Monday, October 08, 2007

O Meu 5 de Outubro



Para mim o 5 de Outubro é um dia igual ao de todos os outros.
O deste ano primou, como diria o autor do blog Apdeites V2, pela bandalheira.
Mas isto é, infelizmente, algo a que já estamos habituados.
Não penso que seja por dias como este (o 5 de Outubro) que o mundo em geral, e Portugal particularmente, se torne melhor.
Portugal continua igual, com os mesmos problemas e as mesmas crises de sempre.
Não sou monárquico. Ou por outra: sou sem o ser.
Acredito num chefe. Num homem investido para comandar. Que se sobreponha a todos os outros e se apresente no lugar superior de uma pirâmide hierárquica.
Mas hoje a monarquia encontra-se desprovida de referências, e por isso, para mim parece pouco credível e, não nego, parece-me desprovida da "etiqueta" de solução, essencial para se apresentar como opositor perigoso a esta república falida.
Não sendo um monárquico "de primeira", sou um nacionalista. E bem sei que uma coisa não impede a outra.
Mas perdoem-me. Perdoem-me de mais uma vez dar razão a Salazar.
Tal como ele, eu partilho da ideia de que república ou monarquia pouco importa. O que importa é ter um Estado forte e ordeiro, que se concentre nos destinos de Portugal e não nas divisões partidárias.
Mas o 5 de Outubro de 1910 é uma data triste. Triste porque a ela estão automaticamente associados alguns dramas; alguns dos piores momentos da história portuguesa, como a morte do Rei D. Carlos e do príncipe herdeiro, D. Luís Filipe (e sim eu sei que foi no dia 1 de Fevereiro que se deu o regicídio, mas é impossível não relacionar um caso com outro), e a perseguição à igreja.
O Inicio da época que mais tarde seria conhecida pelo "governo na rua", ou pela da tentativa de fim do cristianismo em "duas gerações" como deixou claro, e pelas suas próprias palavras, Afonso Costa.
República essa que não era apenas contra o Rei, ou contra o estado frágil em que se encontrava o país, mas sim contra a ordem, e contra si mesma, e que como prova disso acabou assassinando um dos seus membros, Sidónio Pais.
Não é portanto um momento alto da história, e durante o período da 1º República, não podemos dizer que o país fosse uma "potência", dentro daquilo que o país permite.
Mas isto são factos históricos. E que como não trouxeram nada de bom, não se descortina o porquê de se festejar tais datas.

Só por curiosidade, a república em Roma inicia-se em 510, e em 2010 (não faz 100 como a nossa), faz 1020 anos.

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