword and shield
My missionaries in a foreign field
For some reason I can't explain
I know Saint Peter will call my name
Never an honest word
But that was when I ruled the world

A História de um Museu

A Revista Pública que acompanha o Jornal Público de hoje dedica algumas das suas páginas ao tema - que pensava já esquecido - do Museu Salazar.

"A todos os que me criticam, eu só lanço um desafio: venham para cá criar empregos"
Miguel Cunha





(Clicar nas Imagens para aumentar)


Citando aqui apenas uma das algumas frases do chefe de gabinete do presidente da Câmara de Santa Comba Dão, não deixo de elogiar o seu discurso por o considerar realista.

Verdadeiramente acho que o que a URAP (União dos Resistentes Anti-Fascistas Portugueses) é por si só um direito mal concedido. Não que não tivessem o direito a formar-se ou que não tenham o seu direito a manifestar-se. Mas os direitos são fonte de liberdade. Não são fonte de fim de liberdade. São contra o museu? Muito Bem - não o visitem.
Porque quer queiram quer não, a história já foi feita, independentemente do que dela se diga. Não se apaga. Hoje apenas a tentamos guarda-la, escrevê-la para memória futura. Não vale a pena fingir que não existiu. E hoje sobre ela recaiem divergentes julgamentos.

Mas começo a pensar porque não criar a URACP (União dos Resistentes Anti-Comunismo Portugueses) para que, ambos, possam passar o tempo a fazer frente e lutar contra as iniciativas e projectos de um e outro - e reparem aqui ninguém luta contra obras, luta contra iniciativas e projectos. Projectos esses que se baseiam numa realidade que é a seguinte: 95% da população da vila é pelo Museu; há milhares de pessoas visitam Santa Comba Dão para ver a casa onde nasceu, o túmulo, os locais que Salazar frequentava, e ainda a estátua, que destruida no 25 de Abril, muitos supõem que ainda exista, e desiludidos ficam ao tomar conhecimento da realidade.
Quem o diz não sou eu. É Miguel Cunha, no artigo que aqui vos deixo.

Tuesday, October 28, 2008

O abandono de Salazar

Ao Prof. Gonçalo Sampaio e Mello


(este é o retrato que causou esta notícia)

Postei aqui, um dia, parte de um dos mais belos - e consequentemente um dos meus preferidos - artigos que li sobre Salazar.
Hoje publico a continuação.

O texto é maravilhoso, uma obra de arte. Não lhe fico indiferente.
Primeiramente pelo autor, um dos meus Mestres, a quem, como ensinou e escreveu o Professor Pedro Soares Martinez, devem ser prestadas as devidas homenagens assinalando a divida de gratidão, como discípulo que beneficiou dos seus ensinamentos.

E depois porque o texto está escrito de uma forma magnifica.
Trata-se de um juízo histórico muito real, muito racional, mas ao mesmo tempo muito humano.

O texto (que encontrei num jornal comemorativo do centenário do nascimento de Salazar - tem portanto 20 anos!), não traiu as minhas expectativas. Pelo contrário, o Mestre, como que justificando a razão de ter ocupado esse seu lugar, cumpriu e fez aquilo que dele se esperava: surpreendeu.

Resta-me deixa-lo para que também vós o possais apreciar.

(Aqui fica a continuação do texto antes aqui publicado)


Quer isto dizer que renegava a sua obra? Não. Mas contemplando-se a si mesmo, olhando em redor, conhecendo a terra e o meio sobre que governara durante 40 anos, Salazar havia previsto o seu fim e a sentença da História. E tinha razão.
Ter razão é, no juízo mais simples que se conhece, ver as coisas não como parecem, mas como elas são na realidade
Penetrá-las fundamente ab imo pectore. Salazar teve, pois, razão ao prever, por gestos, palavras e atitudes, o seu abandono e fê-lo como Chateaubriand, para além-túmulo.
Mas ocorre perguntar agora: teria previsto o grau, a latitude desse abandono?
É sabido que nas épocas de ruptura da História de Portugal, muitos são os que desertam do lugar onde se encontram e passam para o campo dos vencedores. Em regra, a grande maioria adapta-se ao novo tempo e dos homens públicos, como do povo, parece precária a lealdade. Mas é certo também que os chefes, em Portugal, mesmo depois de cair, sempre tiveram partidários. Poucos, talvez — mas ilustres. (...)

Mas, é lícito sabê-lo: e Salazar? Quem são, quais são os partidários de Salazar?
Tendo orientado os destinos da nação por quatro décadas, entre 19(28) e 1968, reunido à sua volta figuras eminentes da política, da economia, da ciência, da sociedade, da cultura, conseguindo obter, enquanto vivo, o apoio de grande parte do País, lutando galhardamente até ao fim por uma obra colectiva que o transcendia, recusando para Portugal, o papel de mordomo de interesses estrangeiros — Salazar deixou atrás de si uma herança que pode ser contestada mas não ignorada. Uma herança política, doutrinária e moral.
Mas se existe herança — onde estarão os herdeiros?
Difícil é dizê-lo.
O tempo próximo diluiu a memória das coisas, um véu cobriu a vida pública e entre os amigos, os companheiros, os correligionários, os seguidores, os aduladores, os muitos que andaram pêlos labirintos do Estado Novo, ninguém aparece, com efeito a reclamá-la.

Homens que exerceram funções de governo, que ocuparam cargos de responsabilidade, que serviram na administração pública, no Exército, na diplomacia, na magistratura, no parlamento, na câmara corporativa — desapareceram: calando uns, traindo outros, dissimulando quase todos, numa deserção dir-se-ia que completa, num oportunismo político generalizado. Um houve que guardou silêncio prudente, à espera de ganhar trinta dinheiros: outro negou o que afirmava, passando a afirmar o que negava; outro ainda, político até à medula, correu a louvar os poderosos ou a inscrever-se num partido qualquer, desde que viável; e apareceu até quem, senhor de boa memória, quisesse reviver a fábula de Pedro sobre o burro que, um dia, vendo o leão, rei dos animais, já moribundo, — por ele passou ostensivamente e lhe deu um coice.
De súbito, havia-se feito para surpresa geral, uma descoberta: ninguém tinha afinidade política ou espiritual com Salazar, ninguém tinha «mentalidade de herdeiro», e portanto a herança estava jacente. Bem puderam a calúnia, a má-fé e a vesga paixão ideológica deformar à vontade episódios, ideias e figuras, que, em verdade, ninguém contestou fosse o que fosse ou mandou ad rem quem o fazia. Importava era perder os anéis, para conservar os dedos.
Mas, perguntar-se-á: não houve excepções à regra? Não houve quem tivesse ficado no seu posto?
Com obra notória, de vulto, houve uma, com efeito: a de Franco Nogueira — homem que não era, aliás, nem nunca fora, do regime, tendo apenas servido o País, patrioticamente, numa conjuntura internacional extremamente desfavorável. E outras haveria, por certo. Mas quantas? Quais?
Salazar, escrevendo além-túmulo, tinha razão. Neste reino de vira-casacas e novos-ricos da soberania que é o Portugal de hoje, o que mais importa é ainda meditar na atitude de Pedro e na paixão de Cristo. Elas permitem, entre outras coisas, recordar a cada homem uma grande verdade: que ele não passa de uma hora na história e tudo é efémero sobre a terra. Que, portanto, de pouco lhe vale ser trânsfuga. Salazar estava certo. Velhas mas proféticas palavras.


Gonçalo Sampaio e Mello
in Dossier Semanário, 27 de Abril de 1989

Na senda das Eleições Americanas

Barack Obama é o candidato preferido dos portugueses. A popularidade de Obama em Portugal é um reflexo das diferenças políticas entre Portugal e os Estados Unidos. As preferências dos portugueses são condicionadas pelo facto de estarem, em termos políticos, à esquerda dos americanos e pela forma como a informação sobre os Estados Unidos cá chega. A informação é filtrada pelos jornalistas americanos, que estão à esquerda da sociedade americana, e pelos jornalistas portugueses, que estão à esquerda dos seus colegas americanos. O resultado destes filtros é uma visão alienada e paroquial da política americana.

Partilho da opinião de João Miranda, publicada no Diário de Notícias de 7 de Setembro de 2008. Não acho certa a vitória de Barack Obama. Apesar de em Portugal e pela Europa se fazer muito rodar esta ideia, quase parece que McCain já não tem nada a dizer, acho que ainda não há resultados definidos. E não há vitórias/derrotas antecipadas!
Bem se têm esforçado para isso. Notícias, como as que nos informam que McCain descende de uma família de negreiros, só surgirem agora, têm uma clara intenção de desfazer a campanha de John McCain.
Mas se bem me lembro, os nossos portugueses estrangeirados por terras do tio Sam, como o João Pereira Coutinho por exemplo, já afirmaram que quem sucederá naturalmente a Bush será McCain. Se é verdade que o resultado só se saberá no dia das eleições, verdade é também que McCain ainda não está morto, apesar de por cá ter sido bem atropelado. Mas os meios de comunicação também não têm ajudado(informado?)...

Regresso ao Passado?



Preso grupo que planeava assassinar Barack Obama




Previsível?
Estratégia ou Realidade?

Sunday, October 26, 2008

Sobre o Problema da Saúde

A propósito do Caso de Albernoa

O direito à vida antecede o estado. Portanto este é um direito cujo Direito reconhece, mas cujo valor não depende deste último. Apenas o coloca no seu interior como se fosse seu, através do Personalismo Ético e da Natureza das Coisas. Assim se justifica a tutela dos direitos de personalidade, e os direitos fundamentais presentes na Constituição da República Portuguesa (CRP), nomeadamente os artigos 24º e seguintes. Mas não basta enunciar direitos. É necessário garantir a sua promoção, efectivá-los, concretizá-los. É nesse sentido que surge o artigo 64º da CRP, que nos fala de protecção da saúde, ou seja da vida. E o artigo é bastante concreto.

Artigo 64.º
(Saúde)

1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.

2. O direito à protecção da saúde é realizado:
a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.

3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:
a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;
c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos;
d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina, articulando-as com o serviço nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituições de saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade;
(...)

4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.


O artigo fala com justeza em Saúde. Não sei se o titulo do artigo não será até compromissório, pois falou-se muito nos últimos anos em "direito à saúde", mas tal como defende o Prof. Soares Martinez, é preferível falar de um "direito à protecção da saúde". E esse mesmo direito é tutelado pelo n.º 1 do referido artigo, do qual decorre um dever de defender e proteger a saúde.

O n.º 2 comporta duas alíneas que se complementam - sendo que no texto original da Constituição de 1976, apareciam num texto único - e nos remetem para os meios de realização deste direito: a alínea a) fala-nos de um serviço nacional de saúde que responde a todos sem excepção, desde que cidadãos(universal e geral); a alínea b) remete-nos para a promoção da educação sanitária e da cultura física e desportiva(criação de condições sociais, culturais e ambientais), e fala ainda da criação de condições económicas, que nos parece levantar algumas dúvidas hoje, visto que o motivo económico é um dos mais utilizado pelo Governo para fechar estabelecimentos de apoio hospitalar, sendo por isso esse, um entrave à protecção da saúde.

Já o n.º3 enumera as prioridades do Estado, no que toca a assegurar o direito de protecção da saúde, e ai renova-se renova-se que o serviço de saúde tem de ser acessível a todos(alínea a)), garantir o eficiente e racional - linguagem claramente económica - funcionamento do serviço nacional de saúde (alínea b), garantir que todos, dentro das suas possibilidades, através dos impostos, o suportam economicamente (alínea c)) e articular o serviço de saúde público com o privado (alínea d)).
Ora é isto em traços largos que nos revela o (excerto do) artigo 64º da CRP.

Mas atentemos agora mais pormenorizadamente nestas 4 alíneas citadas do nº3 do artigo 64º, e contraponhamos à realidade conhecida.

Na alínea a) fala-se em garantir o acesso a todos aos serviços de saúde independente da condição económica. É um artigo nobre pela justiça que traz, mas se não se efectivar não é nada. E se observarmos os vários casos, como o da vila de Albernoas, reparamos que essa garantia não existe. Mas não é caso único. A situação repete-se por todo o país e os motivos variam: é por falta de médicos, por os hospitais terem fechado, por o hospital mais proximo ser a uns tantos kilometros de distância e não há transportes, por não haver ambulâncias, etc.

Na alínea b) vemos dois conceitos económicos como o de eficiência e racionalidade. Ora não é preciso ser-se economista para sbaermos que estes dois objectivos não estão a ser alcançados.
Não só porque a eficiência deixa a muito a desejar pelos motivos acima indicados - ou seja, não garantem a protecção da saúde a todas as pessoas, - como as opções do governos não são racionais. E vemos isso pela decisão de encerrar hospitais no interior do país, hospitais esses que muitas vezes seriam o único centro de apoio para os grupos populacionais que ai habitam, em vez de o fazer em grandes centros populacionais onde existem variados hospitais públicos outros tantos privados.

E isto remete-nos logo para a aline d), cujo objectivo que se apresenta como prioridade do governo se vê frustrado, visto que as discrepâncias entre o sistema público e privado existem e não são pequenas, e que vão desde as discrepâncias a nível económico que são uma barreira a muitas pessoas, ao mesmo tempo que as ineficiências e custos causadas pela coexistência, no SNS, de três sistemas de gestão diferentes, que os médicos da carreira hospitalar sejam autorizados a assistir, nos hospitais, os seus doentes privados; médicos ineficientes ou gastos do SNS, como em 2006, os mais de 681 milhões de euros cem pagamento a privados pela realização de meios complementares de diagnósticos e terapêutica, quando existem em muitos hospitais públicos inúmeros laboratórios que estão em grande parte subutilizados.

Ora isto coloca-nos a reflectir sobre o papel do Estado. Não se pede que tenham despesas a mais, mas pede-se que pense mais no servir e não no lucro. A protecção da saúde é um direito. Mas, como a vida é o maior bem e o mais valioso que cada um tem, é um dos maiores fins do Estado defende-la e garantir a sua protecção. Se tal não sucede - o que sabemos que é um facto: quer pelas causas acima enunciadas, quer por leis como a do aborto - esta o Estado a por em causa todos os valores em que assenta a nossa cultura, e consequentemente todo o nosso Direito, por ele se fundamentar na vida humana: no homem.

Tuesday, October 21, 2008

E eis que finalmente voltamos a ter boas notícias!


O seu abalo deste mundo blogosférico seria uma enorme perda. Mas por momentos quase se concretizou. Para nossa alegria parece que se arrependeu. E eis que hoje podemos voltar a dizer e a comentar: "já leste o que o Paulo Cunha Porto escreveu hoje?"

Pois é parece que as Afinidades Efectiva(mente) acabaram. E o nosso Réprobo por lá ficou. Mas eis que nos surge um autêntico Paulo Cunha Porto, em nome próprio, e em mais um blog originalmente intitulado O Duro das Lamentações.

A não perder.
De leitura obrigatória.

Um Caso Triste!

"A quem como discipulo beneficiou dos ensinamentos do Mestre cumpre assinalar o luto e a divida de gratidão."
Pedro Soares Martinez



O Desabafo...
Marcello Caetano
Presidente do Conselho de Ministros entre 1968 e 1974, sucessor de Salazar; Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, é considerado o pai da escola Administrativista Portuguesa. É um dos maiores juristas da história do Direito Português, e o melhor no campo do Direito Administrativo.

"O Diogo era devoto de Salazar, amigo do presidente Tomás, de quem um tio era ajudante, ao ponto de ir preparar os seus exames para o Palácio de Belém! A revolução dos cravos foi sobretudo a derrocada do carácter dos portugueses. Que homem!"
(...)
"Não sei o que pensas a respeito do CDS - para mim tem sido um desapontamento, como para a maioria das pessoas minhas conhecidas que a princípio acreditaram nele. E as atitudes do meu antigo discípulo - assistente Diogo do Amaral - na política e em relação a mim foram um dos maiores desgostos que neste período sofri"
(Carta de 13 de Abril de 1977)

"na verdade, no desgraçado panorama da política portuguesa actual, não há melhor"(que o CDS)
(...)
"Quanto ao CDS, compreendo muito bem a tua posição (...). As minhas razões de desconsolo com o partido e de indignação com o presidente são pessoais. E infelizmente justificadíssimas. No ano passado estive muito mal de saúde com o desgosto que me deu o sr. Diogo do Amaral. Mas isso é coisa minha e vocês têm de se agarrar ao que houver de menos mau."
(Carta de 28 de Abril de 1977)

"O que me impressiona no panorama político português actual é não ver ninguém com qualidades morais de liderança do País e sobretudo da chamada direita. Infelizmente conheço muito bem os Kaúlzas e os Adrianos Moreiras que tudo sacrificam à ambição do mando e tive um enorme desapontamento com o Diogo do Amaral. Do Galvão de Melo, simpatiquíssimo desmiolado que durante anos conheci fiel sustentáculo do salazarismo, nem se fala."
(Carta de 25 de Maio de 1977)

"Cá cou passando menos mal, assombrado(embora não surpreendido)com o espectáculo da democracia portuguesa. O Tal Soares deveria escrever um livro intitulado 'Como se Destrói um País'"
(Carta não identificada pelo DN)


...e a resposta (do visado).
Diogo Freitas do Amaral
Professor Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, especialista em Direito Administrativo, foi largos anos assistente de Marcello Caetano no período de regência deste da disciplina de Direito Administrativo. Considerado como sucessor de Marcello Caetano, é ainda hoje o maior especialista vivo de Direito Administrativo em Portugal.

"Considero um grande elogio ser acusado por adversários da democracia em ter contribuído para a consolidar, em Portugal, em vez de, como pretendiam, ter alinhado nos golpismos de direita, que foram tentados em 1974/75 e nos quais sempre recusei colaborar"
(...)
"Pelo relato que me foi feito, as figuras políticas mais atacadas nessas cartas são as do Dr. Mário Soares e a minha própria, ao mesmo tempo que os nomes mais elogiados como sendo capazes de fazer regressar, por via militar, Portugal ao regime da Constituição de 1933 são os generais António de Spínola, Galvão de Mello e Kaúlza de Arriaga"
(...)
"Não lhe levo a mal porque estava profundamente deprimido no seu exílio no Brasil. De resto, sinto-me em muito boa companhia junto do Dr. Mário Soares e considero um grande elogio ser acusado por adversários da democracia em ter contribuído para a consolidar em Portugal"

Mas o que é que ele anda lá a fazer?



Comunicado sobre a promulgação do diploma que altera o Regime Jurídico do Divórcio
O Presidente da República promulgou como lei o Decreto nº 245/X, da Assembleia da República, o qual aprovou, por uma expressiva maioria, o novo regime jurídico do divórcio.

Não obstante, o Presidente da República considera essencial prestar os seguintes esclarecimentos aos Portugueses:
(...)
2 – Como resulta claramente da mensagem então enviada à Assembleia da República, entende-se, isso sim, que o novo regime jurídico do divórcio irá conduzir na prática a situações de profunda injustiça, sobretudo para aqueles que se encontram em posição de maior vulnerabilidade, ou seja, como é mais frequente, as mulheres de mais fracos recursos e os filhos menores.
(...)
6 – A profunda injustiça da lei emerge igualmente no caso de o casamento ter sido celebrado no regime da comunhão geral de bens, podendo o cônjuge que não provocou o divórcio ser, na partilha, duramente prejudicado em termos patrimoniais.
(...)
8 – Por fim, ao invés de diminuir a litigiosidade, tudo indicia o novo diploma a fará aumentar, transferindo-a para uma fase ulterior, subsequente à dissolução do casamento, com consequências especialmente gravosas para as diversas partes envolvidas, designadamente para as que cumpriram os deveres conjugais e para as que se encontram numa posição mais fragilizada, incluindo os filhos menores.


Ora, ora, as más consequências que este novo regime jurídico do divórcio vem trazer conheço-as bem. Não quero mais e repetidas razões para descrer nesta, pois que nela já não acreditava. Anseio sim por explicações do Presidente da República sobre porque não vetou a lei. Ainda por cima, depois de dizer que era profundamente injusta
Pergunto-me o que andará a fazer em Belém o actual Presidente da Republica?

Sunday, October 05, 2008

Visitas para Hoje



Hoje, 5 de Outubro, há visitas que se impõem.
Tenho por isso o dever de as publicitar:

O Centenário do Regicídio

O Centenário da República

E deixo ainda esta frase do historiador João Medina, que não precisa de muitas explicações:

"Não seria melhor, em vez de celebrarmos o 5 de Outubro, rezarmos-lhe um responso (laico) pela pobre alma penada que ele foi? Antes isso do que comemorar uma República sem republicanos, como a nossa é."

Estrangeirismos e Europeísmos


Há um complexo de inferioridade em Portugal que nos é característico, e que só não está presente quando falamos de futebol - como escrevia o João Pereira Coutinho, mesmo antes de qualquer competiçãos começar, já somos campeões.
Mas fora disso, temos uma incapacidade de acreditar em nós.
E pergunta-me o leitor porque digo isto?
Ora, ainda na semana passada assistia ao Prós e Contras (sobre a Lei do Divórcio) quando ouço alguém sentado na plateia dizer, para reforçar a sua argumentação, que "na Alemanha já se faz assim..." e que "em França já assim se faz...", etc. Isto tornou-se habitual nos debates em Portugal. Já assim foi com o Aborto e com outros tantos.
Pensei então para mim "como poderá Portugal tornar-se um país/mercado concorrencial, que dê luta em aos grandes países e potências mundiais?"
É e será impossível, salvo algumas excepções, pois para os Portugueses viver à portuguesa não existe. E se existe não tem valor. Há um fantasma no ar que nos leva a querer viver como todos os outros. E por isso ouvimos o que ouvimos em debates e discursos. Não acho mal olharmos para os outros países. Há certamente coisas boas que podemos e devemos aproveitar. Mas cada vez mais se fazem coisas por se fazer - faz-se cá porque lá fora também se faz.
Ando há dias a ler Giussani, que num dos seus livros, nos fala de Obediência. E nesse capítulo distingue a obediência cega (ou seja, o seguir em carneirada) e a obediência saudável, aquela que tem por base a razão. E é isso que nos falta: a razoabilidade.
Esta falta gera um desejo de querer ser igual aos outros e revela-nos um sentimento de inferioridade que nos tem caracterizado nas últimas décadas. E esta igualdade tem pretensões da abarcar todas as áreas da vida, passando esse objectivo, claro está, pelo domínio da criação legislativa, que cada vez mais é a mesma, ou quase a mesma em todos os países. Historicamente, notamos que este desejo a que a classe politica portuguesa não vira as costas, e antes estende a mão, acentua-se mais num passado muito recente. Mas, arrisco-me a dizê-lo, parece-me que "o ser português à portuguesa" está muito ligado, ou pelos menos as pessoas muito o associam, ao antigo regime, e que pela história - ou melhor, por quem a faz e escreve - não o saber, nem querer, julgá-lo correctamente, este abraçar de tudo o que é estrangeiro se torna cada vez maior.
Consequências?
Vejo muitas: mas a maior de todas talvez seja o fim do Estado pelo fim da nossa cultura. Assim se constroi o país Europa!
Pergunto-me porque não podemos ser diferentes? Qual é o mal que isso tem?

Prof. Doutor Manuel Duarte Gomes da Silva

Lisboa a 19 de Dezembro de 1915 - 11 de Maio de 1994

"(...)
A Grandeza e dignidade do homem, e a par e em contraste com elas a constante insatisfação, a fraquesa, e pequenez perante as audácias dos seus ideais, a caducidade, enfim - essas duas ordens de aspectos antagónicos cujo conflito exprime todo o dramam da humanidade, mas lhe permite também alcançar pela vitória dos valores superiores, a glória e a felicidade -, assentam as suas raizes, segundo a concepção cristã, na prórpia génese do universo e do tempo e na missão que neles foi atribuída ao género humano.
(...)"


Manuel Duarte Gomes da Silva em Esboço de uma Concepção Personalista do Direito: reflexões em torno do cadáver humano para fins terapêuticos e científicos, Separata da Revista da FDUL, vol. XVII, Lisboa, 1965, Pag. 61

Friday, September 26, 2008

E já que falámos de Salazar... ou Outra vez Salazar



Eis um dos primeiros testemunhos prestados sobre a pessoa e a obra de Salazar, nas semanas que se seguiram à sua morte, publicado no Diário de Moçambique, da cidade da Beira, em 2 de Agosto. O autor foi o prof. Adriano Moreira.

«De vela ao cadáver de Salazar, fui-me lembrando de muitos acontecimentos relacionados com a vida pública da nossa terra, em que a sua presença foi dominante. E também de alguns relacionados apenas com o seu modo de ser, que marcou o estilo do governo e da administração, e o estilo de uma geração de dirigentes. Dos que o seguiram e dos que o combateram. Todos marcados, na sua intimidade mais funda, pelo homem e pela sua acção.
Recordarei aqui duas imagens persistentes. Numa manhã de domingo, do ano de Angola Mártir, fui visitá-lo ao forte do Estoril. Como cheguei a pé, não tocaram a sineta que habitualmente chamava para abrirem os portões do caminho de acesso dos automóveis. Subi a breve escada que ali existe. Ao fundo do pátio, onde se encontra a capela, as portas desta estavam abertas. De frente para o altar, a sós com Deus, Salazar cuidava da toalha, e das flores e das velas. Pensei que não tinha o direito de surpreender esta intimidade. Regressei vagaroso pelo mesmo caminho. Pedi para tocarem a sineta. Quando voltei a subir a breve escada do pátio, já ele estava sentado na sua velha cadeira, mergulhado nos negócios do Estado. Era a imagem de um homem de fé segura, sabendo que haveria de prestar contas. A brevidade da vida iluminada pelos valores eternos. O poder ao serviço de uma ética que o antecede e transcende.
Acrescento outra imagem desse tempo. Recordo os discursos, as notas, as entrevistas, as declarações, em que sucessivamente definia a doutrina nacional de sempre para a crise da época. Tudo escrito pela sua mão. Mas depois, não obstante a urgência e a autoridade pessoal, tinha a humildade de chamar os colaboradores e, em conjunto, discutir, e emendar. A grandeza natural de quem pode aceitar dos outros, sendo sempre o primeiro.
E assim foi exercendo o seu magistério. Com fé em Deus e recebendo agradecido os ensinamentos do povo. Porque nunca pretendeu sabedoria superior à de entender e executar o projecto nacional. E nunca quis mais do que amar até ao último detalhe a maneira portuguesa de estar no mundo, preservando e acrescentando a herança.
O Ultramar foi a última das suas preocupações maiores. Como se, ao crescer em anos e diminuir em vida, quisesse guardar todas as energias para sublinhar a essência das coisas. Todos os cuidados para a trave mestra. Doendo-se por cada jovem sacrificado. Rezando, e esperando que o sacrifício fosse atendido e recompensado. De joelhos perante Deus e de pé diante dos homens. Humilde com o seu povo, orgulhoso perante o mundo.
Assim viveu, acertando ou com erros, mas sempre autêntico. Com princípios. O único remédio conhecido contra a corrupção do poder. E muito principalmente quando se trata de um poder carismático, como era o seu caso. Um desses homens raros que a fadiga da propaganda não consegue multiplicar. Porque ou as vozes vêm do alto ou não existem. Não há processo de substituir o carisma. Por isso, também, essa luz, que tão raramente se acende, é toda absorvida pelo povo, o único herdeiro. Soma-se ao património geral. Inscreve-se no livro de todos. Pertence à História. Transforma-se em raiz.
»

Adriano Moreira

In A Rua, n.º 56, 28.04.1977, pág. 14.

Coisas que Quero Guardar: Futuro Presente

Celebramos a alegria que é a de podermos ler a Futuro Presente.
As férias são para mim momentos importantes de estudo. E a Futuro Presente é uma excelente companhia que une atributos necessários e que facilitam esta minha tarefa: qualidade e quantidade.
Por essa razão, aqui deixo algumas leituras que nos parecem recheadas de interesse e que quero que permaneçam no meu baú, para mais tarde recordar.



“Os Anos de Salazar” de Nuno Rogeiro
SALAZAR GRANDE E PEQUENO 1
SALAZAR EM GRANDE E PEQUENO 2:O QUE É SER GRANDE
SALAZAR EM GRANDE E PEQUENO 3:AS ÉPOCAS DE SALAZAR(I)
SALAZAR EM GRANDE E PEQUENO 4:AS ÉPOCAS DE SALAZAR(II)
SALAZAR EM GRANDE E PEQUENO 5:O HETERÓNIMO DE PESSOA

“Ser Conservador: A Versão Anglo-Saxónica” de Miguel Freitas da Costa
SER CONSERVADOR: A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 1
SER CONSERVADOR: A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 2
SER CONSERVADOR: A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 3
SER CONSERVADOR: A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 4
SER CONSERVADOR: A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 5
SER CONSERVADOR: A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 6
SER CONSERVADOR: A VERSÃO ANGLO-SAXÓNICA - 7

A Transição Jaime Nogueira Pinto
A TRANSIÇÃO(APONTAMENTOS QUASE PESSOAIS)I
A TRANSIÇÃO (II): OS CANDIDATOS
MAIS "MEMÓRIAS DA TRANSIÇÃO" - III: O CLIMA CULTURAL

"O Que é a Verdade?"

Iniciei hoje a leitura de um novo livro, de edição recente. O autor é um dos maiores juristas portugueses da actualidade: o Professor Doutor Paulo Otero, Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. E o tema é Salazar.

A Obra intitula-se Os Últimos Meses de Salazar - Agosto de 1968 a Julho de 1970 e é editada pela Almedina.
Tem como objectivo desbravar um período pouco discutido da vida de Salazar: os dois últimos anos de vida, em que sofre um acidente, fica incapacitado de governar, e vive os seus últimos dias em São Bento sobre uma farsa que foi montada à sua volta.



O livro, diz-nos o seu autor, não é uma obra como aquelas a que nos acostumamos a ler sobre Salazar. Aqui encontraremos uma homem, fraco, dependente e doente e não o político forte e autoritário. Talvez, arrisco a dizê-lo, um retrato humano, no sentido em que vemos realmente um homem, que do tudo passou ao nada. É o momento, é a situação, é a sequência de acontecimentos que levaram Fernando Dacosta a exclamar um dia, como nos conta na sua obra As Máscaras de Salazar, que até ao momento em que o Presidente do Conselho caiu da cadeira, ele considerava-o verdadeiramente um ser imortal e sem fragilidades.
Reforço esta minha ideia com uma outra diferente que nos é dada pelo próprio autor, que escreve logo no início: Trata-se de "uma reflexão sobre as relações entre a amizade e o poder: quem já teve o poder e deixou de o possuir, sem esperança de o recuperar, só então sabe quem são os seus amigos."

Outro ponto a ter em conta, e que o autor não prescinde de afirmar em Nota Prévia, é o facto de que para se compreender o 25 de Abril, ou antes, para o justificar-mos - não para o legitimar-mos, mas para o entendermos e para, nas próprias palavras do autor, compreendermos "as raízes do 25 de Abril" - é importante estudar-se este período de tempo, em que vemos um Américo Thomas publicamente oculto mas politicamente demasiado interventivo, e um Marcello Caetano que se foi "queimando" num jogo político que afirmava não ser seu forte, em grande parte por culpa de Américo Thomaz.
O autor diz-nos que Marcello Caetano "instrumentalizou Salazar" apesar de muito o respeitar, mas ao longo da leitura (e eu ainda não terminei) parece que poderemos dizer que ele próprio foi instrumentalizado por Américo Thomaz.

Por outro lado um livro revela-se cheio de interesse pelo debate que nele reside. O livro é da autoria de um professor, e como tal, ela é construída de forma didáctica. Perante cada questão colocada, o autor revela-nos as várias posições dos diversos autores e os argumentos que usam para sustentarem as suas teses, sendo que só no final de cada problema colocado encontraremos a opinião do autor; e também por nos tentar transmitir um pouco do que ocorreria na cabeça de Salazar vendo o que sucedia diante de si: a sua incapacidade e a sua sucessão, o seu "sequestro" em São Bento e o "novo mundo" que lá foi montado, como nos conta Paulo Otero.

Enfim, parece um leitura deveras interessante.

Tuesday, September 23, 2008

Knut Hamsun



Já era de esperar, pois assim sempre nos habituou, o amigo Mário, não se esqueceu de dar destaque à notícia publicada no último expresso.

Thursday, July 17, 2008

O que é bom tarda mas aparece: um inédito de Eça de Queirós

Quem diria que depois de tantos anos, ainda tens novas para contar!



O Expresso revelou-nos um texto nunca antes visto de Eça de Queirós, escrito sob o pseudónimo de João Gomes, e cujo motivo era o centenário da morte de Cristóvão Colombo.

Não partilhamos o mesmo olhar sobre a época dos descobrimentos que o autor revela neste texto, mas não deixa de ser um inédito de Eça de Queirós e um texto escrito de forma magnifica.

Aqui fica um excerto:

Ora, sempre que no século XVI se tratava de ir buscar um Mundo, quando não partia já um galeão espanhol, partia logo um galeão português. Em Cádis ou em Lisboa, havia constantemente um mareante, pronto a ir com alguns mapas incertos, e o coração posto em Deus, fundar, através dos mares, um reino novo. E se em 1492 Colombo não tivesse descoberto a América pelo norte, lá estava já Pedro Álvares Cabral que, em 1500, a descobriria pelo sul. Eram para esse continente mais oito anos de sossego e obscuridade ditosa!


(Para ler texto integral é favor clicar no excerto)

Wednesday, July 09, 2008

Mestrados para todos os Gostos



A texto é parte integrante do Diário da República, 2ª Série, nº51, 12 de Março de 2008.

Leiam bem:
Mestrado em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe
Não é curso profissional, nem licenciatura, é mestrado! O doutoramento virá a seguir.
Na cauda da Europa, mas com todo o requinte - e com os nossos impostos.

Recebido por mail

Tuesday, July 08, 2008

Arte e Tradição



Quem monta é o Mestre David Ribeiro Telles.
Um verdadeiro Mestre na Arte de bem montar e tourear.

Jack London



Metade dos problemas do mundo deixaria de existir se as pessoas lessem um pouco mais.
Vejamos Sócrates: apanhado a fumar, o primeiro-ministro veio perante as câmaras pedir desculpa pelo facto (patético) e garantir aos portugueses que deixará esse nojento vício (inclassificável). Que o primeiro-ministro fume, é um problema dele. Que fume em local proibido, é um problema das autoridades. Que não se comporte como um homem adulto, é um problema nosso. Pior: em atitude que excede a paciência comum, o primeiro-ministro confessou não tolerar o «calvinismo moral» de quem o acusa e persegue. Em tempos politicamente correctos, regista-se a insensibilidade do engenheiro Sócrates perante as confissões calvinistas, que não lhe fizeram nenhum mal. E regista-se também a amnésia do senhor, que se queixa agora do que andou a promover no passado: o exacto tipo de espiolhagem e higienismo que espalhou pelo país. A legislação antitabágica, uma das mais absurdas e iliberais de toda a Europa, ilustra o ponto.
Por isso sugiro que a oposição envie para São Bento um esquecido livro de Jack London. Intitula-se The Assassination Bureau, Ltd. e é a história curial de uma empresa que elimina por encomenda pessoas consideradas «socialmente indesejáveis». Uma vez feita a proposta de extermínio, a empresa analisa o caso com rigor, investiga a história pessoal do alvo e, depois de avaliar o seu grau de «imoralidade», finalmente despacha-o com frieza burocrática. Tudo corre bem até ao dia em que tudo corre mal: o líder da empresa recebe uma nova proposta e descobre que a pessoa para abate, desta vez, é ele próprio. Não conto o fim, mas conto a moral evidente: todos os perseguidores, cedo ou tarde, convertem-se em vítimas da sua perseguição. Apesar da morte em 1916, London profetizava bem as máquinas autoritárias, e totalitárias, que acabam sempre por devorar os seus filhos. O engenheiro Sócrates devia ler Jack London. E aprender que quem gosta de tratar da saúde dos outros não pode espernear quando os outros desatam a tratar da nossa.

João Pereira Coutinho
Expresso, 08-05-24

Monday, July 07, 2008

Lembranças de um passado recente



Como yo te amo
Como yo te amo...
convencete..convencete...
nadie te amará

Como yo te amo...
como yo te amo
olvidate..olvidate
nadie te amará,
nadie te amará
nadie, por que...

yo!! te amo con la fuerza de los mares,
yo, te amo con el impetu del viento
yo, te amo en la distancia y en el tiempo
yo, te amo con mi alma y con mi carne
yo, te amo como el niño a su mañana
yo, te amo como el hombre a su recuerdo
yo, te amo a puro grito y en silencio
yo, te amo de una forma sobrehumana
yo, te amo en la alegria y en el llanto
yo, te amo en el peligro y en la calma
yo, te amo cuando gritas cuando callas
yo te amo tanto yo te amo tanto yo!

Como yo te amo..
Como yo te amo...
convencete..convencete...
nadie te amará

Como yo te amo...
como yo te amo
olvidate..olvidate
nadie te amará,
nadie te amará
nadie, por que...

yo!! te amo con la fuerza de los mares,
yo, te amo con el impetu del viento
yo, te amo en la distancia y en el tiempo
yo, te amo con mi alma y con mi carne
yo, te amo como el niño a su mañana
yo, te amo como el hombre a su recuerdo
yo, te amo a puro grito y en silencio
yo, te amo de una forma sobrehumana
yo, te amo en la alegria y en el llanto
yo, te amo en el peligro y en la calma
yo, te amo cuando gritas cuando callas
yo te amo tanto yo te amo tanto yo..!!

As lembranças vêm e vão. Esta voltou devido à leitura (mais uma) do Sexo dos Anjos.
(Nomeadamente por causa deste post)

Friday, July 04, 2008

How to fail in exams with dignity









Recebido por Email.

Tuesday, July 01, 2008

Tudo ao contrário!



Em Portugal, anuncia o Ministro Manuel Pinho, a descida do IVA vai permitir aos contribuintes (na sua totalidade) pouparem no supermercado, até ao final do ano, 20 milhões de euros. Ou seja numa população de 10 milhões, cada um poupa 2 euros!

Além disso a poupança é tanta, que esses 2 euros servirão para investir num qualquer bilhete dos transportes públicos que o contribuinte utilizar - o que é engraçado é que o aumento do preço do petróleo serviu de desculpa para aumentar também o metro e os autocarros a Gás Natural!!

Ou seja, para contribuintes, poupança não há nenhuma!
Nem vão dar por tal baixa pois a diminuição do IVA é compensada pelo aumento dos transportes.

Ao mesmo tempo que estas coisas se dão, recebem-se as notícias que Portugal perdoa dívida a Moçambique e a São Tomé e Príncipe de 249 milhões de euros, e que concede crédito de 100 milhões a Moçambique.

Tudo ao contrário!

Tuesday, June 24, 2008

As palavras de Alfredo Pimenta

Há muito que esta frase me ecoava na cabeça, mas um pouco distorcida.
Estava com algumas dificuldades em encontra-la na sua forma verdadeira e pura.
Assim sendo, e como estou em onda de citações, não deixo de a postar, pois mesmo sem motivo algum de especial, a sua beleza deixa-me sempre estarrecido.

Admirável coisa esta de defender causas vencidas, homens vencidos, sobre que as vagas alterosas da Vitória passam altaneiras e invencíveis! Com a sua defesa, não se colhem bens nem louros; colhem-se antes desgostos e lágrimas. Mas fica-nos a consciência tão límpida como água que brota de rocha virgem…

Alfredo Pimenta
in ‘Três Verdades Vencidas, Deus-Pátria-Rei’, p. 68, Lisboa - 1949



Roubada a um antigo post do amigo Mário, autor da magnifica Voz Portalegrense.

Sunday, June 22, 2008

As Belas Palavras de São Josemaría

Em recente conversa com um verdadeiro Mestre, veio à conversa uma leitura que a ambos já havia figurado, e cuja minha já se encontrava guardada numa das estantes, e que sem eu dar por isso, respondia a inquietações que me surgem de novo na alma.
Aqui fica um excerto que me chamou a atenção à primeira leitura.

"Amo com toda a alma esta minha pátria, com as suas virtudes e os seus defeitos, com a sua rica variedade de regiões, de homens e de línguas. Encanta-me atravessar essa Castela — paisagem de sulco e de céu — que faz os homens e os gasta; sinto-me catalão na Catalunha e sou aragonês de nascimento; admiro sem dissimular os férteis vales do Levante, as aldeias caiadas da Andaluzia, a dura contextura da Montanha. Mas tenho um ponto fraco — todos temos algum — e esse ponto fraco é Navarra, porque esta terra viçosa de arvoredos e campos ceifados, com a sua fé inquebrantável, o seu apego à tradição, a sua laboriosidade silenciosa e a sua moral sem mácula, parece ter sido especialmente disposta por Deus para que nela frutifiquem as obras de apostolado universal, que aqui são semeadas às mãos-cheias, seguras de que haverá boa colheita.
(...)
Eu disse, em certa ocasião, que o maior inimigo de Deus é a ignorância; estou convencido disso. Por isso quero que os meus filhos empreendam a batalha da doutrina;
(...)
Deste modo prestamos um serviço à Igreja, um serviço à Pátria e também um serviço, muito grande, a esta cidade. Não tenhais dúvida: hoje, Pamplona é mais conhecida no mundo pelo seu Estudo Geral do que pêlos seus sanfermines, apesar de estes serem muito célebres. São já muitos os estudantes dos mais diversos países que se formaram aqui, e continuarão a vir cada vez mais; e, ao regressar às suas terras, deixam entre estes muros de pedras carcomidas pêlos anos um pedaço da sua alma que continua a chamar por eles onde quer que estejam."

de Josemaría Escrivá e a Universidade, Almedina, Coimbra, Maio 2003

Sunday, June 08, 2008

Rencondita Harmonia por Pavarotti

Foi e última ópera apresentada esta época no Teatro Nacional de São Carlos, mas pode-se dizer, que foi claramente o ponto alto da época.
Eis um excerto da grandiosa ópera do enorme Puccini, interpretada por uma grande voz: assim se vai recordando Luciano Pavarotti.



Recondita armonia
di bellezze diverse!...
È bruna Floria,
l'ardente amante mia...
E te, beltade ignota
cinta di chiome bionde!
Tu azzuro hai l'occhio
Tosca ha l'occhio nero!
L'arte nel suo mistero
le diverse bellezze insiem confonde;
ma nel ritrar costei
il mio solo pensiero, Tosca, sei tu!


(Que recôndita harmonia
existe entre belezas diversas!...
Floria, a minha ardente amante,
é morena...
E tu, beldade desconhecida,
és coroada por cabelos louros!
Tu tens os olhos azuis,
Tosca tem os olhos negros!
A arte no seu mistério
combina entre si as diferentes belezas;
mas enquanto a pinto a ela
o meu único pensamento, Tosca, és tu!)

Coisas da Vida e Histórias que se ouvem em Direito

Acontecimento sucedido no CONCELHO DE BEJA (Alentejo)
Quando passarem por Beja, poderão certificar se é verdade ou não.......



O Registo Civil de Beja recebeu o seguinte requerimento:

Beja, 5 de Fevereiro 2006.

Eu, Maria José Pau, gostaria de saber da possibilidade de se abolir o sobrenome Pau do meu nome, já que a presença do Pau me tem deixado embaraçada em várias situações. Desde já agradeço a atenção despendida.
Peço deferimento, Maria José Pau.


Em resposta, recebeu a seguinte mensagem:

Cara Senhora Pau:

Sobre a sua solicitação da remoção do Pau, gostaríamos de lhe dizer que a nova legislação permite a remoção do Pau, mas o processo é complicado e moroso. Se o Pau tiver sido adquirido após o casamento, a remoção é mais fácil, pois, afinal de contas, ninguém é obrigado a usar o Pau do cônjuge se não quiser.
Se o Pau for do seu pai, torna-se mais difícil, pois o Pau a que nos referimos é de família e tem sido utilizado há várias gerações.
Se a senhora tiver irmãos ou irmãs, a remoção do Pau torná-la-ia diferente do resto da família. Cortar o Pau do seu pai pode ser algo muito desagradável para ele.
Outro senão está no facto do seu nome conter apenas nomes próprios, e poderá ficar esquisito, caso não haja nada para colocar no lugar do Pau. Isto sem mencionar que as pessoas estranharão muito ao saber que a senhora não possui mais o Pau do seu marido.
Uma opção viável seria a troca da ordem dos nomes. Se a senhora colocar o Pau na frente da Maria e atrás do José, o Pau pode ser escondido, pois poderia assinar o seu nome como "Maria P. José". A nossa opinião é a de que o preconceito contra este nome já acabou há muito tempo e visto que a senhora já usou o Pau do seu marido por tanto tempo, não custa nada usá-lo um pouco mais. Eu mesmo possuo Pau, sempre o usei e muito poucas vezes o Pau me causou embaraços.

Atenciosamente,

Bernardo Romeu Pau Grosso

Registo Civil de Beja

15/02/2006

(Recebido por E-mail)

Friday, May 30, 2008

PSD



Passos Coelho entristece-me.
De candidato sem passado, de candidato sem pedra no sapato, sem pedra que lhe pudessem arramessar, desatou, numa sede de protagonismo, a criar e a lançar propostas e ideias para o nosso querido país, que como sempre, tem de tocar nos valores morais em que a sociedade se baseia. Propostas essas que não têm qualquer sentido e cuja defesa se encontra a cargo de certos argumentos que de nada valem, nem pela demagogia.
Para além disso diz-se candidato. Coisa estranha essa. Candidato é aquele que aspira a algo. Neste caso, presumo que seja a liderança do PSD. Mas eu até já admito que ele se tenha enganado, talvez tenha concorrido a outra coisa e está ali por engano. É que não se admite como um candidato que quer ser oposição pergunte a um adversário seu se acha que o que está a dizer é certo ou errado. Como não se admite também que, numa corrida a três, onde eu acredito que ele irá no final ocupar o terceiro lugar, em discurso nas vésperas das eleições um homem admite ganhar, sabendo ele que só há dois caminhos possiveis: primeiro o de um dos adversários (e vocês sabem bem a quem se referia ele), depois o dele. Ainda bem que ele sabe que a dele não pode ser a primeira opção para o PSD, e muito menos para o País.

Para mim, Manuela Ferreira Leite é igual a Sócrates. Tirar um para por o outro é virar o disco para tocar o mesmo.

Santana Lopes surge como o "Catman": tem como se vê, 7 vidas. Pelo menos na política.
Há boa maneira de Churchill, é sempre bom lembrar-mo-nos:

"A Política é quase tão excitante quanto a guerra, e quase tão perigosa. A diferença é que na guerra só se pode ser morto uma vez, enquanto na política se pode morrer muitas vezes"

Valem-lhe os dotes oratórios.

Wednesday, May 28, 2008

Feira do Livro: 1ª Volta

Sendo longa a minha ausência nestas lides, e devendo algo aos leitores que, mesmo perante uma ausência de escrita, por aqui passam, cabe-me em jeito de redenção, informá-los das minhas compras de ontem à tarde. O local foi a Feira do Livro. O tempo foram aquelas duas horas em que a chuva não me enfrentou nem levou a melhor- sim porque mal começou a chover, corri para casa. Vi meia dúzia de barracas. Muito ainda ficou por ver. Esta prometida uma segunda volta.
Aqui ficam: