“Eu amo a França, ela deu-me tudo o que eu sou e agora eu quero-lhe devolver tudo o que ela me deu”
Não fico indiferente ao que se passa em França. Nicolas Sarkozy á já presidente à alguns meses e mantém-se em paz, longe de ataques fortes que lhe causem algumas vertigens. Vertigens essas justificadas pelo alto poleiro onde se encontra, pois não podemos esquecer as grandes responsabilidades que pesam sobre ele, como homem de direita e como representação dos valores que esta defende. Esquecendo aquele episódio em que aparece, não sei se bêbado ou não, mas um pouco diferente, a sua vida encontra-se calma, longe de polémicas, e dando para já à França uma liderança calma, nada turbulenta, o que ao contrário do que acontece no nosso país, é algo extremamente necessário para levar um país a bom porto.
Quando olho para França hoje vejo uma força que já não lhe reconhecia. A nível europeu, o próprio Sarkozy, tem sido um protagonista, que tem ganho bastante mediatismo nos últimos tempos, nas recentes discussões que se tem tratado na União Europeia, assumindo sempre o papel de homem forte, líder de "potência".
Mas não escrevo sobre Sarkozy apenas por isto.
É com enorme alegria que reconheço nas suas palavras uma realidade concreta, que não se prende a utopias, mas procura na base do problema uma solução para o mesmo. Esta ideia surge-me por intermédio da sua intervenção de acabar com a herança do Maio de 68.
Encontro em Sarkozy uma ideia de sociedade semelhante à minha, regulada por regras, normas, respeito, moral, hierarquias, mérito, distinção entre bem e mal, valores, de direitos e deveres. É impossível viver sem qualquer um destes princípios numa sociedade justa.
Uma politica afastada da moral, uma sociedade desprovida de regras, onde cada um faz o que bem entende, porque é seu direito fazer o que quer, quer seja bem ou mal, é uma sociedade errado, onde reina a anarquia, onde o conceito de justiça fica bem distante e longe de qualquer definição a ele hoje atribuído, e onde dela não pode brotar nada de bom. Antes pelo contrário, e os resultados são visiveis na história.
A importância do trabalho como principal objectivo da sociedade, é uma solução para um país em crise. O trabalho representa por si pão e dinheiro. Dinheiro significa saúde - a nível do estado - e riqueza. Riqueza significa poder e bem-estar social.
O pensamento económico americano que emergiu em 1920 faz todo o sentido. Só pode comprar que tem dinheiro. Só se produz se houver comprador. Só há comprador se houver dinheiro. A abertura económica significa rendimento, significa uma aposta económica. Pode ser representada pela celebre frase: "dá para receberes".
Mas o pensamento de Sarkozy só faz sentido se pensarmos o objectivo como uma coisa única. Só faz sentido se houver um interesse comum. É aqui que surge a Pátria. E este conceito significa que é necessário haver uma direcção única para onde caminhar. E esse caminho tem que ser o bem; o que está certo. E isso é impossível no comunismo que pouco se importa com objectivos comuns que não sejam os do partido, e que se afirma contra a globalização mas no fundo que que tudo seja como a Rússia de 1930.
Sarkozy traz consigo um sentido nacionalista e anti-maio de 68, que só pode ajudar na reconstrução do país se for bem utilizado. O Maio de 68 procurou abalar a estrutura da sociedade, mas hoje mais do que nunca, se percebe que os princípios proclamados pela revolução não permitem nem servem para viver de forma justa ou de forma correta.
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