Saturday, February 23, 2008

O Post 301: Homenagem a Inteligentes

Sendo eu a mais vulgar de todas as pessoas do mundo, de pouco interesse e de fraca virtude intelectual, procuro como qualquer pobre por pão, algo que me torne diferente.
Por isso em vez de me limitar a ser vulgar como todos, e a usar um post de número certo como o 300, para postar reflexões blogosféricas, uso o 301º.
É verdade meus amigos e senhores visitantes.
Passados alguns dias do 2º aniversário desta casa, a realidade parece assustadora: constatei agora que já escrevi 300 posts.
E acredito que isso deve ser imensamente maçador para quem me visita, porque, a verdade é que até hoje ainda não escrevi nada de jeito, o que deve ser uma vergonha para toda e qualquer pessoa que aqui citei, nos meus 300 posts.
O espaço de um vencidismo que ainda não se efectivou, completado por um Salazarismo às vezes pouco compreensível.
Acreditem que é sempre mais difícil começar a perder, mas também muito mais aliciante. E talvez seja essa a minha motivação para me continuar a bater nesta luta contínua para mudar a realidade e este mundo que me rodei, apesar de crer que as guerras nas quais me bato estão condenadas à derrota. E é nisto que consiste este vencidismo.
E um Salazarismo idealista, mas sempre subordinado à razão, que apesar de teimar em ver uma figura romântica num homem que a todos parecerá vulgar, pertence à história deste nosso país, na qual escreveu páginas de extraordinária glória, e que tantos e tão teimosamente querem apagar, e pretendem julgar apenas pelos seus erros ou fatalidades.
Meus Senhores, este sou eu. O Católico e Português nacionalista, apaixonado pela história do seu país, e seus intervenientes, e que neste espaço busca o seu palanque para gritar à multidão e ao mundo, as verdades que julga esquecidas ou perdidas.
E bem sei que tantas vezes ignorantemente o faço.
Por isso mesmo quero e devo agradecer ao Mário, ao Demokrata, ao Paulo Cunha Porto, ao The_Hammer, ao Camilo, ao Nonas, ao FSantos, ao Prof.Humberto Nuno de Oliveira, ao Corcunda, e ao mais recente companheiro de blogosfera João Mattos e Silva, pela paciência que têm em me ler e não se irritarem, e em me aturar e deixar visitar os seus espaços blogosféricos, e por aqui passarem e perderem o seu tempo. Pessoas cujas qualidades os fazem pertencer ao grupo dos mais inteligentes intelectuais que neste país habitam, e que certamente agora é posta em causa por inúmeros desconhecidos que por aqui passam, e que só cá vêem gozar com a ignorância que é a maior característica e desgraça deste homem que aqui escreve, exactamente pela razão de essas mentes brilhantes aqui perderem o seu tempo.
A todos vós o meu obrigado e o abraço de um companheiro blogosférico, a quem o quiser receber.
Este é a homenagem que a vós presto como sinal do meu agradecimento.
E considerem-se incluídos aqui aqueles que por ventura me esqueci de referir neste maçador discurso, a quem peço já desculpa por esse facto, esperando que me alertem para tal acontecimento se se verificar, e a todos aqueles que por aqui passam sorrateiramente, sem nunca aqui terem deixado nenhum sinal da sua passagem.

Manifesto pelo Conservadorismo!



E ai está o nosso Réprobo, a manifestar-se pela tradição!


Thursday, February 21, 2008

SALAZAR, O ABANDONO


«Hão-de dizer muito mal de mim. É por isso que eu dou importância à publicação dos livros brancos: explicarão como se defenderam os direitos portugueses, e o cuidado e o pormenor com que isso se fez.»

Por entre o rol dos discursos de Salazar, existe uma página particularmente significativa no que se refere à sua capacidade de prever o futuro. Foi escrita em 1958, quando já trinta anos tinham corrido sobre o momento em que tomara conta da pasta das Finanças para não mais deixar o governo do País. Mas poderia tê-lo sido hoje, tão actual e lúcida se revela no julgamento dos homens e no abandono a que a história o havia de condenar post mortem.
Refiro-me ao seu discurso de 1 de Julho de 1958.
Como é sabido, Salazar nunca improvisou o pensamento ou a palavra.
Meditava, concebia, compunha em silêncio, e lia depois em público o que havia elaborado na intimidade do seu gabinete. De onde o rigor terminológico e doutrinário das suas intervenções, e também da peça que nos importa reter aqui.

Naquele texto, após aludir ao problema da longevidade dos governantes e considerar que a questão se colocava em Portugal relativamente a si próprio, o então Chefe do Govemo rematava com duas importantes passagens do Novo Testamento, ambas extraídas da paixão de Cristo: o abandono do Mestre e a traição de S. Pedro. “Muito desejara eu que todos os que são guindados às culminâncias das honrarias e do poder e o julgam sua pertença e direito, ou alguma vez gozaram dos favores da multidão, meditassem um pouco a paixão de Cristo como é descrita em qualquer dos Evangelhos. Há sobretudo dois pontos dignos de reparo.” O primeiro – escreve – é o que se refere à apoteose, ao verdadeiro triunfo popular de Cristo aquando da sua entrada em Jerusalém, no domingo de Ramos, e à sua desgraça escassos dias depois, entregue que foi a uma morte desonrosa na cruz. “Em quatro dias – anota Salazar -, que tantos são os que vão de domingo a quinta-feira, secaram as flores, murcharam as palmas e os louros, calaram-se os hossanas e os vivas e até as gentes miraculadas não consta que tornassem a aparecer.”

O segundo passo digno de registo diz respeito a S. Pedro, caput dos Apóstolos, clara “emanação da natureza”, homem “aberto, simples, leal, firme na amizade como uma rocha”, sobre quem o Mestre quis edificar a sua igreja. Suspeito na noite mesma da detenção do Senhor de fazer parte da sua gente, havia de negar três vezes que o conhecia, num gesto que ficou para sempre como “o protótipo da traição, a traição pura”.

E Salazar prossegue: “Ainda se pode admitir que a amizade houvesse diminuído, que a fé se entibiasse, que o futuro se deparasse incerto quanto à aceitação da nova doutrina. Mas o conhecimento pessoal do Mestre, esse era um facto incontroverso.” E por isso Cristo há-de ter sentido uma “tristeza infinita”, a tristeza que inunda “uma alma acusada sem provas e condenada inocente.”

Temos aqui, por conseguinte, num único fragmento de texto, duas faces da mesma moeda: o abandono e a traição.
Duas fortes, irredutíveis realidades. Qual o significado delas? Qual a oportunidade do seu emprego naquela conjuntura?
Pode afirmar-se, sem margem para erro, que o tema da deslealdade humana vinha ocupando o espírito de Salazar desde há muito. Revela-o, quanto à inconstância das multidões, uma entrevista concedida a António Ferro em plena época carismática, na qual, respondendo a uma pergunta do jornalista sobre porque é que não era mais acessível à multidões que o vitoriavam, Salazar afirmava não poder adular o povo sem ir contra a sua consciência e que o Estado Novo, sendo embora um regime popular, não era todavia um governo de massas.

Revela-o de igual modo uma frase dita a Christine Garnier acerca da volubilidade da opinião pública: “Os que desejam aplaudir-me hoje hesitariam em desviar-se de mim se outra paixão se apoderasse deles?”
Político hábil, bom conhecedor da natureza humana, educado à sombra dos moralistas de outrora – um António Vieira, um Heitor Pinto, um Manuel Bernardes –, Salazar sabia que, valendo as coisas na proporção do que custam e exigindo os grandes ideais grandes renúncias, a lealdade era na vida planta frágil. Lealdade a tudo quanto fosse relevante: um princípio, uma crença, uma instituição, uma pessoa. Lealdade, em última análise, à própria consciência subjectiva, que consiste em descer o indivíduo ao fundo de si mesmo para ouvir a sua voz interior e ordenar-se por ela.

Sabia, por isso, que são muito mais abundantes no mundo os homens de meios que os homens de princípios, os homens de interesses que os homens de ideais, os homens de ocasiões que os homens de convicções.

A grande maioria dos cidadãos serve, com efeito, o poder onde quer que ele esteja, e os poderosos onde quer que os encontre.
Até o próprio S. Pedro.
A atitude de Pedro ilustra uma constante da conduta humana, que é a fuga nos momentos de risco. Se o apóstolo veio a arrepender-se depois e a arrostar pela vida fora com as maiores provações, aquilo que o distingue do ser mediano não é a queda in se, a traição, a infidelidade, mas justamente o contrário – o arrependimento, a contrição.
Ora, a exemplo de todos os bons governantes, Salazar não ignorava esta lei da vida. Sendo os homens como são, sabia que tão logo abandonasse o governo, mediante renúncia, incapacidade ou morte política, alguns dos amigos da véspera, dos colaboradores, dos seguidores, dos aduladores, agindo com reserva mental, ficariam dispostos a colaborar com o novo Príncipe.

Simplesmente, observa-se aqui um fenómeno curioso: à medida que ele próprio se ia pombalizando (no dito de espírito de Afonso Lopes Vieira), à medida que o poder, pela passagem do tempo, se lhe ia convertendo numa segunda natureza, mais a questão da deslealdade humana parecia cativá-lo. É o que induzem os factos, independentemente do juízo que deles se faça.
Senão vejamos.
Em 1958 aborda e espiritualiza o tema no citado discurso de 1 de Julho.
Na década de 60 várias vezes o retoma. Assim, a Pedro Theotonio Pereira afirma que não vai deixar memórias mas que as escrevesse ele e contasse a verdade, relatando o que tinha visto e ouvido.
A Franco Nogueira comenta, num prognóstico claro: “Cheguei ao fim. Os que vierem depois, vão fazer diferente ou vão fazer o contrário e contra mim.”

Significativo é também o episódio da inauguração da ponte sobre o Tejo, ocorrido em 1966. Salazar efectua uma visita prévia à ponte com Arantes e Oliveira e vê o seu nome implantado em letras de bronze nos respectivos padrões. Pergunta ao ministro: “As letras estão fundidas no bronze ou simplesmente aparafusadas?”. Porquê? “É que se estão fundidas no bloco de bronze vão dar muito mais trabalho a arrancar.” E, na sequência, explica aos presentes: a ponte ficou com o nome Salazar por insistência do Presidente da República mas isso “é um erro”: “os nomes de políticos só devem ser dados a monumentos e obras públicas cem ou duzentos anos depois da sua morte. Salvo os casos de Chefes do Estado, sobretudo se estes forem reis, porque então se está a consagrar um símbolo da Nação.” Após o que vaticina, apontando com o indicador: “O meu nome ainda há-de ser retirado da ponte. Por causa do que agora se fez, os senhores vão ter problemas.”

Gonçalo Sampaio e Mello
Jurista
Excerto do Texto Públicado na Revista Magazine Grande Informação

(Mas que belo texto Senhor Professor!)

Monday, February 18, 2008

UM EQUÍVOCO ou .....SÓCRATES NO SEU MELHOR...E UMA REMODELAÇÃO ULTRA-RÁPIDA...


José Sócrates tem, como deve saber, um assessor cultural. Trata-se de um típico intelectual luso, minimalista, de negro sempre vestido, triste e crítico de todas as artes, em tempos assessor de ... Manuel Maria Carrilho.
Chama-se Alexandre Melo, pertence como não podia deixar de ser ao lobby gay e é grande amigo de outro célebre crítico de arte, também de negro sempre vestido, cujo nome é ANTÓNIO PINTO RIBEIRO, antigo funcionário da Gulbenkian e agora da Culturgest.
Sócrates telefonou ao seu assessor a quem pediu que lhe indicasse o nome de alguém para substituir a Isabel Pires de Lima no Ministério da Cultura e o seu assessor, sem hesitar, indicou António Pinto Ribeiro. Logo a seguir, telefonou o A.Melo ao amigo Pinto Ribeiro a quem preveniu que em breve lhe telefonaria Sócrates a convidá-lo para Ministro da Cultura.
Exultaram os dois, e o indigitado futuro ministro ficou de olho e ouvido no telefone à espera de um telefonema que não havia maneira de chegar.
Entretanto, Sócrates, no seu gabinete, solicita que o ponham em contacto com o Dr. Pinto Ribeiro.

A telefonista procede com prontidão visto ter à mão uma lista de todos os funcionários superiores de todos os ministérios, um dos quais é o Dr. JOSÉ ANTÓNIO PINTO RIBEIRO, advogado de formação e profissão mas exercendo as funções de Presidente da Colecção Berardo no CCB, lugar para onde fora nomeado por ter sido o advogado intermediário entre o Joe Berardo e o Primeiro-Ministro por alturas da escandalosa história da transferência da chamada Colecção Berardo para o Centro Cultural de Belém!
Sócrates cumprimenta-o calorosamente e convida-o para Ministro da Cultura, julgando estar a falar com o outro Pinto Ribeiro, o "agente cultural", que lhe havia sido calorosamente recomendado pelo seu diligente assessor cultural.
Muito à portuguesa o interlocutor a quem por equívoco Sócrates estava a convidar para Ministro da Cultura respondeu imediatamente que aceitava SEM FAZER QUALQUER PERGUNTA a Sua Excelência.
Sócrates desliga o telefone e informa o assessor do facto de ter o Pinto Ribeiro aceite o convite. O assessor dá-lhe parte do seu regozijo e telefona logo a seguir ao amigo para o felicitar e só nesta altura se apercebem ambos de como de enganos é feita a vida política em Portugal.

Sunday, February 17, 2008

2 Anos

Bem, parece-me que este Blog faz anos hoje...
(até acho que foi ontem!)


Para dias como este, nada melhor que Je Sais de Jean Gabin

Saturday, February 09, 2008

Nem Mais!

"todos se equivaleram no seu ódio a Portugal (encarado como um país com uma história que não inclui apenas os aspectos que nos agradam) e na sua relativização de valores (um comunista que passou pela tortura do sono merece-lhes compaixão, um chefe de Estado que é morto à queima roupa não)"

O Bravo

Nasceu hoje, precisamente à 718 ano, D. Afonso IV, Rei de Portugal.



É lembrado como um soldado e comandante corajoso, que justifica o seu cognome.
Os Historiadores e biógrafos descrevem-nos como um homem de grande coração e resoluto nas matérias que empreendia. De testa grande e muito quebrada. Rosto Largo. Nariz grande e um tanto levantado no meio. Boca grande. Cabelo castanho e de corpo robusto.

A nível administrativo foi é de destacar o acerto das leis da publicação dos testamentos, sisas, almotacés e protecção de ourives.
Também foi responsável pelo fim da vindicta (consistia no direito de o vitimado fazer justiça pelas próprias mãos), ficando esse poder a cargo do rei e dos oficiais de justiça.

A enorme importância dada à marinha portuguesa por Afonso IV é outro dos pontos altos do seu reinado. Seguindo o projecto político iniciado por seu pai, subsidiou a construção de uma marinha mercante e financiou as primeiras viagens de exploração Atlântica. As Ilhas Canárias foram descobertas no seu reinado, e deram origem a uma grande polémica, que o levaria em 1345 a escrever uma carta ao papa Clemente VI, afirmando a prioridade sobre a ocupação dos territórios feita em 1339, devido a ter sido Portugal o primeiro a enviar a estas ilhas, em 1336, uma armada de reconhecimento e conquista. Só por curiosidade, os castelhanos não reconheceram esta pretensão portuguesa, tal como todas as seguintes, ficando este conflito apenas resolvido em 1480, quando Portugal reconhece a Castela a possessão dos territórios onde estes se encontravam, ficando Portugal com o privilégio de expansão para sul.
É no seu reinado que se verificam as primeiras tentativas de incursão em território africano.

Envolveu-se em lutas com o Afonso XI, rei de Castela e seu genro, por este mal tratar sua filha, a princesa D. Maria.

Friday, February 08, 2008

Um expoente da música Portuguesa

O João Mattos e Silva lembrou (e ainda bem que o fez) o 178º aniversário da morte de Marcos Portugal.



Não sendo uma data festiva (178º não é 200º nem 500º nem 150º) é importante lembrar efemérides como esta, não sendo nunca tarde para lembrar os grandes nomes da cultura portuguesa, e não sendo sequer necessária uma desculpa para os homenagear.
Um dos maiores organistas e compositores barrocos portugueses, morreu no Rio de Janeiro por ter acedido ao pedido do então príncipe Regente, D. João (mais tarde D. João VI), para viajar para terras brasileiras, onde foi recebido com enormes honras e onde foi nomeado compositor oficial da Corte e Mestre de Música de Suas Altezas Reais os Infantes.
Apesar de em vida ter atingido um enorme sucesso, não só em Portugal, mas por toda a Europa, morreu no esquecimento.



Modinha de Marcos António Portugal (1762-1830) dedicado à Princesa do Brasil D. Carlota Joaquina.
Gravado no Museu de Aveiro na sala de lavor da Princesa Santa Joana

Thursday, February 07, 2008

A Bela Obra do Enginheiro José



QUEM QUER VER A BELA OBRA DO NOSSO PRIMEIRO MINISTRO?

Mais uma Golpada – ERSE

(pediram-me para divulgar)

Era uma vez um senhor chamado Vasconcelos...* A história podia começar assim, como qualquer história de encantar crianças, se é que às crianças de hoje ainda se contam histórias de encantamento e final feliz.

Mas era uma vez um senhor chamado Jorge Viegas Vasconcelos, que era presidente de Uma coisa chamada ERSE, ou seja, Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, organismo que praticamente ninguém conhece e, dos que conhecem, poucos devem saber para o que serve. Mas o que sabemos é que o senhor Vasconcelos pediu a demissão do seu cargo porque, segundo consta, queria que os aumentos da electricidade ainda fossem maiores.

Ora, quando alguém se demite do seu emprego, fá-lo por sua conta e risco, não lhe sendo devidos, pela entidade empregadora, quaisquer reparos, subsídios ou outros quaisquer benefícios. Porém, com o senhor Vasconcelos não foi assim. Na verdade, ele vai para casa com 12 mil euros por mês – ou seja, 2.400 contos – durante o máximo de dois anos, até encontrar um novo emprego.

Aqui, quem me ouve ou lê pergunta, ligeiramente confuso ou perplexo: «Mas você não disse que o senhor Vasconcelos se despediu?». E eu respondo: «Pois disse. Ele demitiu-se, isto é, despediu-se por vontade própria!». E você volta a questionar-me: «Então, porque fica o homem a receber os tais 2.400 contos por mês, durante dois anos? Qual é, neste país, o trabalhador que se despede e fica a receber seja o que for?».

Se fizermos esta pergunta ao ministério da Economia, ele responderá, como já respondeu, que «o regime aplicado aos membros do conselho de administração da ERSE foi aprovado pela própria ERSE». E que, «de acordo com artigo 28 dos Estatutos da ERSE, os membros do conselho de administração estão sujeitos ao estatuto do gestor público em tudo o que não resultar desses estatutos». Ou seja: sempre que os estatutos da ERSE foram mais vantajosos para os seus gestores, o estatuto de gestor público não se aplica.

Dizendo ainda melhor: o senhor Vasconcelos (que era presidente da ERSE desde a sua fundação) e os seus amigos do conselho de administração, apesar de terem o estatuto de gestores públicos, criaram um esquema ainda mais vantajoso para si próprios, como seja, por exemplo, ficarem com um ordenado milionário quando resolverem demitir-se dos seus cargos. Com a bênção avalizadora, é claro, dos nossos excelsos governantes.

Trata-se, obviamente, de um escândalo, de uma imoralidade sem limites, de uma afronta a milhões de portugueses que sobrevivem com ordenados baixíssimos e subsídios de desemprego miseráveis. Trata-se, em suma, de um desenfreado, abusivo e desavergonhado abocanhar do erário público.

Mas voltemos à nossa história. O senhor Vasconcelos recebia 18 mil euros mensais, mais subsídio de férias, subsídio de Natal e ajudas de custo. 18 mil euros seriam mais de 3.600 contos, ou seja, mais de 120 contos por dia, sem incluir os subsídios de férias e Natal ,ajudas de custo e outras mordomias como cartão de crédito, telemóvel, viatura de serviço, motorista, etc, etc, tudo gratuito e sem limites óbviamente.

Aqui, uma pergunta se impõe: Afinal, o que é - e para que serve - a ERSE? A missão da ERSE consiste em fazer cumprir as disposições legislativas para o sector energético. E pergunta você, que não é trouxa: «Mas para fazer cumprir a lei não bastam os governos, os tribunais, a polícia, etc.?».

Parece que não !

A coisa funciona assim: após receber uma reclamação, a ERSE intervém através da mediação e da tentativa de conciliação das partes envolvidas. Antes, o consumidor tem de reclamar junto do prestador de serviço. Ou seja, a ERSE não serve para nada. Ou serve apenas para gastar somas astronómicas com os seus administradores. Aliás, antes da questão dos aumentos da electricidade, quem é que sabia que existia uma coisa chamada ERSE?

Até quando o povo português, cumprindo o seu papel de pachorrento bovino, aguentará tão pesada canga?

E tão descarado gozo?

Politicas à parte estou em crer que perante esta e outras, só falta mesmo um Carrasco capaz de os enforcar ou algum “maluco” lhes colocar UMA BOMBA, ao bom estilo da ETA.

Não se esqueçam, façam lá o favorzinho de reenviar para a V/ lista de amigos, para que pelo menos sempre se fique a saber de coisas importantes que retiram toda a credibilidade a esta cambada de CHULOS deste País, que de País só começa a figurar o nome.

Já agora o último a sair que feche a porta e esqueça o apagar da luz, porque já nem luz há!

Enviado por mail.

Faria ontem 400 anos um dos Maiores Portugueses de Sempre

Segundo votação à pouco realizada, e levada a cabo por um canal de televisão português, a que aliás até é público, o Padre António Vieira seria o 33º Maior Português de Sempre. O que é uma mentira e uma desonra para quem tão alto colocou o nome de Portugal e da sua língua é expoente máximo.
O Quarto Centenário do Nascimento do Padre António Vieira festejou-se ontem.
Este ano, a quarta-feira de Cinzas calhou neste dia.
Relembro a este propósito as suas palavras no Sermão da Sexagésima. Estando de facto no início da Quaresma, é sempre bom perder um pouco do nosso tempo com elas, para que se vivam verdadeiramente estes próximos 40 dias.

"Estamos às portas da Quaresma, que é o tempo em que principalmente se semeia a palavra de Deus na Igreja, e em que ela se arma contra os vícios. Preguemos e armemo-nos todos contra os pecados, contra as soberbas, contra os ódios, contra as ambições, contra as invejas, contra as cobiças, contra as sensualidades. Veja o Céu que ainda tem na terra quem se põe da sua parte. Saiba o Inferno que ainda há na terra quem lhe faça guerra com a palavra de Deus, e saiba a mesma terra que ainda está em estado de reverdecer e dar muito fruto: Et fecit fructum centuplum."

Sunday, February 03, 2008

Mas para que querem o acordo Ortográfico???A Língua Portuguesa é estupenda...

A Língua Portuguesa é estupenda...


Se o Mário Mata,

a Florbela Espanca,

o Jaime Gama

e o Jorge Palma,

o que é que a Rosa Lobato Faria?

E, já agora:

Talvez a Zita Seabra para o António Peres Metello...

Percebe-se ou querem que explicite?

Recebido por E-mail

Friday, February 01, 2008

O Drama de um Rei

Este é especialmente para o Mário.



“Numa época de futilidades, em que a política se dissolvia no anedótico, El-Rei D. Carlos representava um esforço sério e implacável de fazer da acção política uma obra digna do homem”.
Num tempo e num ambiente em que a Sociedade tinha perdido quase de todo o sentido do sagrado, a Realeza era o último fundamento ou, pelo menos, o claro símbolo transcendente da existência colectiva”…
“Ao alcançarem o triunfo sangrento, os inimigos da Realeza descobriram o abismo em que se havia de precipitar toda a Nação e todas formas tradicionais da cultura cristã”…
“Passados cinquenta anos sob o início desse esforço (o do Integralismo Lusitano), é justo que os que procuram continuá-lo se não recusem a mergulhar nas sombras da morte, onde o extremo do ódio e o extremo do amor parecem coexistir, e aí reconhecerem na figura ensanguentada de El-Rei D. Carlos a imagem da Pátria três vezes negada: negada pela razão pura, negada pelo espírito burocrático, negada pelo igualitarismo. Porque, ainda na morte, o Rei é “a Pátria com figura humana”.

Henrique Barrilaro Ruas, conferência feita na Casa do Infante, Porto, 12 de Fevereiro de 1965 e publicada pela revista Gil Vicente, Setembro -Outubro de 1965, inserida em “A liberdade e o Rei”, 1971, e reeditada por Occidentalis, 2007

Retirado de Sem Contorno