Wednesday, September 27, 2006

Faz da Vida um Sonho

Faz da vida um sonho,
e tudo correrá bem,
e tudo será melhor e mais belo
e espaço haverá também
para a arte, cultura e ciência,
farás então da vida
a tua melhor experiência!

Dá-te por inteiro
Aos que nada te pedem
transpõe as barreiras que te impedem,
de viver aquilo a que te propões!

Sunday, September 24, 2006

Talvez é o Mundo!



Talvez o mundo de hoje esta baralhado
Ou apenas eu esteja perdido.
Talvez as senhoras de hoje estejam doidas
Ou apenas o meu conservadorismo me cegue.

Talvez as coisas sejam demasiado rápidas
E eu demasiado lento.
Talvez o mundo ande de mais
E eu não o acompanhe.

Talvez amanhã ela diga sim.
Talvez amanhã ela diga não.
Talvez alguém me dê um sentido,
Talvez amanhã não chova.

E é nesta sucessão de "talvez"
Que agora se define o mundo.
Alguém me pode dar uma certeza?
Olha...ela disse que não.

Thursday, September 21, 2006

Rodopio

O tempo passa,
e leva pedaços de nós
consigo, que enlaça
e transforma continuamente;
sem darmos conta, crescemos
e vemos que na vida
tudo acontece naturalmente.

O mundo transforma-se à minha volta,
olho-o de esguelha, de coração vazio,
e procuro uma página solta,
para escrever e embelezar
e melhorar todo este rodopio.

28/07/2005

Sunday, September 17, 2006

But I Still Haven't Found What I'm Looking For



Morais, 16 de Setembro de 2006

Caro Senhor Bono,

há muitos anos que oiço a sua música e que sou um dos seus maiores fãs. Mas deixe-me apresentar-me: Sou de Portugal, da região de Trás-os-Montes, de uma pequena vila chamada Morais e por aqui todos me tratam por Baptista. Escrevo-lhe em busca de algumas respostas, que eu creio, só o senhor me pode responder.

Sabe, eu já corri o mundo. Bem, eu não corri bem o mundo: voei por ele, mas não de avião, que isso é muito caro. O meu veículo é o que aqui se chama de Sonho. Conhece?

Nesta viagem conheci milhões de pessoas. Todas elas diferentes entre si e diferentes das que conheço aqui. Não sei bem como definir.
Sai de Portugal e corri toda a Europa; e depois a Índia, a América e só depois África. No entanto devo confessar-lhe que me sinto um pouco desiludido.

Parti de Portugal com a intenção de descobrir alguém que me correspondesse (e não apenas aquele "alguém" que desejo ter comigo para o resto da vida - porque para mim (é como dizia a, minha mãezinha) o casamento é para a vida!), alguém que me definisse e que me soubesse dizer quem sou. Aqui sinto-me (e sou!) apenas um estranho. Não me encaixo em lado nenhum. Ainda hoje não sei de onde venho e ao que venho. Nos meus amigos apenas vejo pessoas com quem falo e partilho as aventuras e desventuras da vida. Não há ninguém que, de facto, me pertença e não pertenço a ninguém. Ainda hoje estou perdido. Ainda sou apenas um estrangeiro. Nada me faz e em nada me revejo. Nada me prende.

Mas acredita Sr. Bono, que em lugar nenhum do mundo eu encontrei um lugar onde eu dissesse eu verdadeiramente? Onde eu fosse verdadeiramente eu?
Confesso que tudo isto me atormenta mais que o frio que faz aqui nas montanhas, e me tira mais o sono que o café que a minha querida mãe faz.

É por tudo isto que lhe escrevo.
É porque continuo sem encontrar aquilo que procuro.
É por isto que acho que talvez o Sr. me possa ajudar.
O senhor encontrou aquilo que procurava?
Pode indicar-me um caminho?
Peço-lhe que me ajude, como uma criança inocente e perdida pede à sua mãe quando está presa e anseia liberdade.

Com os melhores cumprimentos e um grande abraço cheio de admiração e respeito

Batista.