Saturday, October 27, 2007

Portugal vs Inglaterra

Não digam mais que a língua Portuguesa é complicada...
Don't say again that Portuguese language is complicated...
(Para ler em voz alta)
(To read it loud)

*Três bruxas olham para três relógios Swatch. Qual bruxa olha para qual relógio Swatch?

Agora em inglês / Now in English:

*Three witches watch three Swatch watches. Which witch watch which Swatch watch?*

Foi fácil?... Então agora apenas para os especialistas.
Easy?... Then now only for experts.

*Três bruxas suecas e transexuais olham para os botões de três relógios Swatch suíços. Qual bruxa sueca transexual olha para qual botão de qual relógio Swatch suíço?

Agora em inglâs / Now in English:

*Three Swedish switched witches watch three Swiss Swatch watch switches. Which Swedish switched witch watch which Swiss Swatch watch witch?

Então?... O português e assim tão difícil?...

Enviado por e-mail.

Lá Vai Menezes...



Luís Filipe Menezes já ia alto.
Apostado em renovar o PSD, lançou propostas fortes como a de uma renovação constitucional, ou a ideia de refortalecer o poder autárquico, construindo um país de base regional.
No entanto, estatelou-se no chão com esta ideia de que não deve haver referendo sobre o Tratado de Lisboa.
Ou é mais um Eurocrata, ou então onde se meteu a sua tão celebre ideia de que o poder está nas bases?

Wednesday, October 24, 2007

Alguém sabe por onde anda este Senhor?



Por onde anda a Oposição?

Tuesday, October 23, 2007

Descobertas recentes e tardias!



Só quando, através deste post publicado nas Portas do Cerco, tomei conhecimento da existência do blog Mas o Rei Vai Nu, é que percebi o que ando a perder desde Julho de 2005.

A ler qualquer um dos seguintes Posts:

"Apesar de trinta e três anos de intensivas lavagens ao cérebro (sem falar dos anos da pré-lavagem) o nosso povo demonstra uma coriácea indiferença perante factos supérfluos da nossa vivência. Perguntem-lhes pelo romance da Karina com o Joca (e o bebé do Aníbal) de uma qualquer telenovela e vão ver como as línguas se soltam; até vão parecer que estão numa qualquer sessão da correntje da felicidadje da IURD...
A canalha amestrada que nos vomita e regurgita a des-Informação ainda não compreendeu que o que é demais afoga e banaliza."




"Alguém se lembrou de perguntar àquelas azêmolas (entre as quais pontificavam criminosos de vulto) se as populações dos territórios sob administração portuguesa até 74 são hoje mais livres, mais felizes e mais evoluídas? Estão mais satisfeitas com os cleptocratas que os governam?
Porque é aí que está a questão e não num rançoso debate, tornado obsoleto pelo evoluir da própria realidade. Será que aqueles que descolonizaram a tempo se podem gabar de ter deixado uma herança de liberdade, democracia e felicidade nas suas antigas colónias?"


"Como é possível que a RTP se dê ao desplante de adquirir uma série americana em que os portugueses, através do seu rei e entourage são retratados como um povo sujo, cretino e atrasado.
Que um qualquer americas queira vender imagem e sexo à custa de um substracto histórico já é fórmula habitual. Como é sabido História não é o forte dos americas...
(...)
Em The Tudors, infelizmente, a aposta foi menos na história e mais na imagem e no sexo gratuito."

Sunday, October 14, 2007

Mas que bela e pertinente Questão!



Ainda não li o artigo, por isso limito-me a comentar a questão colocada na capa da Revista Única, que faz parte do Expresso desta semana...

Friday, October 12, 2007

A revisão do Código de Processo Penal



A ler: A revisão do Código de Processo Penal

Mas que grande Postal!

Na "casa" do Réprobo há um postal a não perder: Fátima à Luz da Escória

Isto há coisas....

Vindo do Réprobo...

Duplamente Roubados



Desemprego, falta de produtividade, educação deficiente e corrupção endémica. Estes quatro Cavaleiros do Apocalipse, que nos espreitam ao virar da esquina, já estão suficientemente identificados como sendo as razões do nosso atraso económico e social. Ainda esta semana o Presidente da República insistiu na prioridade da educação, e a corrupção voltou à ribalta com a acusação de João Cravinho de que os dirigentes do PS não lhe dão a importância devida.
Portugal é um país pobre de recursos, mas o nosso atraso não tem de ser assim. Os trabalhadores portugueses, mesmo analfabetos, são tão bons como os outros quando emigram. Nem todos enriquecem, mas a maioria ganha o suficiente para dar uma vida decente à família, amealham para construir uma casa na terra para quando regressarem de férias ou de reforma, e o dinheiro que enviam para Portugal foi durante muitos anos — e ainda é, em parte — um dos mais importantes recursos nacionais. A explicação clássica para esta diferença abismal da produtividade dos portugueses cá dentro ou lá fora é a qualidade empresarial. As nossas empresas são antiquadas, as empresas estrangeiras são modernas. As nossas vivem da mão-de-obra barata, as estrangeiras da maquinaria e das tecnologias. Mas esta é apenas uma parte da explicação, e uma parte menor. Um estudo exaustivo do Banco Mundial sobre a "riqueza das nações" partiu justamente do caso dos emigrantes mexicanos nos Estados Unidos, que são cinco vezes mais produtivos que no seu país, para concluir que o que determina o sucesso económico de um país não é a sua riqueza visível (recursos naturais como o petróleo ou a terra fértil, infra-estruturas como estradas ou fábricas ou capital financeiro) mas aquilo a que chamaram a "riqueza intangível": a confiança das pessoas na sociedade e nas instituições, o bom funcionamento da justiça, e as capacidades e competências humanas. Ou seja, o que faz com que os países prosperem é o seu capital humano e a qualidade das suas instituições. É por isso que a Suíça, um país pobre em recursos naturais, é um dos mais ricos do mundo, e Angola, que nada em petróleo, diamantes e terra fértil, um dos mais pobres.
A responsabilidade pela confiança nas instituições e na justiça depende apenas do Estado. E o Estado, digam o que disserem, não somos nós. Só o somos de quatro em quatro anos, quando votamos. No dia-a-dia são "eles", os ministros, os políticos, os directores-gerais, os funcionários, os juízes, os polícias. Se em Portugal não há uma grande "riqueza intangível" é porque alguém a meteu no bolso, como já se mete a outra riqueza, a tangível. É por isso que a corrupção nos rouba duplamente.

José Júdice ao Jornal O METRO

Wednesday, October 10, 2007

O Drama de Jerónimo...

Também no expresso desta semana...



Parece que ele não só reconhece, como sabe e aprova que o PC é um partido fechado, e assim o é desde o inicio.
Porque digo isto?
Porque o próprio Jerónimo e Sousa, líder do PCP, reconheceu que o "partido" - como lhe costumam chamar carinhosamente (como contava Zita Seabra) os seus militantes - foi o lugar onde aprendeu tudo o que sabe.
(Página 08 do Expresso)
Sabendo-se o que aquela "escola" ensina, parece-me que o actual líder comunista português, deve sofrer de algumas lacunas a nível de aprendizagem.

Conversão????

A propósito do post, não consegui ficar indiferente à fotografia....
será indicio de alguma coisa?



(Dedicado, claro está, ao Mário)

Safou-se bem!!!



"(As manifestações)São a festa da democracia. Uns protestam e outros aplaudem"

(aparte: só não sei quem aplaude...)

Digamos que apesar de não ser um método exemplar, nem correto (mesmo nada), e até vergonhoso, pois parece não ligar nada ao que os manifestantes estão a dizer, não deixo de pensar que José Sócrates se escapou bem da questão.

Tal como para a história do País (ou pelo menos "eles" tem tentado que isso permaneça na história,) vão ficar as expressões "Eles comem tudo e não deixam nada" da música de Zeca Afonso, ou "Fascismo nunca mais! 25 de Abril sempre!" célebre desde o PREC; a frase de José Sócrates, proferida ontem , após ouvir estas e outras tantas frases que saiam das bocas dos mais de centena e meia de manifestantes que se encontravam na porta da Escola Secundária Frei Heitor Pinto, na Covilhã, também conquistou o seu lugar.

Após ler esta noticia, fiquei boquiaberto.
Nem sabia se devia rir ou chorar.
Mas ri-me.

O país democrático é isto. A democracia é isto mesmo.
Têm hoje aquilo que desejaram e fizeram.
Queriam ordem? Não tivessem provocado a desordem através de uma revolução como a de Abril, que com o mote da liberdade para todos, leva a que cada um diga (e tem direito a dizer)o que quiser. E o primeiro-ministro não foge à regra.
É nisto que consiste a liberdade de expressão.

E José Sócrates não mentiu. Gozou apenas, e isso sim, pode e deve ser censurável, ainda por cima vindo de quem vem.
As manifestações fazem de facto parte da democracia. E também os aplausos.

No entanto parece-me que os aplausos, principalmente no caso do primeiro ministros, tem sido um tanto escassos(há?) não?

"Safou-se bem", como se diz na gíria, o nosso primeiro ministro, usando os meios que "lhe" deram...
E levaram todos uma "estalada de luva branca" "daquilo" que criaram.

Fique claro: não aprovo nem gostei do gesto, mas não deixo de achar que é muito bem feito para todos os ditos "anti-fascistas" e "democráticos".

O CDS/PP é o quê?



O Expresso desta semana noticia que Ângelo Correia quer "um PSD mais social-democrata" (portanto, mais à esquerda).
No entanto, o PSD não deixa de se considerar como "o maior partido da direita" (apenas quando a distinção de "direita" não é mal vista).

No mesmo Jornal, na página seguinte, Pires de Lima comenta a vitória de Menezes, considerando que o CDS/PP pode consolidar a sua posição de "único partido de direita", pois Menezes está colado no/ao centro-esquerda.
De seguida seguida, o mesmo Pires de Lima, afirma que o CDS/PP se concentrará mais no centro-direita - se pensarmos bem, faz sentido o que ele diz. Como Freitas sempre disse, o CDS é um partido centrista).
Mas afinal onde ficamos?
Direita ou Centro?

Por fim, termina a "entrevista" reafirmando que, com Menezes no PSD, e sendo ele um populista, Paulo Portas terá oportunidade de se tornar "mais credível e respeitável", concluindo, mesmo no final, que a vitória de Menezes também é boa para o CDS/PP, pois este, nunca no passado, se "deu mal" com o partido popular, ao contrário de Mendes.

Conclusão:

É uma pena que o CDS/PP não se assuma como um partido independente (que é, segundo os estatutos) e viva eternamente na sombra e dependente do PSD, que como o próprio é um vazio ideológico.
Para quando um CDS forte e objectivo, tanto ideologicamente como na prática?

Alameda Digital!


Numero Nove já no ar!

Monday, October 08, 2007

O Meu 5 de Outubro



Para mim o 5 de Outubro é um dia igual ao de todos os outros.
O deste ano primou, como diria o autor do blog Apdeites V2, pela bandalheira.
Mas isto é, infelizmente, algo a que já estamos habituados.
Não penso que seja por dias como este (o 5 de Outubro) que o mundo em geral, e Portugal particularmente, se torne melhor.
Portugal continua igual, com os mesmos problemas e as mesmas crises de sempre.
Não sou monárquico. Ou por outra: sou sem o ser.
Acredito num chefe. Num homem investido para comandar. Que se sobreponha a todos os outros e se apresente no lugar superior de uma pirâmide hierárquica.
Mas hoje a monarquia encontra-se desprovida de referências, e por isso, para mim parece pouco credível e, não nego, parece-me desprovida da "etiqueta" de solução, essencial para se apresentar como opositor perigoso a esta república falida.
Não sendo um monárquico "de primeira", sou um nacionalista. E bem sei que uma coisa não impede a outra.
Mas perdoem-me. Perdoem-me de mais uma vez dar razão a Salazar.
Tal como ele, eu partilho da ideia de que república ou monarquia pouco importa. O que importa é ter um Estado forte e ordeiro, que se concentre nos destinos de Portugal e não nas divisões partidárias.
Mas o 5 de Outubro de 1910 é uma data triste. Triste porque a ela estão automaticamente associados alguns dramas; alguns dos piores momentos da história portuguesa, como a morte do Rei D. Carlos e do príncipe herdeiro, D. Luís Filipe (e sim eu sei que foi no dia 1 de Fevereiro que se deu o regicídio, mas é impossível não relacionar um caso com outro), e a perseguição à igreja.
O Inicio da época que mais tarde seria conhecida pelo "governo na rua", ou pela da tentativa de fim do cristianismo em "duas gerações" como deixou claro, e pelas suas próprias palavras, Afonso Costa.
República essa que não era apenas contra o Rei, ou contra o estado frágil em que se encontrava o país, mas sim contra a ordem, e contra si mesma, e que como prova disso acabou assassinando um dos seus membros, Sidónio Pais.
Não é portanto um momento alto da história, e durante o período da 1º República, não podemos dizer que o país fosse uma "potência", dentro daquilo que o país permite.
Mas isto são factos históricos. E que como não trouxeram nada de bom, não se descortina o porquê de se festejar tais datas.

Só por curiosidade, a república em Roma inicia-se em 510, e em 2010 (não faz 100 como a nossa), faz 1020 anos.

Sorte!

Fazia tenção de postar isto, mas o Mário antecipou-se e poupou-me trabalho.




O Visconde da Ribeira Brava e o Regicídio

Para não variar, aproveita o tema para apresentar uma inteligente observação e introduzir uma boa questão:

"Se hoje a Causa Real e as Reais Associações funcionassem, nesta altura, a poucos meses do Centenário do Regicídio e a dois anos da Implantação da República, era possível criar um movimento popular de apoio à Monarquia. Agora, sem estruturas políticas, e a problemática é exclusivamente política, nada a fazer.
Mas a verdade é que o Ribeira Brava é um dos Regicidas, muito mais comprometido que, por exemplo, Aquilino Ribeiro."


É uma sorte, para mim e para a de todos os que lêem A Voz, ter a oportunidade de ler um blog como o do Mário.

Friday, October 05, 2007

Já cá canta!



A minha já cá canta! Ainda por cima, entregue pela mão do próprio Miguel Freitas da Costa.

Tuesday, October 02, 2007

Iberismo II

Sobre o tema, com uma opinião mais válida, mais inteligente e conceituada, deixo de opiniões "amadoras" e passo a palavra a um mestre e especialista no tema.



EM QUE CONSISTE EXACTAMENTE O PERIGO ESPANHOL

Iberismo

Dizia o Professor Jaime Nogueira Pinto, no documentário que apresentou na RTP sobre Salazar, que "hoje, no século XXI, membros da União Europeia e da NATO, tal risco (perda da independência nacional) pode parecer longínquo"
No entanto, a mim parece-me que hoje este é um tema bastante actual e, senão é um perigo, é pelo menos um tema que provoca forte discussão.

Caído o tema recentemente na discussão pública, pela mão do Nobel Saramago, a discussão tornou-se inevitável. E as reacções foram-se tornando públicas por toda a parte. Não havendo quase ninguém que não quisesse deixar de se manifestar.

Ora devido a esse propósito, não quis deixar de postar aqui alguns recortes de jornais que juntei sobre o tema, tendo em vista acrescentar mais alguns dados à questão.



Se o Semanário "Sol" revelou que 30% dos portugueses desejam uma união com Espanha, devemos perguntar-nos porque razão têm tal desejo.
Sabemos que temos história. Uma história bem maior que a do nosso pequeno rectângulo territorial situado na ponta ocidental da Europa. Mas é também um facto que a independência não existe apenas territorialmente. Portugal pode orgulhar-se de ser um país reconhecidamente autónomo; mas não seremos também independentes dependentes?
Passando das perguntas retóricas ao caso concreto, o que quero dizer é que hoje Portugal é uma país dependente, principalmente dos lugares onde se meteu. A nível económico estamos demasiado dependentes da União Europeia, e nem vale a pena observarmos com atenção o nosso nível de importações a nível de consumo, pois o resultado diria que a maioria vem de Espanha. Em caso de crise grave que faremos?
Ou seja, se sendo membros da NATO e da UE consolidamos a nossa independência terrestre, a nível económico estamos cada vez mais dependentes. E isso também é um problema que condiciona a nossa liberdade.
Não resisto mais uma vez a relacionar este caso com o de Salazar, e a citar o professor Marcelo Rebelo de Sousa que dizia que Salazar considerava que era necessário "haver uma liberdade controlada", pois como dizia o professor Jaime Nogueira Pinto no documentário acima referido, Salazar sabia "que sem a liberdade de Portugal, não existe liberdade dos portugueses". E por isso o professor de Coimbra tanto se preocupou com o problema económico.
E parece que as pessoas também já começam a perceber o problema das relações Portuguesas com a UE, mesmo sem nenhuma defender a saída de Portugal de tal união.



Triste para mim, é ver a falta de amor ao país que isto denota. A história, o passado, nada interessa, tudo ficou para traz. Onde colocaremos então aqueles que no passado se bateram pela nossa pátria?
E quem nos defenderá quando corrermos perigo?
Sinais dos tempos e dos valores.
E que tristes sinais...

Monday, October 01, 2007

Adenda ao Post Anterior



Acho que o Herman tem perdido graça com o passar dos anos, mas foi objectivo.

"A escola não é a família"

Quem o diz é João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores, em entrevista à revista Xis, por Margarida Lancastre



João Grancho clama pelo estabelecimento de um "pacto educativo" que estabilize de uma vez por todas o ensino em Portugal. Aponta o dedo às dezenas de Governos, de todas as ideologias, e não exclui nenhuma facção da sociedade na sua quota-parte de responsabilidade para o estado de violência e impunidade que se vive na escola.

Aquilo que sobressai da denominação da vossa associação é ser uma "associação" e não um sindicato.
A Associação Nacional de Professores não é uma organização sindical. Já existem sindicatos que cheguem. Não é esse o nosso objecto.

Qual é o objecto e quais os objectivos da Associação Nacional de Professores?
Contamos, de momento, com cerca de 12 mil professores. Ocupa-mo-nos do ensino em todas as suas vertentes, desde o ensino básico até ao nível superior. Desejamos definir, de forma clara e objectiva, quais as componentes caracterizadoras e indispensáveis ao ensino e aos professores de cada um destes níveis. Acima de tudo, centramo-nos nas questões ligadas com a profissão e o seu exercício, na garantia de qualidade, com a ética e com a deontologia ligadas ao exercício da profissão.

Pretendem criar um consenso no seio de tamanhas divergências e alterações permanentes?
É urgente, indispensável, que se constitua uma base comum consensual para o ensino, que se mantenha inabalável contra todas as políticas e contrapolíticas que se sucedem, até à exaustão, no nosso país. Há 20 anos que defendemos a existência de um quadro ético e deontológico para o exercício da profissão de professor, que clamamos por estas medidas como condições indispensáveis à melhoria da qualidade educativa no país.

É nesse sentido que desejam criar uma Ordem dos Professores e mesmo Colégios de Especialidades dentro da Ordem?
É indispensável que exista um organismo, como uma Ordem, que proceda, não ao corporativismo e à defesa dos próprios interesses dos seus associados, mas a uma auto-regulação exigente da profissão de professor, no interesse de toda a sociedade, para que o exercício da profissão traduza um serviço de qualidade com garantias asseguradas e verificadas.

Quer isso dizer que considera necessário controlar e avalizar quem exerce o ensino nas escolas do país?
O ensino tem sido invadido por aquilo a que chamo de "indiferenciados", isto é, indivíduos que não possuem nem a vocação nem a preparação adequada para a docência. É urgente que exista um órgão - a Ordem, neste caso - que fiscalize e leve a cabo o reconhecimento da capacidade e da competência para ensinar de cada potencial professor. Apenas a certificação e a acreditação do professor para o ensino pode garantir a sua qualidade.

Concorda que existe um desfazamento entre a formação no ensino superior e a realidade posterior em que um futuro professor se insere?
O desligamento entre o ensino superior e a realidade é total. Era necessário criar-se uma concertação entre o ensino superior e as escolas, de forma a que as realidades se tocassem mais estreitamente. Os nossos cursos superiores possuem uma dimensão teórica muito forte e uma dimensão prática ínfima. A aproximação à docência carece de um período de indução da função docente. Defendemos que o docente seja primeiro inserido no meio escolar num regime de tutorado e que esse período seja sujeito a avaliação. Só depois deste período se passaria ao recrutamento escolar, após o qual ainda existiria um ano probatório para que, então sim, se procedesse à aceitação desse professor.

Há quanto tempo se fala neste tipo de necessidade?
Falamos nestas necessidades há 25 anos, em teoria, até à exaustão. Mas em termos reais, na prática, a evolução foi nula. Existiram fundos comunitários para apoiar toda esta remodelação premente na educação. E o retorno foi nulo.

Continua a persistir a ausência de uma visão integrada do sistema educativo?
Quando olhamos para trás e verificamos que, em 30 anos, tivemos 24 ministros da Educação, o panorama é avassalador. Persiste a ausência de uma visão integrada, persiste a falta de um esqueleto básico consensual, persistimos em não ser capazes, sequer, de estabelecer um quadro de referências comum, a partir do qual se possa, finalmente, começar a trabalhar efectivamente para algo que seja um bem comum.

O psiquiatra francês Patrick Delaroche vem defendendo há anos que a educação não pode ser uma questão de esquerda ou de direita, que tem de ser estabelecida sobre um conjunto de regras básicas, sobejamente reconhecidas, para educar qualquer ser humano. Concorda com a necessidade de se efectuar um "pacto de regime" no que se refere à educação?
É crucial que se efectue um "pacto educativo". É urgente que sejamos capazes de chegar a um compromisso educativo entre todas as forças políticas. A posteriori, aceitar-se-iam alterações pontuais, mas estas já elaboradas sobre um esqueleto básico consensual, mais ou menos imutável.

A escola parece servir de bode expiatório para tudo porque, por outro lado, parece exigir-se dela tudo...
À escola, na actualidade, exige-se tudo. Tudo aquilo que não se exige aos Governos, nem aos pais, espera-se que a escola dê. Mas a escola não pode colmatar todas as falhas da sociedade. A sua função é, acima de tudo, ensinar. A escola não é a família.

Mas é óbvio que os alunos transportam para a escola todos os seus problemas económicos, sociais e familiares que aí transparecem...
Por isso é que as escolas, para além dos professores, têm de estar apetrechadas com técnicos especializados, das áreas da Psicologia, Sociologia ou Assistência Social, para que possam lidar com as situações carenciadas a esses níveis. O professor não pode, nem deve, ter capacidade para lidar com tudo. A função essencial da escola é ensinar e não se pode esperar que sejam os professores, em prolongamento de horários, a colmatar falhas e a resolver problemas graves para os quais têm de existir especialistas.

Muitos pais depositam os filhos na escola e esperam que esta lhos devolva educados.
Os pais demitiram-se de qualquer tipo de responsabilidade perante os filhos, não se dão ao trabalho de os educar. Mas não podem ser os professores a preencher todas as lacunas sociais, familiares e psicológicas dos alunos.

Aquilo que sucede entre nós não é um caso isolado, alunos insolentes e violentos surgem um pouco por todo o lado - de França aos EUA...
Os EUA acordaram para o problema da pior forma, com os tiroteios de adolescentes. Neste momento começaram a criar comunidades de pais com a presença de médicos, psicólogos e assistentes sociais, para levar a cabo um trabalho exaustivo, de equipa, para trabalhar sobre as falhas graves a todos os níveis que estas famílias apresentam. Isto não poderia ser levado a cabo apenas pêlos professores. É necessário existirem esforços concertados e sequenciais no acompanhamento destes casos difíceis...

O que se torna difícil no ensino português, pois tanto os alunos como os professores mudam de escola de ano para ano, de ciclo para ciclo. A irregularidade e dispersão é total...
Essa é outra das pedras de toque da Associação. A promoção da fixação dos alunos e dos professores. Combater a mobilidade. Uma "regionalização da educação" possibilita o estabelecimento de uma cultura de proximidade entre a escola, o aluno e o professor que permite aproximar a solução dos problemas aos mesmos. E não é com a fixação de três anos de um professor a um local. Sei de uma criança que apresentava graves problemas ao nível escolar que apenas foram detectados muito tardiamente pêlos quatro únicos professores, de entre 14 existentes, que, de facto, conheciam a criança e a sua família. Apenas com uma cultura de proximidade podemos aproximar as soluções e os problemas.

Considera essencial a autonomização das escolas?
É indispensável que a escola possa desenvolver uma maior autonomia. Mas ela tarda em sair do papel. Existem estruturas regionais que mais não são que delegações do Ministério da Educação (ME) no plano administrativo. A Administração alimenta uma profunda desconfiança perante a autonomia pedagógica das escolas. Mas é essencial que exista autonomia a esses dois níveis.

Como, aliás, existe nos estabelecimentos de ensino privado: um conselho pedagógico e uma administração financeira, dirigindo cada uma a sua "área", não impedindo que dialoguem entre si.
Esse seria o modelo ideal. Uma gestão administrativa e uma gestão pedagógica, em articulação com os conselhos de docentes e com os conselhos de turma.

Como é que se chegou a este estado de degradação da imagem e da dignidade da escola e do professor?
A escola, neste momento, funciona como bode expiatório para tudo e para todos. Mas o Governo e a sociedade têm de parar e debater séria e decididamente o que querem que a escola seja e o que querem que o professor seja. Considero que os Governos têm desejado conquistar a sociedade através da diminuição da dignidade do professor. Aquilo que é deixado perpassar para a sociedade é que o professor é bem pago, não cumpre e é responsável pelo insucesso geral da sociedade. Tem sido levado a cabo um processo de destruição da auto-estima e de desacreditação do professor que o leva a um progressivo alheamento da sua profissão.

Daí a necessidade de recorrer à criação de uma Linha telefónica SOS Professor?
A necessidade de criação de uma linha telefónica de apoio ao professor passa por tudo isso. Passa pelo registo de 1200 agressões verbais, psicológicas, e mesmo físicas, das quais os professores foram vítimas, pêlos seus próprios alunos, nas suas próprias salas de aula, apenas em 2004/2005. Passa pela incapacidade de punir comportamentos que fogem, na totalidade, a qualquer parâmetro ético, moral ou cívico, de forma célere e justa. Passa pela impunidade destes comportamentos. Passa, como já disse, pela desacreditação da figura do professor. Pelo stress, pelo mal-estar...

As situações que relata são inacreditáveis...
Chegámos ao ponto de termos escutado, por parte do ME, o seguinte: "Os professores têm de estar preparados para serem agredidos em escolas com ambientes de violência". Ou seja, passe a ironia, parece que, na actualidade, as escolas se gradam pelo tipo de violência para a qual o professor tem de estar preparado: "nível A: possíveis facadas, agressão física; nível B: possível agressão verbal, desrespeito, desobediência"...

Mas também tem referido uma situação inesperada que é o temor que existe entre pares de pedir auxílio e falar abertamente das dificuldades de cada um...
Infelizmente, no ensino, falha a partilha e troca de informação. Entre pares existe o temor de se levantar uma dúvida ou um problema, pelo receio de ser apontado ou desconsiderado. Mas assim não vamos a lado nenhum, há que discutir e partilhar. Há que existir a possibilidade permanente de um professor, ao sentir uma insuficiência de conhecimento em determinada área, poder recorrer às Escolas Superiores de Educação, que não deveriam fechar. Há que clamar por uma qualidade cada vez mais exigente.

Daí que se insurja contra aquela que considera vir a ser uma diminuição da exigência quanto à preparação dos professores do ensino básico...
É um erro crasso que se aposte mais nos professores do ensino superior. Quanto a mim, esta atitude pode apenas advir de um subterfúgio para a não desertificação das universidades. Já sabemos que o ensino básico é a pedra basilar da educação. A preparação destes professores deve ser tão profunda quanto possível, de modo a preparar e antecipar da melhor forma a aprendizagem do aluno.

Como explica este paradoxo de, perante um mundo laborai cada vez mais exigente e competitivo, a exigência na escola ser cada vez mais diminuta?
A escola tem sido alvo das mais variadas correntes pedagógicas. Das mais directivas [o professor como veículo de passagem de informação] às mais construtivistas [a teoria de que o aluno aprende a aprender sozinho]. Mas penso que tem, acima de tudo, sido alvo, ou reflexo, de um aligeiramento social. Uma sociedade permissiva e banalizada, banaliza, cada vez mais, a escola. Uma banalização e permissividade que, em suma, desembocam na ausência de liberdade e de democracia.

Mais uma vez sublinha que nada disto tem relação com comportamentos ideológicos...
Isto tem que ver com aquilo que é o civismo básico da convivência em sociedade. O Governo tem de decidir o que quer para a sociedade, o que quer para a escola. Com atitudes como as passagens administrativas de ano, com atitudes como a ausência de aferição de conhecimentos, não vai a lado nenhum.

Haverá responsabilidades a apontar à Comunicação Social?
A Comunicação Social deveria procurar saber o que é verdadeiramente a escola e o que lá se passa...

Existe a tentação de atacar sistematicamente a autoridade?
Autoridade não é autoritarismo, sublinhe-se. Tem de haver normas e valores, executados e controlados para viver em democracia, de forma cívica. A autoridade é inerente ao exercício da profissão e advém da competência. Os alunos têm de saber que estão numa organização com normas, pelas quais todos nos temos de reger, para que o processo de ensino e de aprendizagem decorra em paz e com sucesso.

Estamos a perder a batalha social?
Quando aquilo que qualquer jovem observa no topo da hierarquia social - seja no âmbito político, empresarial ou administrativo - é a violação da honestidade e da ética, para não falar na desobediência à própria lei, e a impunidade e prestígio com que essas pessoas se passeiam na sociedade, interroga-se: "Para quê o esforço?" Como pode a escola ensinar ou transmitir aquilo que a sociedade não representa? x

Salazar figura histórica

Descobri esta história à pouco tempo, e não quis deixar de a postar aqui.
Salazar tornou-se eterno por si próprio e também - devemos dizê-lo com frontalidade - devido aos seus "inimigos".
Mas António Ferro conseguiu mais que isso. Colocou-o na história ainda antes de ele ter nascido.

O PSD aos Altos e Baixos

O momento alto do PSD nesta ultima semana...



..... e o momento Baixo.



Não estou só a parodiar com o tamanho de Marques Mendes.
Estou também a fazer uma referência à vergonha das eleições que sucederam no passado fim de semana dentro do "maior partido da direita" como o próprio se assume.
Um partido desacreditado como o PSD conseguiu ainda se submeter mais ao descrédito.
É verdade que como líder, Marques Mendes não existe. Não tem carisma. Não é oposição. No fundo, não é(foi) nada a não ser o líder do PSD. E isso por si só não chega para nada, como também só serviu para apagar mais o próprio partido.
Menezes é esperar para ver. Mas confesso que não acredito no seu sucesso. Deus queira que eu esteja enganado. Mas penso que será necessário muito trabalho para alcançar o crédito que lhe é exigido. É necessário muito esforço para se tornar opção.
Entretanto o PSD teima em continuar um vazio ideológico, muito por parte da multidão de ideias que pretende abarcar. E isso prejudica-o. Temo (sei?) que esta mudança não alterará em nada este seu seu modelo. Prefere ser o partido com mais apoiantes "de direita(?)", do que um partido que defenda ideias de verdadeira direita. E isso, quando se pretende alcançar o poder, não só não é um projecto decente e capaz, como é também responsavél pelo falhanço total das governações.
Deste 1974 que a direita raramente vê o poder. E por isso não se pode dar ao luxo de cometer erros. É um momento frágil. E só se emenda isso com sucesso. Coisa que até hoje tem sido rara.
Infelizmente parece-me que ou uma catástrofe acontece a José Sócrates ou então vencerá de novo em 2009, por falta de opositores credíveis.
Pena é que Santana Lopes só se destaque nestes momentos. Quando esteve no governo, o país encontrava-se numa desorganização total, muito parecida com a actual. Mas também é verdade que ele não tinha o tão necessário apoio popular nem legitimidade democrática.
Este PSD não serve o país.
Nem este CDS.
Já nem sei o que serve ou pode servir Portugal. Mas parece-me que, independentemente de esquerda ou direita -hoje tão confundidas uam com a outra- o que Portugal precisa é de verdadeiros nacionalistas (na mais pura e verdadeira acepção da palavra) que se entreguem e se esforcem no sentido de tornar Portugal melhor.
Pois desta forma acreditem que acabamos. E não é do modo que Saramago propaga. É mesmo devido a um suicídio nacional.

O Sonho que comandaria a Vida



Não nego que esta parte do documentário me deixa sempre a sonhar.
Aqueles série de imagens e respectivo discurso que as acompanha entre o minuto 02:07 e o 04:20 (neste caso, como o tempo é contado do fim para o principio, estou a referir-me ao período compreendido entre o minuto 06:08 e o 03:54) não me são indiferentes. E deixam-me romanticamente sonhando e desejando ter nascido noutros tempos e noutra época.
Realçam aquele amor à terra, à pátria, ao país, que hoje me parecem tão distantes e tão raros.
Um desejo de servir. Um dever de servir.
Um amor... sei lá.