"(...)aquela que o salvara! Serva subtilmente leal! Fora ela que,(...)"
Esta primeira frase é retirada da página 161, da obra Contos de Eça de Queiroz.
O conto intitula-se A Aia.
o parágrafo de onde retirei a seguinte frase é o segundo da página anteriormente citada(Edições Livros do Brasil, 2002).
Aqui fica o próprio, para compreensão da própria frase.
"(...)
Foi um espanto, uma aclamação. Quem o salvara? Quem?... Lá estava junto do berço de marfim vazio, muda e hirta, aquela que o salvara! Serva sublimemente leal! Fora ela que, para conservar a vida ao seu príncipe, mandara à morte o seu filho... Então, só então, a mãe ditosa, emergindo da sua alegria extática, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe chamou irmã do seu coração... E de entre aquela multidão que se apertava na galeria veio uma nova, ardente aclamação, com súplicas de que fosse recompensada, magnificamente, a serva admirável que salvara o rei e o reino.
(...)"
De outra obra, retirei:
"(...) -lhe o credo venal com todo o poder de sedução(...)"
Esta frase foi retirada da Obra de Joaquim Paço D'Arcos, Ansiedade, página 161, quinta linha.
Ela vem no seguimento do parágrafo iniciado na página anterior, e é neste que termina o XVIII capítulo, que passo a transcrever, acompanhado do anterior:
"(...)
Ela não tem outra mensagem a transmitir-lhe além daquela. Só a sinceridade a resgata um pouco do impudor. Debruça-se sobre ele, quase comovida: — Toy, eu não quero que tu voltes para África, fui eu em parte que te arranjei esse lugar, aceita-o, deixa-te de pieguices.
Tem quase lágrimas nos olhos. Passa-lhe na voz que implora um sopro ardente do amor inconfessado. E ele, ao vê-la nivelada à baixeza geral, integrada nesta a ponto de aceitar como bom tudo que para ele é reles, ao notar a sua insistência, ao medir o empenho apaixonado que põe em o reter, sofre duas revelações, tão estranhas, tão inconciliáveis uma e outra, que se recusa a aceitá-las e pede ao pensamento que suspenda a marcha porque ele não pode mais acompanhá-lo: Ela não foi cúmplice do Vidal, do Carlos e da quadrilha, mas legitima os seus actos, solidariza-se com o procedimento que tiveram e vale tanto como eles. Ela não vale nada, mas ama-o; não lho confessa, mas a sua voz não o disfarça, o gesto que implora não o esconde, o olhar humedecido não o oculta. Ama-o e incute-lhe o credo venal com todo o poder de sedução que irradia do seu ser de encanto e de volúpia. Ama-o e não é digna do amor alevantado que, para ela, ele em êxtase ergueu, do amor escondido com que a adorava, feito de respeito, de ternura e de sonho. Ama-o e não é digna do amor.
(...)"
Por ultímo, passo a transcrever a quinta linha da página 161 da obra de Fiódor Dostoiévski, Os Irmãos Karamázov, que inicia o 7º capítulo:
"(...)eles feito prisioneiros e coagido, sob ameaça de uma morte dolorosa(...)"
Pertence esta ao primeiro parágrafo do capítulo , de seu nome «A controvérsia»:
"(...)
A burra de Balaão, porém, de repente falou. O tema de que calhou falar era estranho: Grigóri, enquanto recebia a mercadoria na venda do comerciante Lukiánov, ouviu dele a história de um soldado russo que, algures muito longe daqui, na fronteira com os asiáticos, foi por eles feito prisioneiro e coagido, sob a ameaça de uma morte dolorosa e imediata, a renunciar ao cristianismo e a converter-se ao islão; não renunciou à sua fé e aceitou o martírio — deixou que o esfolassem vivo e morreu glorificando Cristo. Foi essa a façanha que o jornal do dia publicara. Foi disso também que Grigóri falou ao almoço. Fiódor Pavlovitch, no fim da refeição, à sobremesa, gostava sempre de conversar, nem que fosse com Grigóri. Ora, desta vez estava numa disposição de ânimo relaxada, todo repimpado, a bebericar conhaque e a ouvir a notícia. Observou que era necessário canonizar imediatamente aquele soldado, fazer dele um santo, e transferir a sua pele esfolada para qualquer mosteiro. «Então viriam chusmas de povo e montões de dinheiro.» Grigóri franziu a cara, ao ver que Fiódor Pávlovitch não se tinha comovido absolutamente nada e ainda por cima, como era seu costume, começava a blasfemar. De repente, Smerdiakov, que estava junto à porta, soltou uma gargalhada. A este propósito, diga-se que já antes deixavam que Smerdiakov ficasse perto da mesa no fim ao almoço. Ora, desde que Ivan Fiódorovitch veio para a nossa cidade, o lacaio comparecia quase sempre ao almoço.
(...)"
Aqui ficam então alguns dos meus gostos.
Devo dizer que gosto e muito de qualquer um dos livros citados. Mas devo também recordar que foram todos escolhidos aleatoriamente, de entre um molho vasto de romances e outros livros que se encontram atravessados na minha estante.
Um agradecimento ao Mário por esta oportunidade, e se da parte do Nonas vier um comentário às minhas escolhas, tanto bom como mau, seria uma honra recebê-lo.
2 comments:
Bravo!
Caro Lory Boy, o nosso Amigo Nonas está sempre pronto para que a Blogosfera seja uma via de Cultura.
Abraço.
Mário
Meu Caro Mário
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