Wednesday, July 25, 2007

A Democracia, Bem vs Mal e Relativismo

«Cícero (106-43 a.C.) já ensinava: se a vontade dos povos, os decretos dos chefes, as sentenças dos juízes, constituíssem o direito, então para criar o direito ao latrocínio, ao adultério, à falsificação dos testamentos, seria bastante que tais modos de agir tivessem o beneplácito da sociedade (...) por que motivo a lei, podendo transformar uma injúria num direito, não poderia converter o mal num bem?»

Hoje ao visitar o Horizonte, deparei-me com este excerto, que o agora entrevistado, FSantos, citou no seu blog.
A frase de Cícero está carregada de actualidade. Aliás, digo mesmo que é uma frase intemporal, mas que infelizmente tende cada vez mais a suceder na sociedade de hoje.
Num estado democrático, o poder emana da base: do povo. Os seus representantes são eleitos por si, e têm, como se diz na gíria, o poder de "mais ordenar". Mas o povo não legisla, elege quem pode legislar.
Até aqui tudo certo. É um facto, tanto no espírito como na letra.
Mas o problema principal (e mais grave, penso eu), decorre da utilização do poder desta forma. A opinião popular, no caso de eleições e referendos, tal como a dos juízes de onde quer que provenham e a sua área de actuação, tendo o poder de se pronunciar e demonstrar a sua vontade, e sendo esta geralmente vinculativa, faz com que a sociedade se envolva em sérios riscos, pois pode ocorrer que esta esteja enganada, manipulada, relacionada com certo tipo de proveitos e influências. E isto hoje ganha um certo valor, quando percebemos que o hedonismo, e a cultura de facilitamos ganham proporções demasiado grandes.
Por isso na democracia é essencial uma grande e excelente informação a todos os níveis e que chegue a partes, ao contrário da demagógica que se verifica nos dias de hoje, para que não ocorra, como na maioria das vezes, que haja votos sem sentido, por mera "obrigação cívica", e que correspondem no geral, a votos errados, sem critério, conquistados por slogans de qualquer tipo, mas sem valor moral. Por isso no sistema democrático é essencial, criar um sistema educativo, que realmente eduque o homem. Homens com valores. Homens para o bem, e não para o "fazes o que quiseres. Aqui tens a base". Já Sócrates, demonstrava no diálogo Górgias, que ao educador cabe um papel muito importante, pois as acções do aluno, dependerão do que ele lhe ensinar.
Por esta razão me manifesto contra debates onde apenas se encontram os considerados maiores como antes havia escrito. Por isso me oponho contra leis que condenam a vida humana, como a do IVG ou da eutanásia.
Como o bem e o mal não são relativos, nem dependem do que quer que seja, é necessário caminhar o primeiro, e afastar o mais que se puder o segundo. A desinformação e a deseducação moral tornam a democracia frágil perante a indecisão de caminhar para o bem ou mal, e frágil perante o poder de grupos fortes, pouco interessados em dicotomias de bem ou mal, muitas vezes para eles inúteis ou irrelevantes. Problema interessante em Portugal, se analisarmos a história, e repararmos que sempre que vivemos sobre o regime democrático, sofremos com esse problema.
Assim sendo, é me impossível aceitar que digam que a democracia é um regime perfeito, nem pensado para o homem, tendo em conta as suas imperfeições, como dizia o Rodrigo.
Justificando o que escrevi ao Crocunda, o "meu professor blogosférico" (atenção: este titulo deve ser estendido também ao Mário claro!), este é um problema perante o qual nos encontramos, e que é bastante perigoso.
Aproveitanto o recente post para reagir à resposta que me deu, afirmo que é pelas razões acima apontadas, que considero ser necessária uma união entre o bem social e o da alma. União sim. Porque estes dois principios, apesar de estarem intrinsecamente relacionados entre si, têm sofrido várias tentativas de separação ao longo dos anos. A Igreja trata da salvação da alma. Mas o ser humano, cidadão, trabalhador ou desempregado, nortenho ou do sul, não poderá alcançar a salvação sem viver o que ela diz no seu dia-a-dia. Porque a religião e a vida do dia-a-dia encontram-se relacionados. Relacionam-se no campo de acções, porque estamos perante um mundo que nos julgará pelas acções que fizemos. Mas é obvio que há uma diferença no discurso de ambas as partes, apesar de o Bem que ambas procuram ser o mesmo. É ai que há união. É dai que parto para justificar uma caminhada para o bem.
Ao governante cabe o poder de gerir e governar a sociedade, e conduzi-la ao bem. É possível eu estar errado, e acredito seriamente nessa possibilidade. Perdoem-me se o estiver, mas ainda não percebi, que sentido fará o homem caminhar para o mal, que lamento desapontar os mais incrédulos, existe. E o homem, com todos os seus defeitos deve saber distingui-lo, não sendo o seu pecado, desculpa para que tal não aconteça. O pecado é normal no homem, e isso não o impede de procurar praticar o bem. Assim sendo, o homem deve afasta-lo, correndo o risco de, se não o fizer, ficar preso para sempre a ele próprio.
Por isso apelo a uma ordem. E uma ordem obriga a estabilização. Obriga a uma autoridade. A um caminho único, que conduza ao bem e não a uma responsabilização incapaz e bastante desapropriada. Responsabilidade que baseada num vazio de valores não leva a nada, senão a prazeres efémeros representada bem pela cultura de facilitismo que caracteriza a sociedade de hoje. A um caminho que ajude os homens a alcançar um destino que para ele já havia sido traçado.

Vontade Subita



I'm singing in the rain
Just singing in the rain
What a glorious feeling
I'm happy again
I'm laughing at clouds
So dark up above
The sun's in my heart
And I'm ready for love

Let the stormy clouds chase
Everyone from the place
Come on with the rain
I've a smile on my face
I'll walk down the lane
With a happy refrain
Just Singing, singing in the rain

Dancing in the rain
I'm happy again
I'm singing and dancing in the rain

I'm dancing and singing in the rain

Monday, July 23, 2007

Bagão Félix ao DN



Aconselho a todos a leitura da entrevista de Bagão Félix ao diário de noticias publicada ontem. Corre uma quantidade de pontos curiosos e interessantes, a que não fico inerte.

"As medidas (de apoio à natalidades) são positivas, mas não considero que constituam um incentivo à natalidade. São importantes, talvez, do ponto de vista de apoio familiar aos mais carenciados."

"Não, nem pensar nisso! Isso (a flexigurança) é uma moda, um jargão, na Europa há muito a mania de tagarelar neologismos. E sobretudo não é um pronto-a-vestir. Uma coisa é aplicar isso na Suécia, outra em Portugal."

"Tenho a consciência de que estamos perante um problema parecido com o da globalização: goste-se ou não se goste, mais tarde ou mais cedo, uma OPA sobre o Benfica é inevitável."

"Não vai ser fácil a Direita regressar ao poder em 2009"

"As pessoas interessam-se cada vez menos por política. Em primeiro lugar, porque há um desfasamento entre o que se promete e o que se faz. Ninguém está isento disso. Em segundo lugar, porque as pessoas cada vez menos compreendem que se tenha um discurso quando se é poder e outro quando se está na oposição."

"O 25 de Abril deslocou tudo um pouco para a esquerda e isso ainda não mudou. Por outro lado, os partidos do arco da governabilidade não se distinguem muito nas políticas económicas e sociais."

"O que distingue hoje a direita da esquerda são os valores. E os tempos correm mais a favor de alguns valores ligados à esquerda, como o que é rápido, efémero, ou permite o hedonismo."

Sebastianismo

Não resisto à tentação de postar as palavras do Prof. José Adelino Maltez no DN de 21.07.07.

"Há uma crise grave do sistema partidocrático. A situação está esclerosada(...)Somados os que se abstiveram aos que preferiram as candidatura dissidentes, há 74% de eleitores indiferentes aos partidos instalados ou que os rejeitam expressamente(...)A direita que convém à esquerda chama-se Marques Mendes e Paulo Portas(...)Certos elementos encavacam o PSD. Incluindo Manuela Ferreira Leite, um D. Sebastião de saias que tolhe a criatividade do PPD profundo(...)Qualquer dia reparam que não têm povo."

Friday, July 20, 2007

Em buscas...

Após ler o post do Mário, fui à minha pequena biblioteca procurar um livro que encontrei à uns tempos na Bertrand.



Curiosamente, enquanto postava esta referência, fui buscar o link ao blog do Mário, e reparo no novo comentário que o FSantos, havia colocado.
Não querendo que o Mário, que eu muito estimo, me leve a mal, eu concordo com o FSantos. Salazar tem um pensamento (não todo claramente) mas bastante actual. Principalmente a nível educacional.
Salazar pensou um país e realizou-o.
Tinha um pensamento próprio que marcou a nossa história, que não é abrangido por nenhuma linha de pensamento mundial, mas pelo contrário tem um nome próprio: Salazarismo.

Monday, July 16, 2007

Reflexão

Não se assustem!
Não se trata de um reflexão à Paulo Portas depois das eleições, mas sim numa reflexão consequente da leitura do texto do Professor Jaime Nogueira Pinto que citei num post anterior.

De facto até é compreensível as ideias esquerdistas que brotam do seio do partido social-democrata português, se entendermos este como representação da teoria criada e defendida por Eduard Bernstein na II Internacional, e que se fundamentava nas ideias Marxistas.
Bernstein rejeitava a via revolucionária proposta por Marx para alcançar o poder e substituiu-a pela integração no jogo partidário e democrático. Uma vez no poder, dos governantes sociais-democratas sairiam reformas definidas como "socializantes".
No entanto, tanto um caso como o outro, torna impeditivo a identificação do PSD como representante de uma Direita politica, que como vimos nestas eleições não representa ideologicamente, nem tem bases nela.

As Mundanças da Direita

A Esquerda e os Resultados Eleitorais



Agradecimento especial ao Raul por ter enviado imagem.

Sobre eleições....

Um PSD que em Lisboa,pela voz de dirigentes andou a ver se ultrapassava o PS pela esquerda,apoiando a liberalização do aborto ,as salas de chuto,os casamentos homossexuais ,na obcessão de ser "progressista" em costumes e politicamente correcto sempre!E o CDS-PP com os seus espectáculos de arruaça interna e ausência de doutrina e coerência.
Não se admirem que a direita fique em casa ou até prefira o PS...Não se cuidem internamente,continuem assim e vão ver onde acabam!


Eu só faço uma correcção: Em vez de "Não se cuidem internamente,continuem assim e vão ver onde acabam", eu diria "Não se cuidem internamente,continuem assim e vão ver que acabam"

Superstars?



Foi hoje lançado o novo single e respectivo vídeo de David Fonseca, intitulado Superstars.
O lançamento do disco será em Outubro(?), mas até lá poderão acompanhar algumas incursões por estúdio através dos Webisódios quinzenais que são apresentados no blog do David pelo próprio.

Sunday, July 15, 2007

Porque sou lisboeta e cristão!

Votarei nulo.

A ausência de um candidato intelectualmente sério;
A moda das campanhas demagógicas e insultuosas;
A incapacidade de alguém propor alguma coisa que não vacuidades ou simplesmente parvoíces;
A má educação e ordinarice da generalidade dos candidatos;
A fachada de candura e moralidade de outros;
As ligações de alguns a aparelhos partidários corruptos ou interesseiros;
A ligação de outros a sociedades assassinas e criminosas como a Maçonaria;
A inexistência de uma visão cristã da cidade, inaceitável num sociedade que se proclama sob a égide do pluralismo de mundividências, sobretudo atendendo ao facto de Lisboa ser a capital de uma Pátria cuja grandeza está, a todos os níveis, associada à Verdade Cristã;

Tudo isto e muito mais leva-me a chumbar todos os projectos que vão a votos hoje, quando abrirem as urnas.

É a minha consciência de católico que me impede de aceitar qualquer projecto para a minha cidade que se abstenha de enunciar uma proposta adequada a uma concepção cristã da mesma.

Restaurar Igrejas e entregar, simultânea e graciosamente, palácios aos pedreiros-livres é cinismo. É enganar o povo. É querer estar bem com Deus e com o Diabo.

A Lisboa velha, tradicional e castiça; a Lisboa charmosa e popular; a Lisboa comunitária e religiosa; a Lisboa da «Nobre Alfama/ Mãe da antiga marinhagem/ Bairro castiço, popular, dos mais antigos», como cantava Teresa Tarouca, tem a sua génese na Idade Média. É cristã e moura.

É esta cidade que precisa de ser preservada e cuidada.
É esta cidade que nenhum dos candidatos quer ajudar a reerguer.

Saturday, July 14, 2007

Live earth: salvar o planeta para quem?

Confesso que me atravessa sempre alguma incomodidade com os discursos do aquecimento global e do planeta em perigo...primeiro porque já em outras décadas houve outros discursos catastrofistas (lembram-se da explosão demográfica vaticinada nos anos 60 e 70?) e melhor ou pior a humanidade e o planeta vão sobrevivendo. Segundo porque os mesmos "artistas" (artistas strictu sensu e políticos e jornalistas) que se doem e condoem pelo ambiente são regra geral os mesmissimos que tem contribuído para o crescimento de uma cultura de morte e e em especial do aborto e da eutanásia...
Fica assim a pergunta: querem salvar o planeta, para quem? Para as poucas crianças que nascerem e (por causa das coisas e para evitar os acasos da natureza) por procriação artificial?
[para quem achar que isto é um exagero, recordo que no Reino Unido já há famílias que perderam o apoio da segurança social por causa de terem "insistido" em ter um filho deficiente...]


Sempre bom saber estas coisas...

«A alegria de viver de Zita Seabra é a melhor celebração da liberdade e a mais profunda ruptura com o universo soturno do comunismo»


«Foi Assim» é o título do livro de Zita Seabra que foi apresentado na semana passada, no Quartel do Carmo perante vasta assistência, por Mário Soares, José Pacheco Pereira e Carlos Gaspar. Foi uma celebração da liberdade.
Zita Seabra conta as suas memórias desde que, aos 15 anos, aderiu ao partido comunista (em 1965) até que deixou a ideologia comunista, em 1989 (tendo sido expulsa em Maio de 1988). A principal mensagem que insiste em transmitir é que, para romper com o comunismo, é preciso compreender que não foi a (má) prática comunista que distorceu os (bons) ideais comunistas. A má prática foi apenas a consequência dos maus ideais.
Qual é a natureza do mal comunista? Vários grandes autores do século XX deram contributos para o definir. Raymond Aron pôs a nu o ópio dos intelectuais, uma ideologia totalizante que recusa ser confrontada com os factos. Karl Popper denunciou o dogmatismo historicista, gerador de um profundo relativismo moral. Friedrich Hayek mostrou como marxismo e nacional-socialismo eram duas expressões de uma mesma atitude intelectual, hostil a uma ordem livre e descentralizada.
Todos eles enfatizaram a hostilidade do comunismo contra os modos de vida espontâneos das pessoas comuns, enraizadas em instituições livres nas quais se sentem confortáveis: a casa própria, a família, a realização profissional, os hóbis, a religião. Estas esferas plurais constituem uma reserva de liberdade contra a vontade política sem entrave. Mas, acima de tudo, elas constituem reservas de felicidade e realização pessoal, independentes da manipulação política.
Em meu entender, foi Michael Oakeshott, o filósofo conservador inglês, quem melhor captou este núcleo central da resistência ao totalitarismo comunista ou nacional-socialista: a disposição para usufruir, para desfrutar, para celebrar um modo de vida que é o nosso e não foi centralmente desenhado. Oakeshott disse residir aqui o segredo da liberdade ocidental.
Não sei se Zita Seabra concordará com Oakeshott. Mas atrevo-me a dizer que ela é o melhor exemplo da tese Oakeshotteana. Ao abandonar o PCP, Zita Seabra teve a audácia de refazer inteiramente a sua vida. Lançou-se na actividade editorial privada, de rara qualidade; preservou a sua vida familiar intacta, longe dos holofotes colectivistas da praça pública (o que, aliás, muito bem faz também no seu livro); refez e ampliou amizades; retomou a acção política no PSD, a tempo parcial; finalmente, fez um percurso privado de aproximação à religião cristã.
Esta alegria de viver e apreciar de Zita Seabra é, em meu entender, a melhor celebração da liberdade e a mais profunda ruptura com o universo soturno do comunismo.
João Carlos Espada

Tenho a palavra pois sou Lisboeta! - Parte III Os Médios e Pequenos

Quanto a José Sá Fernandes fica a quantidade de dinheiro que fez os lisboetas gastar com os processos e problemas que colocou perante a construção de Túnel do Marquês, e a quantidade de dinheiro que "rouba" à câmara, através dos ordenados dos seus assessores. Candidata-se para "denunciar". E seria bem-vindo se denunciasse apenas as irregularidades e não tudo o que incomoda o BE e o seu vazio de ideias. Denuncia tudo. Mesmo tudo. Só perde e ganha antipatias todos os dias.



Ruben de Carvalho deve manter o seu lugar e deve manter a sua politica de "bater o pé" na camâra de Lisboa.



Telmo Correia está no nervoso pré-eleitoral. É o rosto e a representação do CDS de hoje. A sua inteligência que eu muito reconheço e admiro, não chega para o mediatismo e populismo que um candidato a qualquer tipo de alto cargo necessita. Eu gosto muito de Telmo Correia, mas fica claro que não só não diz nada aos Lisboetas, como o PP de hoje, se deseja ganhar o que quer que seja, só o alcançará através de Paulo Portas, porque de resto, mais nenhum tem características nem o populismo que Portas possui e utiliza na política. Mesmo a sua presença na campanha ao lado de Telmo Correia, na ânsia de o lançar numa carreira politica, semelhante ao que fez Sócrates a Costa, não chega. O CDS arrisca-se a não alcançar um lugar que seja na câmara, e isso para a direita portuguesa é triste e um mau prenuncio.
Para o PP é a afirmação clara de que Portas é "o" Partido.
Um programa com prioridades, mas que é impossível de construir. Resolver problemas financeiros sem recorrer a empréstimos, e a insegurança através da vídeo-vigilância, não só me parece uma ideia pouco realista como mesmo utópica. Mais uma vez há propostas sem apresentação de resolução.
Ao menos lembraram-se dos idosos e da sua solidão, do excesso de construções desenquadradas com a identidade e estrutura da cidade, da limpeza e... da OTA.
No entanto, a cegueira causada por um desejo incessante de votos (espero que seja só este motivo e não uma mudança de ideologia), tornou a candidatura do CDS semelhante à de Carmona Rodrigues, como lembrava o Nuno Mendes. O apoio aos homossexuais revelado através das propostas apresentadas por Teresa Caeiro é só por si uma contradição na campanha que o CDS propagou. Uma boa gestão de fundos é obrigatória, e por isso é necessário cortar em despesas não são do interesse da cidade. A ideia de adquirir bibliografia de temática LGBT para colocar nas bibliotecas municipais é ridículo, tal como o apoio ao Arraial Pride e ao Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, que mais parece um incentivo e promoção à educação homossexual.
Isto não são ideias à CDS…

De Quartim Graça não falo porque nada conheço, a não ser que pertence ao partido da terra. Eu acredito que o planeta tem necessidades, mas é necessário relembrar as prioridades de Lisboa? Salvemos o ambiente sim! Mas primeiros as pessoas.
De Garcia Pereira fica a sua célebre candidatura para questionar. Coisa que até consegue fazer, mesmo sem tempo de antena. Já estamos habituados a vê-lo em tudo o que é eleições nestes país. Serão mais umas em que não sairá vencedor.



De Manuel Monteiro e Gonçalo da Câmara Pereira fica guardado o papel de "Palhaços" destas eleições autárquicas. Ambos porque sem terem nada para fazer ou a dizer, ou mesmo a propor para Lisboa, divertiram-se a fazer palhaçadas, um com as personagens inventadas que agora se tornaram um habito no PND, e o outro a distribuir rolos de papel higiénico na câmara, a dizer que Lisboa está bem como está, e a dizer que o projecto chiado é um "fait divers" em debates televisivos.



De todas as campanhas destaco a do PNR. Parece-me decidido, conhecedor de prioridades e com um projecto, que é uma coisa a que temos de dar valor tendo em conta os restantes.



Com a segurança no topo da lista, o PNR, um dos "pequenos" partidos candidatos à câmara, apresenta-se mais populista. José Pinto Coelho não se inibe de apontar o dedo e concentra-se na cidade, que é algo que parece faltar aos principais candidatos. Nem sempre angariador de muitas simpatias, não vira a cara à luta, e apresenta culpados para a crise, propõe o fecho da EMEL, a reestruturação da EPUL, e o fim a despesas da câmara que em nada servem os lisboetas como, o dinheiro para as instituições a homossexuais.

Tenho a palavra pois sou Lisboeta! - Parte II Oposição

Negrão e Carmona são os considerados principais opositores de Costa, e o seu constante conflito pessoal, que tem como causa principal o PSD, faz-me sempre recordar a guerra civil russa, em que os brancos, para além da forte oposição do exército organizado de Trotsky, foram vítimas de conflitos internos e das potências estrangeiras que os apoiavam.
Temo que o fim destes dois seja o mesmo que o do exército branco.



Fernando Negrão nada diz aos Lisboetas. Depois de perder em Setúbal, vem perder a Lisboa acumular mais uma derrota no seu curriculum político. Baralha as siglas das empresas públicas, baralha o nome da cidade. A sua candidatura, também vazia de tudo o que é ideias para a cidade, concentra-se em desfazer Carmona Rodrigues e publicitar o PSD, como "Pai Politico" do professor. António Costa não interessa. E a sua candidatura é tão concentrada nas próximas eleições legislativas, onde o objectivo não é atingir Costa, ou as suas ideias (ou não ideias) para Lisboa, mas sim o Governo. O tema Lisboa não faz parte da sua campanha nem do projecto político que o PSD delineou para ele. Sabendo a derrota que o espera antecipadamente, o PSD preocupou-se mais em pensar num lugar no Governo do que em Lisboa, e claro, em ficar em cima de Carmona.

Quanto a Carmona Rodrigues já tudo se sabe. Sem propostas, a sua campanha resume-se ao ataque a Negrão e ao PSD porque o "abandonaram", e na procura de agradar a todos os tipos de Lisboetas. Abre salas de chuto, oferece palácios no Príncipe Real à Maçonaria, à pergunta sobre os casamentos homossexuais nos Paços do Conselho, responde de forma interesseira, "piscando o olho" ao loby gay, a quem já oferece arraiais e festas pride, que por ele "até pode ser no Mosteiro dos Jerónimos"; ao mesmo tempo procura votos nos conservadores e católicos restaurando as fachadas das igrejas (ao menos, e tenho que valorizar, ainda cuida do património).
Além disso, não sabe governar, nem se mostra capacitado para isso, deixando a câmara chegar a um estado lastimoso.



A outra independente, Helena Roseta, é o outro candidato "de peso" apontado pelos média. Não sei ao certo o que pretende. Vejo fotografias de Lisboa degradada e ouço o "desejo" de reergue-la, uma ideia do Parque do Gonçalo Ribeiro Teles, e uma hipótese de roubar votos aos socialistas que não gostam de António Costa. No entanto, é possível que a arquitecta, agora independente e desalinhada do PS, aceito pós eleições, um aliança com o Costa de quem agora é concorrente. Não me admirava nada a "socialisse", porque António Costa também não dirá que não...

Tenho a palavra pois sou Lisboeta! - Parte I O Socialista

A propósito das eleições intercalares em Lisboa, não quero deixar de manifestar neste meu espaço público, a minha opinião sobre o estado de Lisboa e os respectivos candidatos.



Começando pelo principal - entendamos a palavra como "principal candidato apontado pelos média à câmara de Lisboa" - candidato à Câmara: António Costa.
O ex-candidato à câmara de Loures tem descido nas sondagens. Descida essa que eu vejo como mera especulação - relembro o caso recente do referendo à "interrupção voluntária da gravidez" - mas que faria algum sentido perante um vazio ideológico ou de propostas que a campanha de Costa apresenta.
Apontado como o "Salvador da Câmara", promete rigor - que pode significar muitas coisas - casamentos homossexuais nos paços do conselho - ainda não percebi qual o poder do presidente da camâra para fazer tal coisa - a promoção da bicicleta em vez do automóvel - como se Lisboa fosse uma cidade plana sem sete colinas, onde é possível todos subirem a calçada da estrela, a calçada do combro ou a rua do Alecrim ou das Trinas de bicicleta.
Mas deixam-me irrequieto estas propostas. Esses não são os problemas da cidade. Ou por outra, até podem ser, mas não são certamente os mais importantes.
Quando se fala que a câmara está desorganizada, falida insegura e desfeita a resposta é: "António Costa é a Solução para Governar", ele vai acabar com as dividas, com o excesso de assessores, vai reabilitar a cidade e impor a ordem e trazer a segurança. Mas isto são coisas que até eu posso dizer. Quem sabe se não serei eu também o homem certo para "acabar com as dívidas, com o excesso de assessores, vai reabilitar a cidade e impor a ordem e trazer a segurança". A pergunta não reside em o que faz falta, porque isso todas as pessoas sabem, basta perguntar na rua, que todos têm queixas a fazer. A pergunta é como se resolve as questões. Desconfio que ele também não sabe.
Sócrates elogia-o. Diz que era a solução para os problemas impossíveis que se colocavam ao governo. Mas se é assim tão bom porque continua o país na mesma? Porque se encontra Portugal tão desgovernado?
O despejar de propostas populistas é o gozar com os lisboetas, mas a culpa de tal coisa acontecer, não é só dele. É a fraca oposição que tem.
É considerado por muitos, incluindo o presidente do Benfica, como o melhor candidato à câmara e o seu salvador, mas sem ninguém saber porquê.

Wednesday, July 11, 2007

Monday, July 09, 2007

“...amar a Igreja significa amar a Jesus Cristo, uma vez que a Igreja é Seu próprio Corpo místico.”

Saiu no passado sábado, dia 7, o documento pelo qual o Papa Bento XVI concede a liberdade para a realização de missas em latim.

A chamada missa “tridentina", onde o sacerdote celebra de costas para os fiéis e recita o evangelho em latim, nunca chegou a ser proibida por Paulo VI, mas deixou de ser celebrada após o concilio Vaticano II - onde ficou estabelecido que a missa oficial seria realizada no idioma de cada comunidade - e ficou condicionada à autorização do bispo de cada diocese.
Ás reformas trazidas pelos concilio, surgiram oposições, notabilizando-se por estas Monsenhor Marcel Lefebvre, hoje conhecido como o mais notável fundador e promotor do movimento Católico tradicionalista.
Fundou a Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, tendo como finalidade a formação de padres e o apostolado segundo a forma tradicional, sobretudo através da celebração da Missa Tridentina.
Anos mais tarde, no final da sua vida, entrou em confronto com Roma, pois desejava poder nomear novos bispos na fraternidade, e chegou mesmo a assinar um acordo com o cardeal Ratzinger, onde ficaria estabelecido a valorização canónica da Fraternidade Sacerdotal de São Pio X, a transformação em Sociedade de Vida Apostólica, e ainda a possibilidade de ordenação dum bispo entre os padres da Fraternidade. O acordo duraria um dia, pois Monsenhor Lefebvre, percebeu que Roma não estava disposta a permitir que ele procedesse a ordenações episcopais na data por si pretendida: o seguinte dia 30 de Junho.
Face às reticências de Roma em permitir as ordenações episcopais, Lefebvre decide ordenar novos bispos para a Fraternidade, e anuncia a realização da cerimónia para 30/6/1988, em Ecône. O Papa João Paulo II pede-lhe expressamente que o não faça mas, indiferente a tudo, Lefebvre ordena efectivamente quatro bispos dentre os padres da Fraternidade. Por si só, o acto de Monsenhor Lefebvre é punível canonicamente através da excomunhão latae sententiae, por constituir um acto em si mesmo cismático.
Por esta razão, João Paulo II publica, dois dias depois, o famoso motu proprio “Ecclesia Dei”, que manifesta a grande aflição da Igreja católica por causa das ordenações episcopais ilegítimas, declara a excomunhão de Lefebvre e dos bispos por ele ordenados e convida os seus seguidores a afastarem-se da Fraternidade.
Monsenhor Lefebvre recusou energicamente o Concílio e as suas reformas, e sobretudo a Missa renovada por Paulo VI, que lhe parecia protestante, por, na sua opinião, ter feito desaparecer a ideia do sacrifício. O crescimento do movimento tradicionalista obrigou o Papa Paulo VI a proibir D.Lefebvre que ordenasse sacerdotes. Mas ele continuou não só a fazê-lo como a reafirmar os princípios do seu movimento e a fazer várias críticas ao Concílio Vaticano II. Antevendo as sanções que sofreria do Vaticano, ele diz, com base na Bula de São Pio V, na qual baseia os ritos da sua missa tradicional, que essas sanções seriam nulas, porque a referida missa fora canonizada e uma canonização não pode ser retirada pelo papa. D. Lefebvre estava convicto de que, agindo dessa forma, prestava um serviço à verdadeira Igreja Católica, diferente da Igreja conciliar, modernista e liberal.
Em 1976, o Papa Paulo VI chegou mesmo a suspender Monsenhor Marcel Lefebvre, antigo arcebispo de Tulle. Consequentemente, a partir daquele momento, Lefebvre não poderia mais celebrar missa, pregar, nem ministrar sacramentos.
No entanto, D. Lefebvre contra as ordens de Roma, continuou a ordenar em Ecône sacerdotes, todos formados num espírito pré-conciliar adverso ao Vaticano II.
Em 1984, é dada autorização para celebrar a Missa Tridentina, sob condições rigorosas, uma das quais era a aceitação da legitimidade do Missal de Paulo VI, o que a Fraternidade não aceitou.



A imagem colocada acima, foi escolhida de propósito, pois nesta, o Papa encontra-se de olhos postos na cruz. Olhos postos no objectivo de cada um e de todos. Algo que parece estar esquecido, ou então simplesmente ignorado.
A Eucaristia é para Deus. Não é para que as pessoas se divirtam ou passem o tempo.
Para quem diz que a Igreja não está a agir como deve ser, pois com medidas destas só afasta os crentes, devem colocar os olhos na cruz. Devem perceber, se não sabem, que a Igreja não é um clube recreativo, não é uma associação cultural ou uma empresa em busca de compradores. Não tem por objectivo angariar pessoas. A igreja é o caminho para que o homem chegue a Deus. E tudo o que nela se faz, diz e ordena é glória que a Deus se presta e é maneira de dar a conhecer Deus ao homem. E ao homem cabe aceita-la ou não. A Igreja não se altera por vontade do homem porque ela não é feita por ele, mas sim por Deus."Amar a Igreja significa amar a Jesus Cristo, uma vez que a Igreja é Seu próprio Corpo " disse o Papa Paulo VI, e já dizia Santo Anselmo, quando demosntrava através do seu argumento ontológico, que Deus existe e não se altera. Deus é o que é, e É por Si mesmo e por Sua causa.

Sunday, July 08, 2007

Sarkozy?



“Eu amo a França, ela deu-me tudo o que eu sou e agora eu quero-lhe devolver tudo o que ela me deu”

Não fico indiferente ao que se passa em França. Nicolas Sarkozy á já presidente à alguns meses e mantém-se em paz, longe de ataques fortes que lhe causem algumas vertigens. Vertigens essas justificadas pelo alto poleiro onde se encontra, pois não podemos esquecer as grandes responsabilidades que pesam sobre ele, como homem de direita e como representação dos valores que esta defende. Esquecendo aquele episódio em que aparece, não sei se bêbado ou não, mas um pouco diferente, a sua vida encontra-se calma, longe de polémicas, e dando para já à França uma liderança calma, nada turbulenta, o que ao contrário do que acontece no nosso país, é algo extremamente necessário para levar um país a bom porto.
Quando olho para França hoje vejo uma força que já não lhe reconhecia. A nível europeu, o próprio Sarkozy, tem sido um protagonista, que tem ganho bastante mediatismo nos últimos tempos, nas recentes discussões que se tem tratado na União Europeia, assumindo sempre o papel de homem forte, líder de "potência".
Mas não escrevo sobre Sarkozy apenas por isto.
É com enorme alegria que reconheço nas suas palavras uma realidade concreta, que não se prende a utopias, mas procura na base do problema uma solução para o mesmo. Esta ideia surge-me por intermédio da sua intervenção de acabar com a herança do Maio de 68.
Encontro em Sarkozy uma ideia de sociedade semelhante à minha, regulada por regras, normas, respeito, moral, hierarquias, mérito, distinção entre bem e mal, valores, de direitos e deveres. É impossível viver sem qualquer um destes princípios numa sociedade justa.
Uma politica afastada da moral, uma sociedade desprovida de regras, onde cada um faz o que bem entende, porque é seu direito fazer o que quer, quer seja bem ou mal, é uma sociedade errado, onde reina a anarquia, onde o conceito de justiça fica bem distante e longe de qualquer definição a ele hoje atribuído, e onde dela não pode brotar nada de bom. Antes pelo contrário, e os resultados são visiveis na história.
A importância do trabalho como principal objectivo da sociedade, é uma solução para um país em crise. O trabalho representa por si pão e dinheiro. Dinheiro significa saúde - a nível do estado - e riqueza. Riqueza significa poder e bem-estar social.
O pensamento económico americano que emergiu em 1920 faz todo o sentido. Só pode comprar que tem dinheiro. Só se produz se houver comprador. Só há comprador se houver dinheiro. A abertura económica significa rendimento, significa uma aposta económica. Pode ser representada pela celebre frase: "dá para receberes".
Mas o pensamento de Sarkozy só faz sentido se pensarmos o objectivo como uma coisa única. Só faz sentido se houver um interesse comum. É aqui que surge a Pátria. E este conceito significa que é necessário haver uma direcção única para onde caminhar. E esse caminho tem que ser o bem; o que está certo. E isso é impossível no comunismo que pouco se importa com objectivos comuns que não sejam os do partido, e que se afirma contra a globalização mas no fundo que que tudo seja como a Rússia de 1930.
Sarkozy traz consigo um sentido nacionalista e anti-maio de 68, que só pode ajudar na reconstrução do país se for bem utilizado. O Maio de 68 procurou abalar a estrutura da sociedade, mas hoje mais do que nunca, se percebe que os princípios proclamados pela revolução não permitem nem servem para viver de forma justa ou de forma correta.

Carlos Kleiber

Ainda em matéria de homenagem a grandes músicos - e se o Lourenço mo permite - apresento agora Carlos Kleiber, grande maestro austríaco, que ficou conhecido pela sua antipatia pelos estúdios e gravações.
Ao longo da sua vida, regeu pouco. São muitas as lendas criadas a seu respeito. Antes de um ensaio com uma orquestra italiana, subiu ao podium e disparou: «Vocês são um bando de imbecis!». E foi-se embora.
Perfeccionista, exigiu 34 ensaios para reger a ópera Wozzeck, de Alban Berg.
A sua versão da 5ª Sinfonia, de Beethoven, é por muitos considerada imbatível.
Ao ser convidado por Karajan para conduzir a Filarmónica de Berlim, Kleiber respondeu: «Obrigado, eu só dirijo quando estou com fome».
Intelectual e recluso, Kleiber é venerado por todos. «Nunca ouvi nada igual na minha vida», disse o competente maestro Riccardo Chailly, depois de assistir a uma ópera dirigida por Kleiber.
Sem dúvida, tudo o que fez, fê-lo com grande qualidade e mestria.
Abaixo, deixo dois vídeos:
- O primeiro com o último movimento da 7ª Sinfonia em Lá maior Op.92 de Beethoven, Allegro con brio, em que Kleiber dirige a Concertgebouw Orchestra Amsterdam
- O segundo contém um excerto do primeiro movimento da Sinfonia No. 36, Linz, em Dó maior, K425, de Mozart, denominado Adagio - Allegro spiritoso, interpretado pela Orquestra Filarmónica de Viena





Saturday, July 07, 2007

You Tubisses



É por isto que o país não anda.
Todos somos livres de dizer o que queremos - Lindo, brilhante, isto é fabuloso! - Mas só em casa - oohhh...
O estado do país revela-se critico. (disse alguma novidade?)
O governo pode fazer tudo o que lhe apetece, mas nós só o podemos criticar em casa, na esquina, no café. Na frente das câmaras televisivas, numa conferência de imprensa, etc, só se pode dizer bem. Digamos, sem admiração, que isto é algo a que já nos habituamos. Nos momentos em que se pode fazer alguma coisa, fica tudo calado. Guardam-se as criticas para o café, para dizer em casa quando a cara dos ministros aparece na televisão, ou quando se lê o jornal no sofá sentado no confortável sofá da sala.
Para que serve então a liberdade de expressão? Para falar em casa? Mas alguma vez alguém pode não dizer o que quer que fosse em casa?
E como se altera a situação do país, se ninguém - e fique aqui escrito: alguém que pode, e por isso falo de ministros e secretários de estado, porque a oposição não tem poder nem valor para fazer nada - faz absolutamente nada? Ninguém aponta o dedo a quem erra, a quem abusivamente afunda mais o país todos os dias, etc.
É por isso que ainda tenho alguma consideração por Alberto João Jardim. A esse, tudo lhe sai da boca, em casa, na televisão, nos corredores, no telejornal, no café.
Estou farto. A censura "acabou". Mas de que serve. Quem pode ou não diz nada, ou diz em casa, ou diz mentiras. Quem não pode, se diz alguma coisa ninguém o ouve. Para onde caminhamos nós?

Video encontrado no Jantar das Quartas.

Thursday, July 05, 2007

A Vítima

Um tema dominante na cultura popular actual é a inversão de papéis. Hoje o herói é o pirata (Piratas das Caraíbas), os bruxos (Harry Potter), ladrões (Oceans's 13), até o ogre (Shrek). Os vilões, entretanto, são o príncipe encantado, a Companhia das Índias, a Igreja (Código da Vinci), o governo americano e as empresas (quase todos os outros filmes). Trata-se literalmente do oposto dos enredos de há 50 anos.

À primeira vista, parece haver uma corrupção de valores, trocando-se o mal com o bem. Ligando isto a dramas reais, do aborto aos escândalos financeiros, não faltam os que duvidam da nossa sanidade moral e desesperam do nosso futuro social.

Se virmos com mais atenção, porém, as coisas são muito mais consistentes. Afinal, hoje como antes, os heróis continuam a comportar-se da mesma forma. Eles só são heróis porque exaltam a honra, amor e amizade, beleza, fidelidade, justiça, sacrifício. E os vilões, mudando roupas e cargos, continuam tão infames e malévolos como sempre. O bem e o mal permanecem.

Que significa então a tal inversão? No fundo, quer dizer o mesmo que os seus críticos. Quando se celebra a bondade do marginal (pirata, ladrão, ogre) e se condena o sistema (rei, empresa, governo), denuncia-se a sociedade como corrupta e hipócrita. Isso é precisamente o que dizem os que, a partir desses filmes, falam de perda de valores e desorientação moral.

Em todos os casos, a vítima, atacada de todos os lados, é ... a sociedade. A vida que temos, o mundo em que vivemos é o alvo de todas as críticas, dos revolucionários como dos moralistas. Esse drama dava um bom filme.

João César das Neves

Restauração



A Santa Sé anunciou oficialmente que Bento XVI aprovou a utilização universal do Missal promulgado pelo Beato João XXIII em 1962, com o o Rito de São Pio V, utilizado na Igreja durante séculos.



Informação Retirada de A Casa de Sarto

Wednesday, July 04, 2007

Apresentação



No dia 10 de Julho, às 18h30, terá lugar a sessão de apresentação do livro "António de Oliveira Salazar – O Outro Retrato", de Jaime Nogueira Pinto, editado pela Esfera dos Livros.
A obra será apresentada por Marcello Duarte Mathias.
O evento decorre na Biblioteca João Paulo II, na Sala de Expansão Missionária, na Universidade Católica, em Lisboa.

Eu Vou!

O regresso (com Tito Gobbi)

Depois de mais de um ano de ausência, regresso - espero que com a licença do Lourenço.

E, dedicado a seu Pai, o meu Caro Tio António Morais, começo com este vídeo.
A ária, «Largo al factotum», é da grande ópera de Rossini «Il Barbiere di Siviglia» (em português, «O Barbeiro de Sevilha»).
A qualidade do som e da imagem do vídeo não é a melhor, mas este não deixa de ser ilustrativo da potência do grande barítono italiano.

Tuesday, July 03, 2007

Monday, July 02, 2007

You Tubisses

O PP de Ontem e de Hoje



Cada vez mais um Partido aos Pedaços!

Para bem da História



Para bem da história fica aqui o gráfico da evolução/redução do analfabetismo em Portugal desde 1878. A fonte é a Internet.
A primeira república que se inicia em 1910, encontra um pais com cerca 75,5% de analfabetos (1911), sendo que a sua maioria vivia no campo . Até ao seu fim, a primeira república reduz cerca de 7% este problema.
O Estado Novo inicia-se em 1933, sendo que se depara com uma percentagem de analfabetos de 66%. A politicas aplicadas à educação resultam, e em 1970 a percentagem é apenas de 20,5%, o que representa uma taxa de redução de 1,14% ao ano.
21 anos depois, ou seja, em 1991, a taxa é reduzida de 20.5% para 11%. Reduz cerca de 9%, o que significa uma redução anual de 0.4%.
10 anos passados, realiza-se o ultimo inquérito ao país, o censo de 2001. O resultado indica que a taxa de analfabetos em Portugal é de 8,8%.
Numa das pesquisas, encontrei uma frase de Salazar que dizia que «o analfabetismo em Portugal vem de longe e isso não impediu que a nossa literatura fosse em determinadas épocas extremamente rica». A frase de Salazar vem acompanhada por um comentário do autor do artigo: "A afirmação (de Salazar) identifica o campónio que idealizou a PIDE, dispensa comentários". Ou isto é mera ignorância ou é sinal de um ódio desmedido. Como se em 1888 não houvesse um Eça de Queirós a escrever Os Maias, um Antero de Quental, ou em 1800 um Almeida Garrett e em 1870 um Alexandre Herculano, em 1900 um Fernando Pessoa ou um Mário de Sá Carneiro, ou em 1930 um Joaquim Paço d'Arcos!
Talvez riqueza da literatura não se classifique por certos princípios, que estes que agora citei, tão bem traduzem. Mas nesse caso sou eu, que fruto de uma educação pós Abril de 74, sai deseducado.

A tristeza deste mundo



Ontem, passeando pelas livrarias lisboetas, decidi entrar na fnac, loja pela qual tenho uma enorme estima, e na ânsia de encontrar o que desesperadamente procurava, lancei-me ao balcão onde, atrás de computadores cheios de informação, encontro uma jovem senhora, por sinal até bem dotada naquele campo a que chamamos beleza, e perguntei-lhe de forma rápida e bastante expressiva:
- Bom dia! Estou à procura de livros de Charles Maurras. Tem alguma coisa?
- Desculpe? - interrogou a jovem com aquele ar típico de quem não compreendeu aquilo que se desejava.
Pensei ter pronunciado mal. Talvez a minha ansiedade me tivesse causado algum problema linguístico que prejudicasse a percepção do ouvinte. Repeti de forma calma e pausada:
- Bom dia! Estou à procura de livros da autoria de Charles Maurras. Tem alguma coisa?
- Bom dia! Procura Maurat? - Questiona-me a senhora.
Assustei-me. Estaria o meu francês tão mau que ela não percebesse o que eu digo? Teria sido uma mera brisa que, ao passar deturpara as minhas palavras? Seria um problema da minha língua, que se havia baralhado e, apesar da ideia que tinha na cabeça, ela pronunciou outra coisa que não o que eu desejava? Não sei...
- Não. Procuro Maurras. Charles Maurras.
- Pode soletrar? - perguntou-me enquanto puxava para fora a prateleira do teclado do computador.
Inacreditável. Ou sou um autêntico analfabeto, ou isto é realmente inacreditável.
Soletrei então:
- M-A-U-R-R-A-S.
- Hummmmm.... não tenho cá nada. Nem aparece informação nenhuma no computador - disse-me com ar apreensivo e até (não querendo parecer convencido) com um ar desgostoso por não me poder fazer a vontade.
Eu próprio fiquei triste ao observar aquela - que eu considero - falha numa livraria de que eu tanto gosto, e tanta qualidade tem.
No entanto, a surpresa decide, como é habitual, aparecer quando ninguém a espera, e daquela face angelical, doce e até aparentemente culta, saem seis palavras que me deixam boquiaberto:
- Mas afinal o que é isso?
A sua beleza caiu por terra. Numa situação daquelas até a mais bela das mulheres, se tornaria um bruxa daquelas dos contos de crianças, gorda, feia, com uma verruga no nariz, etc (por favor não confundir com a Odete Santos).
Como é possível não saber quem foi Charles Maurras? Ou trabalha ali alguém que não percebe nada de livros, ou a cultura já não é cultura. Calculo que o problema seja que a cultura agora é "cultura" e é um pouco influenciada, pendente, formada, virada para o lado daqueles que se dizem artistas, sendo que esses se preferem sempre sentar do lado esquerdo.
Valeu-me de consolo que aquele rosto, onde antes encontrara tantas qualidades, me afirmasse que conhecia Anrique Paço d'Arcos.