Monday, July 09, 2007

“...amar a Igreja significa amar a Jesus Cristo, uma vez que a Igreja é Seu próprio Corpo místico.”

Saiu no passado sábado, dia 7, o documento pelo qual o Papa Bento XVI concede a liberdade para a realização de missas em latim.

A chamada missa “tridentina", onde o sacerdote celebra de costas para os fiéis e recita o evangelho em latim, nunca chegou a ser proibida por Paulo VI, mas deixou de ser celebrada após o concilio Vaticano II - onde ficou estabelecido que a missa oficial seria realizada no idioma de cada comunidade - e ficou condicionada à autorização do bispo de cada diocese.
Ás reformas trazidas pelos concilio, surgiram oposições, notabilizando-se por estas Monsenhor Marcel Lefebvre, hoje conhecido como o mais notável fundador e promotor do movimento Católico tradicionalista.
Fundou a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, tendo como finalidade a formação de padres e o apostolado segundo a forma tradicional, sobretudo através da celebração da Missa Tridentina.
Anos mais tarde, no final da sua vida, entrou em confronto com Roma, pois desejava poder nomear novos bispos na fraternidade, e chegou mesmo a assinar um acordo com o cardeal Ratzinger, onde ficaria estabelecido a valorização canónica da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, a transformação em Sociedade de Vida Apostólica, e ainda a possibilidade de ordenação dum bispo entre os padres da Fraternidade. O acordo duraria um dia, pois Monsenhor Lefebvre, percebeu que Roma não estava disposta a permitir que ele procedesse a ordenações episcopais na data por si pretendida: o seguinte dia 30 de Junho.
Face às reticências de Roma em permitir as ordenações episcopais, Lefebvre decide ordenar novos bispos para a Fraternidade, e anuncia a realização da cerimónia para 30/6/1988, em Ecône. O Papa João Paulo II pede-lhe expressamente que o não faça mas, indiferente a tudo, Lefebvre ordena efectivamente quatro bispos dentre os padres da Fraternidade. Por si só, o acto de Monsenhor Lefebvre é punível canonicamente através da excomunhão latae sententiae, por constituir um acto em si mesmo cismático.
Por esta razão, João Paulo II publica, dois dias depois, o famoso motu proprio “Ecclesia Dei”, que manifesta a grande aflição da Igreja católica por causa das ordenações episcopais ilegítimas, declara a excomunhão de Lefebvre e dos bispos por ele ordenados e convida os seus seguidores a afastarem-se da Fraternidade.
Monsenhor Lefebvre recusou energicamente o Concílio e as suas reformas, e sobretudo a Missa renovada por Paulo VI, que lhe parecia protestante, por, na sua opinião, ter feito desaparecer a ideia do sacrifício. O crescimento do movimento tradicionalista obrigou o Papa Paulo VI a proibir D.Lefebvre que ordenasse sacerdotes. Mas ele continuou não só a fazê-lo como a reafirmar os princípios do seu movimento e a fazer várias críticas ao Concílio Vaticano II. Antevendo as sanções que sofreria do Vaticano, ele diz, com base na Bula de São Pio V, na qual baseia os ritos da sua missa tradicional, que essas sanções seriam nulas, porque a referida missa fora canonizada e uma canonização não pode ser retirada pelo papa. D. Lefebvre estava convicto de que, agindo dessa forma, prestava um serviço à verdadeira Igreja Católica, diferente da Igreja conciliar, modernista e liberal.
Em 1976, o Papa Paulo VI chegou mesmo a suspender Monsenhor Marcel Lefebvre, antigo arcebispo de Tulle. Consequentemente, a partir daquele momento, Lefebvre não poderia mais celebrar missa, pregar, nem ministrar sacramentos.
No entanto, D. Lefebvre contra as ordens de Roma, continuou a ordenar em Ecône sacerdotes, todos formados num espírito pré-conciliar adverso ao Vaticano II.
Em 1984, é dada autorização para celebrar a Missa Tridentina, sob condições rigorosas, uma das quais era a aceitação da legitimidade do Missal de Paulo VI, o que a Fraternidade não aceitou.



A imagem colocada acima, foi escolhida de propósito, pois nesta, o Papa encontra-se de olhos postos na cruz. Olhos postos no objectivo de cada um e de todos. Algo que parece estar esquecido, ou então simplesmente ignorado.
A Eucaristia é para Deus. Não é para que as pessoas se divirtam ou passem o tempo.
Para quem diz que a Igreja não está a agir como deve ser, pois com medidas destas só afasta os crentes, devem colocar os olhos na cruz. Devem perceber, se não sabem, que a Igreja não é um clube recreativo, não é uma associação cultural ou uma empresa em busca de compradores. Não tem por objectivo angariar pessoas. A igreja é o caminho para que o homem chegue a Deus. E tudo o que nela se faz, diz e ordena é glória que a Deus se presta e é maneira de dar a conhecer Deus ao homem. E ao homem cabe aceita-la ou não. A Igreja não se altera por vontade do homem porque ela não é feita por ele, mas sim por Deus."Amar a Igreja significa amar a Jesus Cristo, uma vez que a Igreja é Seu próprio Corpo " disse o Papa Paulo VI, e já dizia Santo Anselmo, quando demosntrava através do seu argumento ontológico, que Deus existe e não se altera. Deus é o que é, e É por Si mesmo e por Sua causa.

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