Como é fácil perceber o blog tem estado parado. Os problemas mantêm-se e as causas continuam desconhecidas.
Os dias longos que têm passado sem eu ter dedicado qualquer tempo a este espaço dá-me uma certa disponibilidade para me concentrar mais no estudo e na leitura e também para – talvez possamos dizer: estupidificar ou até mesmo desinformar-me – a ver televisão.
Ainda hoje, enquanto procurava algo na televisão, parei na tvi, onde vi o apresentador de um programa novo da televisão nacional – mais um desses concursos televisivos onde se colocam 6 homens e 6 mulheres numa casa para as pessoas verem – fazer perguntas aos concorrentes sobre personalidades do mundo. No entanto, o apresentador – e confesso, eu até lhe acho imensa graça – não se limita a fazer perguntas mas a dar opiniões. Quando aparece a fotografia de Brigitte Bardot, em vez de se limitar a perguntar quem era, ou mesmo, já que queria ajudar à resposta, dizer que era amiga de Le Pen, diz que é amiga de um “homem odioso” chamado Le Pen, que ela endoideceu com a idade, e que não apoia os imigrantes mas apoia a defesa dos animais.
Eu pouco sei sobre Brigitte Bardot ou mesmo sobre Jean-Marie Le Pen. Sobre a primeira nada sei mesmo a não ser o básico, sobre o segundo sei a sua orientação política e algumas das suas ideias. Mas não é isso em que me concentro nem o que me incomoda…
Neste país não se vive democraticamente. Democracia implica espaço para todos e não retira responsabilidades a ninguém. Aliás, até coloca mais responsabilidade sobre os ombros.
Tal como a polémica que vivemos actualmente no nosso país sobre o museu Salazar, estes pequenos episódios de vozes que se fazem soar em todos os cantos e que se afirmam livre e democráticas, não procuram a liberdade e apenas e só revelam uma perseguição à chamada “Direita”. Procuram oprimir e apagar esta “Direita”. Eliminar as suas ideias e as suas bases. Criar uma cultura de ódio e preconceito contra a Direita que não toleram. Não é uma questão de bem do país, não é uma questão de democracia ou liberdade, é uma questão de não querer que o poder chegue aquela Direita sem que ninguém justifique o porquê. Mas esquecem-se que não é eliminando ou oprimindo e mentindo até contra a Direita que se acaba com ela. Que isso só piora a situação: é isto que leva aos extremos. Se há extremismos, ditaduras “horrorosas” de que se diz mal se mente a torto e a direito não é ao saudosismo que se deve, mas sim à cultura estúpida que se faz proliferar na sociedade.
Garanto-vos: se algum dia me tornar extremista à esquerda o devo. Devo a Deus a graça de ainda manter a racionalidade, mas as loucuras acontecem. É que o extremista provém da opressão. Mas é claro que ninguém mete isto na cabeça. “Olho por olho, dente por dente”, “cá se fazem, cá se pagam” é este o pensamento geral e ninguém educa para o mudar. Pior: até se deturpa a cultura de um modo estúpido que chega ao “vou fazer ao outro o que ele me fez a mim”.
A falta de liberdade de ideais e ideias é tal que ou nos tornamos extremistas ou santos, pois ou nos tornamos, devido à pressão, extremistas; ou a suportamos acreditando que o que aconteceu já foi e o que interessa não é vingar mas sim mudar e melhorar.
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