Tuesday, December 04, 2007

O 1º de Dezembro: Do Nacionalismo ao Romantismo



Passadas as grandes datas, depois da festa e palavras a propósito, surge agora o tempo da reflexão sobre os acontecimentos passados.
O dia 1 de Dezembro é um dia essencialmente nacionalista. Mas, penso eu na minha modéstia tímida, que esse é também um dia impregnado de um certo romantismo.
A Característica nacionalista claramente se afigura a qualquer um que se depare de frente com a questão: dia de orgulho nacional, de festa; recupera-se a independência nacional perdida em 1850, e que punha em causa a identidade construída sobre este território desde 1143, correndo o risco de se extinguir e perder para a mão da vizinha Espanha que se encontrava num território que não era seu.
Mas para além disto há mais. Há um certo romantismo proveniente e, até dependente deste nacionalismo. E reside este sentimento romântico, naquele conjunto de situações protagonizado por um grupo de homens que, reunido no Palácio da Independência, se unem em torno de uma causa em que acreditam; um conjunto de situações onde um grupo de homens estava pronto a "sacrificar a própria vida por um grande ideal", citando E. Nolte.
E esse risco é um risco de amor à pátria, e de dedicação a um país. E não sei se pela raridade que isso hoje apresenta, a mim causa-me sempre arrepios recordar estas datas, que pela sua glória, no parecem idílicas, podendo eu defini-las como sonhos, poderia atribuir-lhes aquela expressão que o professor Jaime Nogueira Pinto usava num prefácio(?) do livro Anos do Fim, "sonhos que trazem mais sonhos" típicos dos amantes de epopeias.
Perguntar-me-ão agora, se não é nisto que acabei de relatar, afinal, que consiste no nacionalismo?
E podendo eu responder afirmativamente de acordo com o raciocínio montado tendo eu 50% de probabilidades de resposta, podendo dizer que "sim, mais...", ou "não, pois...", lanço apenas a questão: não será o próprio nacionalismo romântico?

"Ditosa Pátria que tais filhos tens"

Luís Vaz de Camões

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